26/06/2017

Capitulo 94

Pietra


Passei a tarde na cama, meu corpo estava dolorido. E eu acordava de hora em hora por causa do Luan. Ele colocava o termômetro de hora em hora de baixo do meu braço.
—Finalmente a febre baixou. - Ele beijou minha testa. —Liguei para minha mãe e ela me passou umas receitas para quem está com febre.
—Já passou. - Murmurei sabendo como eram aquelas receitas.
—Mas pode voltar. Eu vou ter que ir no mercado comprar alguns legumes. - Ele falou pensativo.
—Você no mercado? - Cerrei os olhos.
—Vou no mercado de alphaville, lá eu posso ir sem ninguém me parar para tirar fotos. - Ele deu de ombro.
—Aproveita e compra barra de chocolate? - Pedi manhosa e ele riu.
—Tá bom, bebê. - Ele beijou o cantinho da minha boca e então se afastou sabendo que eu ia reclamar.
—Se você ficar doente eu vou te bater!
—Duvido, Moreninha. - Ele fechou a porta rindo.
Voltei a dormir, meu corpo estava cansado.  
Quando acordei senti o cheiro de sopa. Na mesma hora meu estômago embrulhou, corri para o banheiro e vomitei. Eu estava até melhorzinha e agora isso.
—Amor? - Era o Luan.
—To no banheiro. Não entra. - Pedi mas ele não me ouviu.
—O que aconteceu? - Ele Segurou meu cabelo, me dando apoio para não cair, acho que ele sabia o quanto eu estava fraca.
—Eu… Eu tô enjoada. Isso é horrível. - Reclamei fechando a tampa da privada e dando descarga.
—Você precisa comer. Está fraca. - Ele me colocou sentada na cama da privada, me deu a minha escova com o creme dental.
—Foi por causa do cheiro dessa sopa que eu me senti enjoada.
Ele me olhou estranho.
—Para de me olhar, não tem como eu engravidar e ainda mais de três dias. - Bufei.
—Eu sei… isso me deixa louco. - Ele falou passando a mão pelo próprio cabelo.
—Tudo bem. Eu só preciso descansar. Amanhã eu tô bem.
—Mas você precisa comer. Minha mãe veio até aqui para fazer a sopa que eu não ia conseguir.
—Eu não tô com fome.
Escovei meus dentes ocupando a minha boca, enxaguei e fui para a cama.
—Eu vou trazer pelo menos um pouco, você não se alimentou nada e vomitou. Tá se desidratando.
—Mas eu… - Ele me interrompeu.
—Mas nada. Eu já vou trazer seu prato.
Ele saiu sem me deixar falar. Me deitei escondendo a minha cabeça para que ele tenha dó de mim e me deixe dormir sem comer da sopa.
—Acho que ela dormiu. - Ouvi Marizete sussurrar.
—Ela tá fingindo. Acabou de acordar. - Ouvi passos. —Pietra, levanta. A sopa tá aqui.
Eu tive que tirar o edredom da cabeça e com um sorriso sem graça falei com minha sogra.
—Oi dona Mari. Boa tarde. Luan não era para preocupar sua mãe. Eu estou bem.
—Querida. Eu só vou estar preocupada se eu estivesse em casa. Aqui eu tô de olho. Come um pouquinho, vai se sentir melhor.
—Eu estou enjoada.
Ela olhou para Luan como se conversassem por olhares.
—Não estou grávida. - Murmurei cansada.
—Nunca se sabe. Tem gravidez que tem febre e…
—Mãe, a gente sabe que ela não tá grávida.
—Tem certeza? Transaram com camisinha todas as vezes? Sua menstruação veio esse mês?
—Dona Marizete, por favor. Eu tenho certeza que não estou grávida. Isso é só uma gripe e atacou minha garganta.
—Tem certeza? É melhor ir ao hospital.
—Eu tenho sim. Eu vou tomar da sopa que amanhã vou ficar melhor. Sem mais sintomas ruins.
Falei levantando rapidinho. Tudo para a minha sogra calar a boca. Ela é um amor de pessoa mas é a última pessoa que eu vou conversar sobre sexo e como eu sei que não estou grávida. Ela é a mãe que deu a luz ao cara que eu amo. Não tenho cara para falar sobre minha intimidade.
Tomei metade da sopa. Não quis opinar mas sopa definitivamente não entra na minha casa mais.
A sopa me fez soltar toda a febre que me consumia e então comecei a tirar meu casaco e a calça optando pelo meu pijama.
—Melhorou? - Luan entrou no quarto.
—Bem melhor, não sinto mais febre. Mas a dor na garganta ainda sinto. - Fiz careta ao engolir a saliva.
—Amanhã cê tá melhor.
—Sim.
Meu celular tocou e era a Érica. Atendi no mesmo instante.
—Oi.
—Oi fofinhaaaa. Sabe aquele negócio que planejamos?
—Hm. Sei. O que que tem?
—Pode ser hoje? Por favor, por favor?
—Hoje? - Olhei pro Luan que tinha a cara de interrogação. —Posso sim.
Meu corpo reclamou, droga. Eu estou doente.
—Oba. Obrigada fofinha. As nove tá? Obrigada, beijos.
—Nada. - Sorri amarelo, ainda bem que ela não estava me vendo.
—O que que tem hoje? Você não pode sair assim doente.
—Nada demais. Ela me pediu um favor e eu tenho que fazer para ela.
—Que favor?
—Cuidar dos meninos.
Dei de ombro sabendo que teria que ouvir.
—Cuidar dos meninos hoje? Você está doente. Tem que ficar de cama. Pode ser uma virose e você pode passar pro João e pro Pedro.
—Por isso que você vai estar lá para me ajudar.
—Não vou fazer o seu favor. Você trata de ligar para a Érica e desmarcar.
—Não vou desmarcar. A garota quer só um momento dela com o marido. Se fosse comigo eu ia ficar mal se ela desmarcasse.
—Momento dela com o Dudu? Eles vivem se pegando pelos cantos. Eles tem vários momentos.
—Para de reclamar. Se não quer ajudar, tudo bem. Chamo alguma das meninas da academia.
Peguei meu celular e ele tomou de mim.
—Você sabe que eu não quero você perto dessas garotas.
Eu sorri internamente. Sabia que ele ia dar um surto se eu voltasse a me aproximar das meninas.
—Então vai comigo?
—Tenho que ir né.
Ele bufou e saiu da cama indo pro banheiro.
Saiu de lá minutos depois, não falou comigo e saiu do quarto. Agora eu estava sem sono algum e fui atrás de alguma programação que me distraísse até pegar no sono de novo, ainda era final de tarde, estava um dia ensolarado mas ainda sim estava doente.
Quando acordei já estava escuro, frio. Me Encolhi toda no edredom, a febre com certeza voltou.
Levantei e peguei um comprimido engolindo sem água mesmo. Entrei no chuveiro e tomei um banho gelado bem rápido.
Coloquei uma nova roupa, bem quente. Arrumei uma bolsa para dormir na casa da Érica, colocando minhas coisas e as coisas de Luan. Botei no ombro e desci. Luan estava sentado no sofá da sala jogando vídeo game. Não sei de onde ele tirou isso mas tenho minhas suspeitas: Ele trouxe da casa dele.
—Você vai mesmo né?
—Eu tenho que que ir. Ela pediu isso para mim.
—Eu não vou discutir isso com você. Se os meninos ficarem doentes a Érica vai culpar você.
—Não vai não.
Ele me ignorou e foi para a cozinha. Me sentei no sofá e ele voltou com mistos para eu e ele comer. Comi para não contrariá-lo mais e tomei do suco de laranja. Levei as coisas para cozinha e Luan levou a minha bolsa para o carro.
Chegamos na casa deles em minutos, Érica estava bem arrumada e disse que o Dudu estava se arrumando. Luan que minutos antes estava com a pior cara que tinha, tratou bem a Érica e torcendo muito bem pela noite deles.
—Fofinha, eles estão deitados vendo desenho. Logo eles vão dormir, se caso eles acordarem tem a mamadeira deles dentro da geladeira, esquente em banho maria e dá depois de ver se não tá muito quente. - Ela pediu pegando a sua bolsa em cima do sofá.
—Pode deixar, Cacá. Vou cuidar muito bem dos meninos.
—Obrigada! - Ela beijou meu rosto e o rosto do Luan se despedindo. Ela apressou mais o Dudu que desceu, falou rapidinho comigo e com o Luan e saíram bem apressados, parecia dois adolescentes descobrindo o sexo agora.
Subi para ver os meninos, quando eles me viram na porta levantaram na cama abrindo um sorrisão.
—Oi meninos! - Beijei o rosto de cada um. —Cês tão vendo o que? - Observei a tv.
—Desenho. - Eles responderam juntos.
Eles voltaram a deitar e prestar atenção no desenho.
Desci e Luan estava deitado no sofá.
—Você pode ir pro quarto de hóspedes, pode dormir lá.
—Vai você, eu vou ficar por aqui mesmo. Você precisa descansar, está doente.
Me sentei no sofá menor, peguei meu celular e fiquei olhando minhas redes sociais.

Passava da meia noite quando Pedro acordou, ele desceu as escadas bem sonolento. Veio pro meu colo e se deitou. Luan estava acordado e ficou observando tudo.
—Me dá ele, se ele ficar muito tempo com você ele pode adoecer.
—Eu já vou levar ele pro quarto, deixa ele pegar no sono novamente.
Luan concordou e voltou a deitar assistindo um filme que ele encontrou na TV.
Ouvimos o choro do João e ele chamando pela Érica, Luan levantou e foi até o quarto.
Pedro dormiu no meu colo e eu subi até o quarto deitando ele do lado do Luan. Luan dormia junto com o João e eu preferi não acordar, Luan estava cansado por ficar cuidando de mim o dia todo.
Desci até a sala apenas para desligar as luzes e subi para o quarto de hospedes que a Érica deixou para mim e pro Luan.
Acordei no meio da noite com um choro e a voz do Luan tentando acalmar os meninos.
—Calma cara. Não chora, me diz o que cê tá sentindo? João? Fala comigo, cara. Tá sentindo alguma dor? - João negou soluçando.
—É fome. Esquenta em banho maria as mamadeiras e trás para eles? - Me sentei perto dos meninos que vieram pro meu colo.
—Mas eu não sei fazer isso. - Luan me olhou perdido.
—Coloca a mamadeira depois da água tiver bem quente e trás para cá.
Ele assim fez em dez minutos ele voltou. testei a temperatura dos leites e dei para eles tomarem, eles sabiam fazer isso.

Em meia hora eles estavam virados de lado dormindo, como os anjinhos que eram.

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