Pietra
Acho que essa gravidez está me deixando louca. A poucos minutos eu queria matar o Luan por aquela palhaçada de se preocupar com a Victória e agora mesmo eu estava me esfregando na boca dele e gostando do que estava acontecendo. Sendo que eu não consegui me entregar para o Yan que ainda saiu na pior, sei que eu poderia ter evitado aquele dia com o Yan mas agora eu nem evitei e sim gostei. Luan sabia como me enlouquecer.
—Demoraram! - Rober estava com um sorriso irônico. —Teve segundo round é?
—Cuida da sua vida, Testa. - Luan bateu na aba do seu boné, fazendo o Rober xingar.
—Que culpa eu tenho se vocês transam?
—Tem culpa eu. - Luan zoou. Rober revidou com o dedo do meio.
Roberval ainda soltou algumas pérolas me deixando mais constrangida. Me concentrei nas mensagens, mais na minha conversa com a Érica, eu contei da minha recaída, ela adorou, nem preciso dizer mais nada.
Chegamos no local do show e estava bem animado porém o clima não ajudou muito, o clima subiu tanto pela tarde que a noite - agora - choveu. Mas ninguém desanimou não, pelo contrário a gritaria lá fora era fenomenal.
—Cadê o secador? - Luan perguntou para a Carolina que se ajoelhou para procurar dentro da mala.
—Aqui. Quer que eu seque?
Ela puxou a touca dele.
—Não. Vai dá uma volta aí e depois o Roberval te chama.
Ela concordou e saiu fechando a porta atrás dela.
—Não vai se arrumar? - Falei indignada.
—Senta aqui. - Ele bateu a mão na coxa dele e eu neguei.
—Pra que?
—Eu quero falar uma coisa muito séria com você.
—Então não precisa dessa aproximação.
Me sentei no sofá.
—E nem me olha assim, eu não falei nada mas tô de olho em você com esse cabelo molhado e espero que você seque ele rapidinho.
Ele bufou virando-se de costas para mim mas mesmo assim eu encontrava seu olhar em mim através do espelho.
—Seca para mim?
—A Carol quer secar. - Falei irônica e ele revirou os olhos.
—Vou chamar ela. Quem sabe ela é mais carinhosa.
—Idiota!
—Anda logo. Para de deixar o clima estranho, isso é chato. Você se faz de bipolar e não é porque eu conheço você.
—Não sou bipolar!
—Está se fazendo de bipolar. Ou é a gravidez. Agora levanta essa bunda gostosa daí e vem secar meu cabelo.
—Idoita!
—Sou lindo é diferente.
Revirei os olhos.
—Vamos Pietra. Podemos ser amigos.
—Você lembra o que fizemos depois que saímos do hotel? Sexo. E amigos não fazem sexo.
—Se for amizade colorida faz sim.
—Mas eu não quero sua amizade colorida! - Levantei.
—Eu sei que você só quer me usar.
—Cala a boca. - Puxei seu cabelo. —Agora fica quieto.
—Adoro as mandonas.
Eu sequei seu cabelo e arrumei como ele queria.
—Eu ainda vou cortar esse cabelo e eu quero ver você com o cabelão grande.
—Você tá com inveja do meu cabelo. - Ele afinou a voz e eu ri da palhaçada dele.
—Faz o aquecimento logo.
Tornei a me sentar no sofá, folheei uma revista, Luan aqueceu o corpo e a voz, foi se vestir e a Carol voltou. Fez a maquiagem nele e logo saiu, encontrei com o contratante ele estava animado com o show, o show do Luan era o mais esperado dentre os 4 artista que subiram ao palco. Luan seria o último antes da meia noite e dali em diante séria outros artistas. Fizemos a oração, e o Luan subiu ao palco, cantando e encantando todos os presentes inclusive eu. Uma apaixonada insana. Cantei as músicas jogando meu corpo de um lado para o outro, as músicas envolviam minha mente e eu só sabia cantar.
Na contagem regressiva para o ano de 2017, Luan chamou todos da equipe e eu fiquei ao lado dele, dando a mão a ele. Fizemos a contagem e desejamos um ano próspero para todos. Voltei ao meu lugar e Luan encerrou o show.
[...]
Segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
—Bru, não precisava ter vindo. - Falei mais uma vez.
—Eu disse que viria com você para a primeira ultra. Eu quero saber se é menino ou menina!
Ela afinou mais a voz.
—Tá bom dona Bruna Domingos.
Eu estava me sentindo mal por ficar na casa do Yan mas no dia 26 de dezembro ele me ligou explicando a ida dele pro Rio, e eu o entendia, ele cansou de mim e eu não o culpava.
Bruna estava me dando o maior apoio. Ela mesma se encarregava de me levar para as minhas consultas. Algo me dizia que meu pai estava por trás disso.
—Vou poder entrar na sala com você né? - Ela perguntou assim que entramos na clínica.
—Vai. - Ri.
Entramos e eu dei meu nome na recepção.
Havia duas grávidas na minha frente, fiquei fofocando o réveillon de Bruna e Breno. O assunto rendeu tanto que tivemos que deixar o assunto para depois e entrar na sala.
—Bom dia Pietra.
—Bom dia. - Sorri de lado para o enfermeiro.
—Primeira vez que vai fazer a ultrassonografia?
—Sim. Estou ansiosa para ver o meu bebê.
—Quer saber o sexo?
—Se der eu quero sim.
Bruna segurou a minha mão me passando confiança, era bom ter uma amiga do meu lado.
—O gel é geladinho. - Ele avisou antes de espremer a bisnaga que continha o gel. Ele ligou a tela.
—Já ouviu o coração do bebê? Quer ouvir?
—Eu já ouvi mas quero ouvir de novo! - Sorri.
Ele colocou o aparelho do lado direito da minha barriga procurando pelos batimentos mas só encontrou do lado esquerdo. Bruna se assustou com os batimentos rápidos.
—Meu Deus. Muito rápido. É normal?
—É sim.
O enfermeiro sorriu.
—Agora vamos ver a imagem do bebê. Você tem uma ideia de ser menino ou menina?
—Não faço ideia. - Eu sorrindo nervoso.
—Eu quero uma menina. Eu já tenho um afilhado menino e tenho certeza que esse bebê vai ser meu afilhado mas eu quero uma menina dessa vez para fazer coisas de menina! - Bruna disse. Eu e o enfermeiro rimos.
—E aí doutor, é um menino ou uma menina?
Perguntei vendo ele encarar o monitor.
Cheguei na fase que eu mais queria na história, espero que gostem e não me matem.🌚