Capítulo 55

Pietra

Yan tirou a roupa ficando de cueca, ele se sentou na cama e eu me sentei junto a ele.

—Agora me conta.

—Bom, a minha doutora disse que pode ser normal o sangramento, ela colocou um aparelho na minha barriga para ouvir os batimentos, estava acelerado e ela disse que era assim mesmo. - Contei sorrindo.— Os exames estavam ótimos, ela disse que minha gravidez tiveram e ainda tem alguns porcentos de risco mas o risco de eu ter um aborto espontâneo caiu já que eu passo das 13 semanas. Ela disse que eu precisava tomar mais vitaminas e me receitou. É acho que é isso.

—E relações sexuais? Pode?

—Pode ué. A Érica tem dois bebês e tem um fogo com o Dudu.

Ele riu.

—Sabe o que eu estou pensando agora? - Ele perguntou.

—No que?

—Da gente fazer um amorzinho gostoso.

Ele me beijou, quando vi já estava deitada por baixo dele, ele era insistente mas também não pedi para ele parar, eu só estava desconfortável para ter outra relação com o cara que nem pai do meu bebê era.

—Yan para, por favor. - Empurrei ele assim que ele tirou a minha blusa.

—Te machuquei?

—Não… Eu só não estou preparada para isso ainda, você me entende?

Ele suspirou, levantou da cama e procurou a sua roupa vestindo em seguida.

—Vou dá uma volta.

Ele avisou antes de sair, respirei agoniada, eu precisava me entregar a ele ou então ia enlouquecer de vez.

Eu fui para o meu quarto, tomei banho e vesti um pijama me deitando logo em seguida.

Yan

Eu tive que sair de casa para me distrair, Pietra mexia com a minha sanidade, era uma menina doce, meiga, confiante e carinhosa. Eu gostava demais da companhia dela e não era só isso, eu vi nela o que eu não vi nas outras, ela tinha esse poder sobre os caras em que passaram na vida dela. Azar é do cara que magoa ela, mesmo ela sendo carinhosa ela guarda muitas mágoas de relacionamentos ruins mas eu estava aqui para mudar isso.

Acabei andando umas quadras do meu apartamento e encontrando o bar em que eu conheci a Pietra, mesmo sem saber o seu nome. Fui direto para o bar no fundo.

—Um uísque duplo, por favor. - Pedi me sentando.

—As coisas acabam saindo do controle quando a gente ama alguém, eu simplesmente perdi o amor da minha vida pra um babaca. - Um bêbado enrolava a língua do meu lado, eu conhecia essa voz.

—Luan, você já bebeu muito, você veio dirigindo né?

O barman o repreendia, olhei para o cara do meu lado e era o Luan, puta merda, esse cara já estava bêbado na casa do amigo dele e agora estava entornando mais aqui.

—Cara eu vou pagar. Põe mais uma aqui.

Luan insistia.

—Ele tá devendo alguma coisa? - Perguntei interferindo.

—Não. Eu estou preocupado com ele, ele veio dirigindo e não está bem.

—Aah é você né?! Foi ele que roubou a minha Pietra. Ela sempre foi apaixonada por mim e ele me afastava dela.

O cara riu do jeito babaca do Luan.

—Eu vou levar esse traste para casa, ou eu vou ouvir muito da Pietra que eu ignorei o amor dela. Vamos Luan!

—Vai me levar para ver a Pietra?

—Vou…

Resmunguei. Atravessamos o bar para sair, Luan não conseguia andar sem deixar de tropeçar no próprio pé. Ele dificultou descobrir qual era o seu carro, dei sorte de ter vindo a pé ou então um dos carros ia ficar aqui.

Quando encontramos o carro dele, logo o coloquei no banco do carona e assumi o banco do motorista. Chegamos rápido no meu apartamento infelizmente eu não consegui descobrir o endereço dele e não levei meu celular para ligar para Pietra.

—Eu quero ir para minha casa! - Ele resmungou quando entramos no elevador que dava ao meu andar.

—Você não me deu o endereço, então é aqui mesmo que você vai ficar.

—Vai me sequestrar também? Já não basta a Pietra.

—Cala a boca, idiota!

Reclamei.

Entramos no meu corredor e enfim entramos no meu apartamento.

—Eu já disse que quero ir para minha casa.

—Fala baixo, otário. A Pietra tá dormindo.

—Cala boca.

Ele reclamou se jogando no sofá e eu bufei.

—Quem tá aí? - Pietra apareceu no corredor de camisola

—Teu chefe! Vem cuidar dele.

—O que aconteceu? - Ela perguntou assustada.

—Pietra meu amor! - Luan se levantou e cambaleou até a Pietra.

—Encontrei ele no bar enchendo a cara.

Omiti o que ele dizia no bar.

—Meu Deus. Dá para perceber pelo mal cheiro. - Pietra tentou se afastar dele.

—Se vira para cuidar dele, porque ele estava te culpando por ele tá bebendo assim.

Pietra arregalou os olhos e tentou argumentar que não tinha culpa daquilo mas eu também não iria cuidar de um marmanjo bêbado.

Pietra

Yan foi para o quarto dele e Luan continuou a me apertar nos braços dele.

—Meu amor, ainda bem que você voltou.

—Luan, vamos pro banheiro. Você precisa de um banho!

—Vamos!

Ele se apoiou em mim e fomos para o banheiro. Ele se despiu na minha frente quando eu ia saindo ele me segurou e se abaixou colocando a cabeça na altura da minha barriga.

—Oi bebê, tá tudo bem aí dentro? Eu sou seu papai. Eu espero que você seja um meninão, mas se for uma menina que me ouça sempre, papai só quer seu bem. Não te quero perto de nenhum moleque. Eu te amo muito.

Eu não consegui segurar a emoção, era o Luan ali falando que ama o nosso filho, o filho que eu venho negando que seja dele também.

—Tá chorando? Chora não, Pipizinha.

—Vai tomar banho logo.

Virei o rosto saindo do banheiro.

Fui no quarto do Yan e pedi uma roupa para Luan dormir. Voltei para o banheiro e Luan estava no box sentado de olhos fechados.

—Luan, levanta daí. - Ele nem se mexeu. Abri a porta do box e tornei a chamar. —Levanta daí, termina logo o banho.

Me preocupei e entrei por completo no box.

—Luan! - Sacudi ele. —Isso não tem graça!

Ele sequer respondia, meu Deus. Será que ele caiu e bateu a cabeça?

Desliguei o chuveiro e me abaixei perto dele.

—Luan, acorda. - Mexi em seu cabelo e seu rosto. Em um movimento tão rápido ele me puxou para o colo dele e eu me assustei dando um grito. —Idiota!!!!! - Gritei tentando me levantar.

—Oh meu amorzinho. Não fica brava comigo não.

—Você me molhou!

—Desculpa!

Ele deu uma risada que me desarmou me fazendo rir. O riso cessou transformando em um clima romantizado. Ele olhou para a minha boca e eu para dele, eu já estava ofegante pelo susto. Ele segurou a minha nuca e acabamos com o espaço que nos faltava, um beijo cheio de saudades, um beijo cheio de amor, um último beijo, o último para nos despedir.

Opaaaaaa, aconteceu um beijo, será que vai ter volta?