30/05/2017

Capitulo 77

Luan


Ela se acomodou no meu peito prestando atenção na série. Eu estava tão feliz por ter me aproximado dela novamente, me sentia em paz, me sentia com o coração mais leve.
—Ai meu Deus! - Ela fechou os olhos escondendo no meu peito.
—Que foi? - Olhei a TV e passava uma mulher debaixo d'água.
—A Meredith caiu! - Ela falou indignada.
Revirei os olhos diante da indignação dela mas não falei nada. Ela voltou assistir mas mudou para um filme de romance muito mais meloso ainda.
Passamos a madrugada assistindo filmes, Pietra estava sem sono e eu só pensava em sexo. Mas tive que ficar na vontade, Pietra não estava afim de tirar os olhos da TV hoje.

Acordei com um calor, acho que estava no inferno e não me contaram. Abri meus olhos e tirei o cabelo da Pietra da minha cara. O edredom também nos esquentava e eu percebi que estava sem energia. Que maravilha. Pietra se mexeu com a maior cara de sono. Se espreguiçou e olhou para o ar condicionado.
—Sem luz?
—Sim. Acho que acabou a energia.
Levantei me ela me segurou.
—Que foi? - Dei um selinho nela que se transformou em um beijo.
—Só vontade de ficar assim com você suado.
—Você gosta de mim suado? - Ri.
—Gosto. Me lembra quando você chegava da academia e corria pro banheiro mas antes me agarrava e me suava! - Rimos.
—Então deixa eu te agarar mais. Precisamos relembrar o que foi gostoso.
Ela deu um gritinho quando eu passei a lingua no seu pescoço.
—Assim não vale.
—Vale sim.
—Me deixa tomar banho, vai. Estou com calor
—Vamos.
—Um de cada vez.
—Você atiça para depois correr? Que sacanagem! - Reclamei com ela desviando de mim.
Ela foi para o banheiro e demorou alguns minutos saindo de lá só de toalha.
—Que delícia hein. Assim você me mata! - Ela riu indo colocar a roupa. Eu fui tomar banho afinal estava um calor de matar. Verão é sempre assim. Tomei banho usando os produtos da Pietra, eram bem cheirosos, eu sabia que esse cheiro bom não vinha dela, vinha das coisas que ela usava, misturado com a essência natural dela. Isso que me viciava.
Sai enrolado na toalha e peguei minha mochila que estava no chão. Peguei uma cueca e uma bermuda me vestindo ali mesmo.
—Que delícia hein. Assim você me mata! - Pietra me imitou e eu gargalhei achando engraçado seu jeito de me imitar.
—Quer provar? - Provoquei-a.
—Quem sabe depois! - Ela piscou sorrindo maliciosa e logo voltou a se olhar no espelho arrumando seu cabelo.
—Sabe que eu te vejo linda de cabelo solto ou amarrado e fica mais linda ainda quando cola do meu lado. - Cantarolei e ela me olhou risonha.
—Bobão.
—Você me ama que eu sei. Por isso que eu posso ser bobão.
—Eu te largo você fica sozinho na pista.
—Nem ligo posso pegar quem eu quiser.
—Então vai atrás dessas que te querem. - Ela fechou a cara e eu abracei minha moreninha.
—Te amo mesmo emburrada.
—Vai atrás das que te querem. - Ela repetiu  me empurrando, revirei os olhos.
—Chata!
—Você que é. Quais são seus dias no Otávio?
—segunda de manhã. - Revirei os olhos.
—Não tá gostando?
—Eu tô gostando mas é de manhã, eu não penso de manhã.
—Você é um preguiçoso.
—Eu sou gostoso! - A corrigi e ela revirou os olhos. —Vai demorar muito aí?
—Terminei! - Ela se virou e foi juntando as coisas espalhadas no chão. Peguei a pequena lixeira que fizemos na noite anterior e enfim descemos.
Pietra foi ver os filhotes, eram lindos mesmo, eu tive que segurar o Lupe que não podia se aproximar muito. Tinha oito filhotes, um mais lindo que o outro e eu escolhi o mais lindo, era um macho mas não me contentei e peguei uma fêmea, ambos muito bonitos. Mas ainda não era a hora de pegar, eles eram muito miudinhos e precisava do leite da mãe que não gostou nada que eu peguei cada um deles.
—Quando você for mãe vai ser muito babona. - Ela ficou quieta na dela. —Não seria?
—Estou sendo uma ótima mãe de cachorros.
—De bebês também.
—Por que você acha que eu vou ser mãe? - Ela se virou para me olhar.
—Porque eu sei que vai ser. Você é dedicada, esforçada, sua educação vem de berço, tem bons princípios. São grande as qualidades, você é o exemplo de mulher perfeita para ser mãe.
—Eu não posso ser mãe. - Ela me olhou como se se culpasse.
—Se for muito difícil a gente adota. Você ainda continuará sendo uma mãezona dedicada e talentosa.
—Obrigada pelo apoio, você é muito especial para mim. - Ela me abraçou e isso foi muito bom ouvir, as vezes eu não acredito que ela é minha outra vez e eu preciso abraçar ela e ouvir o quanto eu sou importante para ela.
—Vamos comer alguma coisa. O que você quer comer?
Ela me olhou limpando as lágrimas.
—O que tem na geladeira?
O preparo do almoço foi muito gostoso, parecia mesmo que éramos uma família com várias ideias legais. Parecia uma família de comercial e eu gostava disso, era tão mágico ter ela aqui comigo, rindo das minhas brincadeiras.
—Tem um telefone tocando. - Falei pensativo.
—Ah é o meu, deixei no sofá.
Ela correu e foi atender, logo voltou.
—Vamos comigo para uma balada sexta?
—Sexta?
—Se não tiver show. - Deu de ombro.
—Eu acho que eu tenho. - Falei chateado. —Quem vai?
—Eu fiz amizades na academia para não malhar sozinha e elas querem sair hoje.
—Amizades é?
—Sim. - Ela deu de ombro colocando os pratos na mesa.
—Bom, eu não vou poder ir mas vai você.
—Tem certeza?
—Claro que não. Não gosto de você sozinha! - Bufei.
Ela riu.
—Relaxa, é só para comemorar o aniversário de uma delas.
—E beijar muito na boca.
—Se tiver uns gatinhos quem sabe. - Ela me provocou.
—Me provoca mesmo, dona Pietra. Você não sabe que um homem apaixonado faz!
—Vou testar para saber. - Ela riu e eu neguei, filha da mãe.

E essa balada hein? 🙊🙊

28/05/2017

Capítulo 76

Pietra


Sabe aquela expressão? “Borboletas no estômago” É isso que eu tô sentindo. Parece uma coisa ruim mas estou aqui me imaginando passeando com Luan do meu lado, rindo, conversando, falando bobagens. Eu estava muito ferrada mas eu tinha que arriscar, eu tinha que quebrar a cara mais uma vez para aprender que eu tenho azar no amor.
—Pietra. Ainda tá tomando banho?
—To terminando. - Avisei.
Terminei meu banho, me enrolei na toalha depois de me secar. Me vesti ali mesmo e penteei os cabelos molhados, sequei no secador e prendi num rabo de cavalo.
—Pronta?
—Agora sim. - Sorri de lado. Ele concordou e então descemos.
Luan me abraçou antes de entrarmos no carro, segurou minha nuca e me encarou.
—Que foi?
—Quero meu beijo que você me prometeu.
Eu sorri de lado e mordi o lábio.
—Quer ganhar?
—Quero.
—Então fecha os olhinhos. - Rimos.
Ele fez o que eu pedi bem próximo a mim. Delicadamente toquei os lábios dele com os meus dei uma leve mordidinha e suguei dando inicio ao beijo, sua língua pediu passagem e eu sedi. Ele encerrou o beijo com selinhos mas mordeu meu lábio.
—Vamos lá em casa hoje?
—Ainda não. - Ele revirou os olhos se afastando, entrei no banco do motorista e ele foi para o banco do carona.
Levei Luan para casa dele, ainda ficamos “namorando” no carro, eu insistia para ele ir mas ele não me deixar e continuava a me beijar. Parecia eu quando aprendi a beijar. Ri dos meus pensamentos.
—Agora eu vou. - Ele me beijou pela última vez e assim saiu do carro. Ele acenou para mim e eu mandei um beijo. Dei a partida e fui para a academia.

Cheguei em casa na hora do almoço, fiz apenas um lanche, alimentei meus nenéns e os levei para passear. Os deixei no anil, não tinha como cuidar deles enquanto viajava e não gostava de dar trabalho a ninguém.
Voltei para casa arrumei minhas malas e voltei para o Rio de Janeiro.

[...]


—O que tem na agenda de hoje? - Daiane chegou perguntando.
—Sessão de fotos e uma entrevista no projac.
—Qual é o primeiro?
—Sessão de fotos. 9 da manhã.
—Credo precisa ser tão cedo?
Eu ri.
—Sua mãe liberou acordar você cedo. - Sorri de lado.
—Minha mãe quer me matar.
—Quanto drama.
Ela deu língua.
Ajudei a arrumar as coisas dela, ela gostava das maquiagens dela e não gostava que outras pessoas maquiasse ela. Mas em compensação, ela era ótima, vou pedir algumas aulinhas.
Fomos para a sessão de fotos, durou duas horas ou mais. Daiane era boa muito fotogênica e não tinha uma foto que saía ruim. Sortuda.
Chegamos no projac e ela retocou a maquiagem, gravou algumas entrevistas falando sobre o papel dela. Corremos para o estúdio de gravação e ela gravou algumas falas que era preciso.
No final da tarde passamos no shopping, comemos um monte de besteiras. Dai foi fotografada por paparazzi. Fomos pro cinema e pegamos a última sessão.
No caminho meu celular começou a tocar, era o Luan. Sorri de lado.
—Oi?
—Oi.
—Tá tudo bem? - Perguntei.
—Ta. Eu liguei porque você não respondia minhas mensagens.
—Eu estou com a Dai. Era algo importante?
—Ah não, só queria saber como cê tava.
—Eu tô bem. Posso te ligar daqui a pouco? Tô chegando na casa dela.
—Beleza.
Ele encerrou a ligação e a Dai estava sorrindo com os olhos me recriminado.
—Só de papinho com o senhor Santana né.
—Nem tô.
Rimos.
Chegamos rápido na casa dela. A mãe dela preparou uma lasanha deliciosa. Tivemos que fazer uma parada na cozinha e se deliciar com a lasanha da mãe da Daiane.
Me despedi de Daiane e fui para o quarto. Tomei um banho rápido e deitei.
Peguei no celular e disquei o número dele, no mesmo instante ele atendeu.
—Demorou.
—Fui jantar e depois tomar banho. Desculpa. - Sorri mesmo sabendo que ele não veria.
—Ta no quarto já?
—Já. Hoje o dia foi longo.
—O meu foi legal.
Ficamos conversando a madrugada inteira. Ele só me deixou ir depois de saber que eu tinha que acordar as 7 da manhã.
Dormi por 3 horas e acordei. Tomei café da manhã e fomos para as gravações de programa. Quando foi encerrado Daiane teve que gravar algumas cenas, ela sabia andar pelo Rio então fui pegar minhas coisas na casa dela e ir para São Paulo, minha semana de trabalho tinha acabado. Agora era com ela nas gravações da novela. Peguei meus cachorros depois que cheguei em casa e descansei um pouco. Minha cadela estava bem cansadinha, já estava perto de da suas crias. Sua barriga estava enorme. O veterinário disse que dessa semana não passaria, mas acho que não passa de hoje.
Coloquei o Lupe no quintal e deixei que a Lili ficasse na lavanderia onde eu decidi que ela fosse dar a luz.
Escutei a campainha soar e então fui atender. Era o Luan.
—Oi minha linda. - Ele me beijou.
—Como soube que eu tinha voltado.
—Perguntei para a Dai.
—Nossa você é mais perigoso do que eu imaginava. - Ele riu.
—Vamos lá para lavanderia, eu tô ajeitando o lugar que a Lili vai dar a luz.
—Ela tá parindo?
—Ainda não mas ela tá cansada, não aguentou a vir a pé.
—Coitadinha. Ainda bem que você veio hoje.
—É.
Peguei algumas toalhas, estiquei uma para que ela se deitasse. Outras eu deixei de reserva. Peguei água e comida. Ela precisava está alimentada e saudável. Ela se levantou para comer e beber mas voltou logo a se deitar. Luan estava sentado próximo a ela fazendo carinho.
Deixamos ela sozinha, animais preferem fazer o parto sozinha, eu li isso. Então fomos comer, conversamos sobre o meu trabalho, era legal ver Luan interessado no que eu fazia.
Enquanto comia um misto quente Luan me contava sobre uma música que ele terminou de fazer com o Marquinhos, segundo ele, era linda, eu não tinha dúvidas.
—Que barulho é esse? - Ele se questionou.
—É a Lili. Acho que tá nascendo.
Corremos para ver. Um já havia nascido, Lili estava calma, estava deitada, sua barriga estava inchada. Não ousei a chegar perto demais. O veterinário orientou que eu não chegasse perto a não ser que fosse necessário, as cadelas não gostam que se aproximem e acham que vão tomar seus cachorrinhos dela. Luan tinha a expressão de nojo no rosto e eu ria do jeito dele.
—Ela vai comer aquilo em volta dos cachorrinhos né? Aí nem quero mais lanchar.
—Você é fraco demais né. - Ri.
—Da nojo. Como pode ser tão fria?
—Pra eles isso é normal. Não sou eu que vai comer. - Dei de ombro terminando meu lanche.
Limpei a bagunça que eu fiz na cozinha e fui ver se a Lili tinha dado a luz mais alguns. Nasceu mais um, completando dois nascidos, eles se mexiam movimentos lentos, sem forças nas patinhas, completamente sujos. Na mesma hora começou a nascer outro, virei-me de costas por não aguentar ver nascer. Sai dali e fui ver onde o Luan estava.
—Ta bisbilhotando o que aí na minha mala?
—Ai que susto! Estava tirando as roupas para você, te ajudando. - semicerrei os olhos.
—Sei…
Separei as roupas sujas e as limpas, levei as limpas para o quarto e as sujas enrolei levando-as para a lavanderia. Lili já tinha dado a luz a 5 filhotes e nascia mais um. Coloquei rápido as roupas lá e fui para a sala.
—Já nasceram quantos?
—6!
—Que legal.
Ele sorriu voltando atenção ao filme. Me sentei e coloquei as pernas sobre as coxas dele.
—Folgada!
—Nenhum pouco. - Sorri de lado.
Prestei atenção no filme e acabei cochilando no meio do filme.
Acordei e já estava escuro. Silêncio na casa. Andei por todos os cômodos e não achei Luan. Queria que ele estivesse aqui.
Lili já dava de mamar para os filhotes, nasceram 8. Oito filhotes lindos parecidos com ela e com o Lupi.
Falando nele, ele não parava de uivar lá fora, alimentei ele e dei carinho, ainda não era a hora dele ver os filhotes ainda. Mas decidi que ele poderia ir para o meu quarto dormir comigo, então fechei a porta da lavanderia e o deixei entrar sem deixar ele entrar na lavanderia, ele até se aproximou da porta mas desistiu quando percebeu que não conseguiria entrar.
Tinha uma mensagem do Luan no celular e eu fui ver.
“Mais tarde eu vou aí tá? Bruna quer fazer um jantar e pediu que eu estivesse presente”
“Tudo bem. Tem uma chave de baixo do tapete da porta de entrada. Quando chegar vc usa ela”
“Ok”
Deixei o aparelho de lado e fui atualizar minhas séries. Bateu uma ideia e então disquei o numero do Luan.
—Oi linda?
—Tá em casa ainda?
—Tô, vou demorar mais um pouquinho. Sabe qual era a novidade? - Ele falou animado, acho que gostou da ideia de ser tio.
—Não sei. Qual? - Eu segurei o sorriso mesmo ele não vendo.
—Vou ser tio. Bruna está grávida de gêmeos!
—Caramba. Gêmeos? isso eu não esperava.
—Eu também não esperava. Minha maninha vai ter dois bebês.
—Fala pra ela que eu tô muito feliz. Diz que ela vai ser uma mãezona.
—Quer falar com ela? Ela tá aqui.
—Calma aí. Quando você vier você trás um lanche para mim? Tô com preguiça de ir fazer alguma coisa.
—O que cê quer meu amorzinho? - Ouvi um “ownt” do lado dele. —Parem com isso cambadas! —Hein?
—Trás alguma coisa do MCdonalds, batata e milk shake de chocolate.
—Você que manda minha linda!
—Te amo! - Ele riu.  
—Só porque eu vou comprar seu lanche para você? - Parei de ouvir vozes e imaginei que ele tenha saído de perto da família dele.
—Quando você chegar eu te digo o porquê! - Ele riu.
—Tá bom minha linda. Daqui a pouco eu tô chegando!
—Tá bom amorzinho. - Aposto que ele estava sorrindo.
—Beijo na boca minha gostosa! - Ele encerrou me deixando rindo sozinha, ridículo.
Dei play de novo na minha série e fiquei assistindo até Luan chegar.
—Que que isso aí na sua cama? - Luan colocou a mão na cintura nos olhando indignado.
—Meu amante. - Abracei Lupe que abriu os olhos sonolento. Ele saiu da cama e se deitou no tapete.
—Liga a luz, quero comer.
—Gordinha! - Ele me entregou a sacola cheia. Tirei os milk shakes, tinha dois um morango e o outro chocolate. Duas cocas, batatas e dois lanches.
—Não comeu em casa não?
—Comi mas já tô com fome de novo. - Eu ri.
Ele se acomodou na cama já sem a calça e os sapatos.
—Tá vendo o que? - Apontou para a TV.
—Greys! - Ele revirou os olhos.
—Ainda não terminou isso não?
—Ainda não. Quase não tenho tempo.
—Misericórdia!
Eu ri.
Comemos tudo e quando terminamos deixamos o lixo em cima da cômoda.
—Vai me dizer porque você me ama? - Ele me olhou de canto de olho e eu ri.
—Porque você é um amorzinho. - Abracei ele.
—Sei…
—É sério. - Fiz bico e ele me beijou.
—Quero ouvir você falar agora que me ama.
—Ué você já não ouviu?
—Quero ver você falando.
Parei olhando em seus olhos.
—Eu te amo. Não é pouco e não tem como distinguir o grau de quanto eu tô fodida me apaixonando por você mas eu tô me jogando de olhos fechados nesse relacionamento e espero que eu não me arrependa. - Ele me calou com um beijo, ele me fez deitar e se deitou sobre mim sem colocar o peso dele.

—Eu te amo muito. Você não vai se arrepender. Você vai se orgulhar de ficar do meu lado.

Me desculpem pelo sumiço nesse fim de semana. Mas estão gostando desse casal lindo?

25/05/2017

Capítulo 75

Luan


Pietra me pegou na mentira e das feias.
—Anda, fala.
—Eu peguei o celular da Bruna, me passei por ela e soube.
—Qual o seu problema? Custava falar comigo pelo seu Whatsapp? Você é um idiota. - Virou-se para levantar
—Eu sei, me desculpa. Vem aqui, deixa eu te explicar.  
Me sentei na ponta da cama.
—Eu queria muito falar com você mas eu queria te dar espaço. Eu estava vendo que você estava sendo sufocada por tanta pressão minha.
—Eu estava me sentindo pressionada mas é porque você quer conversar sobre algumas coisas comigo que eu não tô preparada.
—Eu sei, eu sei que você não conversa com ninguém sobre o que eu quero conversar, me desculpa por tudo.
—Você não é o problema de me abrir para falar. eu só não consigo contar em voz alta, dá a mesma sensação de antes e isso dói.
—Eu sei, eu sei. Me desculpa - Abracei ela. —Quando você estiver preparada, você me conta, eu vou te ouvir e dizer que você ainda tá aqui. - Segurei sua mão e coloquei no meu peito.
—Pode deixar. Não se afasta de mim por achar que está sendo inconveniente.
—Você que manda, baixinha. - Beijei a testa dela.
—Me desculpa ter saído da casa da Érica e do Dudu daquele jeito, eu fiquei sem jeito.
—Relaxa. Eu entendo. Eu toquei uma ferida.
—É mas eu precisava te explicar que eu não estava grávida.
—Eu fiquei bem chateado. Eu sinto a necessidade de ter um filho com você.
—Para de pensar isso. Foca em ficar com uma mulher que possa te dar esse filho. Eu não posso mais.
—Pietra, não vamos pensar nisso nesse momento. A gente tem tanto para viver, um passo de cada vez. Eu quero te namorar, falar que você é minha namorada em todos os lugares. Quero te abraçar em todo canto sem ficar com medo de você achar ruim. Quero te levar em casa e te apresentar como namorada. Minha mãe vai adorar. Mas não me pede para se afastar por um detalhe. Eu quero você e um bebê pra gente cuidar é apenas uma das formas de amor que eu tenho vontade de te demonstrar. A gente pode transar sem camisinha o tempo inteiro, uma hora a gente acerta né? - Falei esperançoso.
—Você chega a me convencer que é o cara perfeito mas aí vem falar de sexo.
Ela riu negando.
—Eu penso com a cabeça de baixo também, ainda mais que eu tô de pau duro.
—Vai bater punheta no banheiro vai.
—Eu não. Isso não me alivia mais. Mas se você quiser fazer para mim, eu vou gostar. - Me deitei no meio da cama.
—Folgado.
Ela levantou-se e colocou o lençol que estava no chão, na cama.
—Volta para a cama.
—Hoje é terça querido, dia de ir a academia.
—voltou para aquela academia?
—To em outra. Mais perto daqui.
—Entendi. Volta pra cama, vai.
Ela me ignorou e foi no banheiro.
Voltei a deitar, com os olhos fechados, essa cama era gostosa demais, macia e com cheiro de Pietra. Senti meu lábio molhar, algo geladinho e macio. Abri os olhos e Pietra estava andando no quarto.
—Você me beijou?
—O que você acha? - Ela deu um sorriso de lado.
—Eu acho que sim. Ou eu estava de novo sonhando. - Falei confuso de verdade.
Ela voltou e se sentou no meu colo, bem em cima do meu pau dolorido.
—Quer outro para saber se estava sonhando ou não?
—Quero? Porra eu devo tá com uma puta ressaca quando acordar mas eu quero mesmo assim. - Ela sorriu. Eu só posso tá sonhando mesmo.
Ela se aproximou lentamente, aquela lentidão era torturante. Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e inclinou, eu daria tudo para ter um espelho no teto. Ela rebolou devagar o quadril. Apertei-o com força, fechando os olhos em seguida. Os lábios dela tocaram-me com tanta delicadeza, suguei o inferior e mordi com os dentes. Pedi passagem com a língua e ela cedeu calorosamente, ela sugou o meu lábio superior e mordeu como eu fiz com ela, a língua dela brincou com a minha. Era um beijo de tanta saudade, um beijo de carinho, paixão, felicidade, calor, amor. Era um beijo de amor. Eu tenho certeza disso. Tanto para mim e tanto para ela. O beijo passou de rápido para lento e carinhoso. Ela fazia um carinho tão bom na minha nuca e eu na sua cintura.
—Vamos levantar. Tenho que ir para a academia.
—Estamos namorando? - Perguntei.
—Não. Ninguém me pediu em namoro e eu também não pedi a ninguém. - Ela cerrou os olhos pensativa. Revirei os olhos.
—Você vai ver Pietra. Você vai se surpreender com o meu pedido.
—Sem pedidos em cima do palco. Parece aquelas histórias que suas fãs escrevem de você.
Eu ri pensativo.
—Você ler? - Ri.
—Já passei os olhos em algumas. Suas fãs viram e mexe me marcam nelas.
Eu ri mais uma vez imaginando aquelas histórias que na maioria das vezes eram histórias eróticas. Não que eu tenha lido mas vejo algumas partes e ria do ponto de vista das minhas fãs.
—Vai ficar aí deitado?
—To ainda sonhando com o nosso beijo. Foi surreal. Quero mais outros.
—Então levanta que vai ganhar mais um monte.
Eu levantei no mesmo segundo e esperei que ela se aproximasse.
—Mas vai ter que ir tomar banho. - Ela deu um sorriso irônico e saiu batendo na minha bunda.
—Engraçadinha! - Gritei.
Tomei um  banho rápido, vesti minha roupa e tive sorte que minha cueca estava seca. Arrumei o cabelo e fui atrás da minha Pietra.
—Café?
—Cupcake
—Cupcake não é café da manhã.
—Mas eu prefiro cupcake. É gostoso.
—Cupcake é doce e não é bom para comer no café da manhã.
Revirei os olhos entediado.
—Café também é doce.
—Quer mesmo discutir comigo? - Ela me olhou com ar de superioridade.
—Não. Me dá esse café logo.
Resmunguei me sentando no banco. Ela me entregou uma caneca de café e eu tomei me servindo com pão e queijo.
—Foi na padaria? Esse pão tá fresquinho.
—Tem uma aqui na rua. - Ela sorriu meiga.
—Olha só… Acho que vou me mudar para cá.
—Cadê aquele Luan que pediu para ir com um passo de cada vez?
Ri.
—Eu posso pular algumas casas.
—Pode continuar na sua casa.
Eu ri novamente.
—Eu me contento tendo algumas peças de roupa aqui na sua casa.
—Não me venha com roupas suas aqui, daqui a pouco você tá desfilando de cueca e arrotando alto.
—Nem faço essas coisas. - Bebi do meu café.
Ela negou rindo.
—Vou me arrumar. Já desço.
Ela se aproximou de mim e me deu um beijo no rosto. Saiu rapidinho e subiu. Sorri feito idiota.

Acho que eu estou apaixonado de novo. E pela mesma mulher. Eu só penso em como conquistá-la, não penso nos contras, só na positividade. ESTOU APAIXONADO!

Cês tão gostando de ter capítulos todos os dias?