26/06/2017

Capitulo 94

Pietra


Passei a tarde na cama, meu corpo estava dolorido. E eu acordava de hora em hora por causa do Luan. Ele colocava o termômetro de hora em hora de baixo do meu braço.
—Finalmente a febre baixou. - Ele beijou minha testa. —Liguei para minha mãe e ela me passou umas receitas para quem está com febre.
—Já passou. - Murmurei sabendo como eram aquelas receitas.
—Mas pode voltar. Eu vou ter que ir no mercado comprar alguns legumes. - Ele falou pensativo.
—Você no mercado? - Cerrei os olhos.
—Vou no mercado de alphaville, lá eu posso ir sem ninguém me parar para tirar fotos. - Ele deu de ombro.
—Aproveita e compra barra de chocolate? - Pedi manhosa e ele riu.
—Tá bom, bebê. - Ele beijou o cantinho da minha boca e então se afastou sabendo que eu ia reclamar.
—Se você ficar doente eu vou te bater!
—Duvido, Moreninha. - Ele fechou a porta rindo.
Voltei a dormir, meu corpo estava cansado.  
Quando acordei senti o cheiro de sopa. Na mesma hora meu estômago embrulhou, corri para o banheiro e vomitei. Eu estava até melhorzinha e agora isso.
—Amor? - Era o Luan.
—To no banheiro. Não entra. - Pedi mas ele não me ouviu.
—O que aconteceu? - Ele Segurou meu cabelo, me dando apoio para não cair, acho que ele sabia o quanto eu estava fraca.
—Eu… Eu tô enjoada. Isso é horrível. - Reclamei fechando a tampa da privada e dando descarga.
—Você precisa comer. Está fraca. - Ele me colocou sentada na cama da privada, me deu a minha escova com o creme dental.
—Foi por causa do cheiro dessa sopa que eu me senti enjoada.
Ele me olhou estranho.
—Para de me olhar, não tem como eu engravidar e ainda mais de três dias. - Bufei.
—Eu sei… isso me deixa louco. - Ele falou passando a mão pelo próprio cabelo.
—Tudo bem. Eu só preciso descansar. Amanhã eu tô bem.
—Mas você precisa comer. Minha mãe veio até aqui para fazer a sopa que eu não ia conseguir.
—Eu não tô com fome.
Escovei meus dentes ocupando a minha boca, enxaguei e fui para a cama.
—Eu vou trazer pelo menos um pouco, você não se alimentou nada e vomitou. Tá se desidratando.
—Mas eu… - Ele me interrompeu.
—Mas nada. Eu já vou trazer seu prato.
Ele saiu sem me deixar falar. Me deitei escondendo a minha cabeça para que ele tenha dó de mim e me deixe dormir sem comer da sopa.
—Acho que ela dormiu. - Ouvi Marizete sussurrar.
—Ela tá fingindo. Acabou de acordar. - Ouvi passos. —Pietra, levanta. A sopa tá aqui.
Eu tive que tirar o edredom da cabeça e com um sorriso sem graça falei com minha sogra.
—Oi dona Mari. Boa tarde. Luan não era para preocupar sua mãe. Eu estou bem.
—Querida. Eu só vou estar preocupada se eu estivesse em casa. Aqui eu tô de olho. Come um pouquinho, vai se sentir melhor.
—Eu estou enjoada.
Ela olhou para Luan como se conversassem por olhares.
—Não estou grávida. - Murmurei cansada.
—Nunca se sabe. Tem gravidez que tem febre e…
—Mãe, a gente sabe que ela não tá grávida.
—Tem certeza? Transaram com camisinha todas as vezes? Sua menstruação veio esse mês?
—Dona Marizete, por favor. Eu tenho certeza que não estou grávida. Isso é só uma gripe e atacou minha garganta.
—Tem certeza? É melhor ir ao hospital.
—Eu tenho sim. Eu vou tomar da sopa que amanhã vou ficar melhor. Sem mais sintomas ruins.
Falei levantando rapidinho. Tudo para a minha sogra calar a boca. Ela é um amor de pessoa mas é a última pessoa que eu vou conversar sobre sexo e como eu sei que não estou grávida. Ela é a mãe que deu a luz ao cara que eu amo. Não tenho cara para falar sobre minha intimidade.
Tomei metade da sopa. Não quis opinar mas sopa definitivamente não entra na minha casa mais.
A sopa me fez soltar toda a febre que me consumia e então comecei a tirar meu casaco e a calça optando pelo meu pijama.
—Melhorou? - Luan entrou no quarto.
—Bem melhor, não sinto mais febre. Mas a dor na garganta ainda sinto. - Fiz careta ao engolir a saliva.
—Amanhã cê tá melhor.
—Sim.
Meu celular tocou e era a Érica. Atendi no mesmo instante.
—Oi.
—Oi fofinhaaaa. Sabe aquele negócio que planejamos?
—Hm. Sei. O que que tem?
—Pode ser hoje? Por favor, por favor?
—Hoje? - Olhei pro Luan que tinha a cara de interrogação. —Posso sim.
Meu corpo reclamou, droga. Eu estou doente.
—Oba. Obrigada fofinha. As nove tá? Obrigada, beijos.
—Nada. - Sorri amarelo, ainda bem que ela não estava me vendo.
—O que que tem hoje? Você não pode sair assim doente.
—Nada demais. Ela me pediu um favor e eu tenho que fazer para ela.
—Que favor?
—Cuidar dos meninos.
Dei de ombro sabendo que teria que ouvir.
—Cuidar dos meninos hoje? Você está doente. Tem que ficar de cama. Pode ser uma virose e você pode passar pro João e pro Pedro.
—Por isso que você vai estar lá para me ajudar.
—Não vou fazer o seu favor. Você trata de ligar para a Érica e desmarcar.
—Não vou desmarcar. A garota quer só um momento dela com o marido. Se fosse comigo eu ia ficar mal se ela desmarcasse.
—Momento dela com o Dudu? Eles vivem se pegando pelos cantos. Eles tem vários momentos.
—Para de reclamar. Se não quer ajudar, tudo bem. Chamo alguma das meninas da academia.
Peguei meu celular e ele tomou de mim.
—Você sabe que eu não quero você perto dessas garotas.
Eu sorri internamente. Sabia que ele ia dar um surto se eu voltasse a me aproximar das meninas.
—Então vai comigo?
—Tenho que ir né.
Ele bufou e saiu da cama indo pro banheiro.
Saiu de lá minutos depois, não falou comigo e saiu do quarto. Agora eu estava sem sono algum e fui atrás de alguma programação que me distraísse até pegar no sono de novo, ainda era final de tarde, estava um dia ensolarado mas ainda sim estava doente.
Quando acordei já estava escuro, frio. Me Encolhi toda no edredom, a febre com certeza voltou.
Levantei e peguei um comprimido engolindo sem água mesmo. Entrei no chuveiro e tomei um banho gelado bem rápido.
Coloquei uma nova roupa, bem quente. Arrumei uma bolsa para dormir na casa da Érica, colocando minhas coisas e as coisas de Luan. Botei no ombro e desci. Luan estava sentado no sofá da sala jogando vídeo game. Não sei de onde ele tirou isso mas tenho minhas suspeitas: Ele trouxe da casa dele.
—Você vai mesmo né?
—Eu tenho que que ir. Ela pediu isso para mim.
—Eu não vou discutir isso com você. Se os meninos ficarem doentes a Érica vai culpar você.
—Não vai não.
Ele me ignorou e foi para a cozinha. Me sentei no sofá e ele voltou com mistos para eu e ele comer. Comi para não contrariá-lo mais e tomei do suco de laranja. Levei as coisas para cozinha e Luan levou a minha bolsa para o carro.
Chegamos na casa deles em minutos, Érica estava bem arrumada e disse que o Dudu estava se arrumando. Luan que minutos antes estava com a pior cara que tinha, tratou bem a Érica e torcendo muito bem pela noite deles.
—Fofinha, eles estão deitados vendo desenho. Logo eles vão dormir, se caso eles acordarem tem a mamadeira deles dentro da geladeira, esquente em banho maria e dá depois de ver se não tá muito quente. - Ela pediu pegando a sua bolsa em cima do sofá.
—Pode deixar, Cacá. Vou cuidar muito bem dos meninos.
—Obrigada! - Ela beijou meu rosto e o rosto do Luan se despedindo. Ela apressou mais o Dudu que desceu, falou rapidinho comigo e com o Luan e saíram bem apressados, parecia dois adolescentes descobrindo o sexo agora.
Subi para ver os meninos, quando eles me viram na porta levantaram na cama abrindo um sorrisão.
—Oi meninos! - Beijei o rosto de cada um. —Cês tão vendo o que? - Observei a tv.
—Desenho. - Eles responderam juntos.
Eles voltaram a deitar e prestar atenção no desenho.
Desci e Luan estava deitado no sofá.
—Você pode ir pro quarto de hóspedes, pode dormir lá.
—Vai você, eu vou ficar por aqui mesmo. Você precisa descansar, está doente.
Me sentei no sofá menor, peguei meu celular e fiquei olhando minhas redes sociais.

Passava da meia noite quando Pedro acordou, ele desceu as escadas bem sonolento. Veio pro meu colo e se deitou. Luan estava acordado e ficou observando tudo.
—Me dá ele, se ele ficar muito tempo com você ele pode adoecer.
—Eu já vou levar ele pro quarto, deixa ele pegar no sono novamente.
Luan concordou e voltou a deitar assistindo um filme que ele encontrou na TV.
Ouvimos o choro do João e ele chamando pela Érica, Luan levantou e foi até o quarto.
Pedro dormiu no meu colo e eu subi até o quarto deitando ele do lado do Luan. Luan dormia junto com o João e eu preferi não acordar, Luan estava cansado por ficar cuidando de mim o dia todo.
Desci até a sala apenas para desligar as luzes e subi para o quarto de hospedes que a Érica deixou para mim e pro Luan.
Acordei no meio da noite com um choro e a voz do Luan tentando acalmar os meninos.
—Calma cara. Não chora, me diz o que cê tá sentindo? João? Fala comigo, cara. Tá sentindo alguma dor? - João negou soluçando.
—É fome. Esquenta em banho maria as mamadeiras e trás para eles? - Me sentei perto dos meninos que vieram pro meu colo.
—Mas eu não sei fazer isso. - Luan me olhou perdido.
—Coloca a mamadeira depois da água tiver bem quente e trás para cá.
Ele assim fez em dez minutos ele voltou. testei a temperatura dos leites e dei para eles tomarem, eles sabiam fazer isso.

Em meia hora eles estavam virados de lado dormindo, como os anjinhos que eram.

24/06/2017

Capítulo 93

Luan


É a sétima vez que Pietra bufa enquanto eu tô me vestindo. Depois que a festa acabou me despedi dos meus pais, eles foram para casa e eu fiquei com a Pietra. Transamos a noite toda, ela nem se incomodou de ir tomar banho, foi se deitando e pegando no celular. Eu precisei de um bom banho, estava cansado mas vendo a Pietra bufar me deixava mais tenso, o que ela tanto olhava no celular que deixava ela com uma ruga de preocupação na testa?
—Tá tudo bem? - Perguntei vendo ela bloquear o celular e jogar do outro lado da cama.
—Estão falando de mim. - Ela disse controlando a sua respiração.
—Falando o que? - Me sentei na ponta da cama.
—falando que eu não respeitei você e o relacionamento da minha irmã. Eu sabia que não ia dar certo.
—O que exatamente eles estão falando? - Peguei o meu celular desbloqueando, muitas marcações mas eu sabia onde achar tretas, entrei num ig bem conhecido e falado no grupo de minhas fãs. “Najaasclub”. Lá estava, varios prints e um texto que eu comecei a ler em silêncio.
“Eu disse, não disse? Eles estão juntos sim, desde a época que a Pietra passou a ser assessora direta do Luan. Minhas fontes não me enganam. Mas para ser amante do cunhado até que ela se escondeu bem hein? Não nego, eu adoro. Ui, ui. Nunca gostei da Victória, sempre foi um encosto na vida do benzão. Mas ninguém é perfeito. A gente conhece a Pietra de antes, sabe que ela não tá com ele por mídia, sequer por dinheiro. Sempre teve o dinheiro que teve por mérito próprio, dá para ver como a criação das duas foram totalmente diferente e como as IRMÃS NÃO SE DAVAM MUITO BEM. Nunca se deram né, eis a questão. Será que a Pietra era apaixonadinha no cantor e a Victória correu primeiro e roubou o boy da irmã? 🙊Sério. Torço por eles, embora não tenham começado do jeito certo, mas dá para ver o quanto eles se amam pela forma que ele trata ela. “amor”, vinho na madrugada. Ele todo apaixonado olhando para ela e a mão dela no ombro dele, com os olhares de cumplicidade. Eu NUNCA vi Luan assim com qualquer mulher. E não me venham dizer que eu não ligo para a Victória, sinto muito pelo acidente que aconteceu mas que foi estranho foi.”
—Tá lendo também? Nossa, eu tô bem chateada. - Ela murmurou.
—Olha, eu li um texto só. Ela só falou verdades poxa, embora fico bem inconformado com as informações que ela recebe, a fonte dela tá bem atualizada.
Eu estava aliviado por não ter xingamentos, opressão sem argumentos.
—Qual texto você tá lendo? Eu li um que me chamava de falsa para baixo. - Estendi o meu celular para ela pegar. Ela passou os olhos no texto. —Essa pelo menos não me xingou de prostituta. - Ela murmurou.
—Para de ler esses tipo de  texto viu? Se eu pegar você lendo vou te castigar! - Falei sério mas ela deu um breve riso mas ficou séria outra vez.
—Tenho cara de adolescente para ficar de castigo?
—Tem carinha de bebê! - Segurei seu rosto com as minhas mãos e beijei suas bochechas e sua boca. —Agora bebezão. Vai tomar banho, cê tá com cheirinho de leitinho. - Ela corou violentamente e eu ri.
—Eu vou! - Ela falou se levantando e levando a coberta com ela. Quando entrou no banheiro, jogou a toalha no chão e me pediu para pegar.
—Folgada! - Gritei para ela escutar. Só ouvi a risada dela e em seguida a água caindo no chão. Me sentei pegando meu celular e abrindo meu whatsapp, escutei a melodia que o Dudu fez para uma música para mim, gostei demais, mandei mensagem para ele implorando que ele não mandasse para outro artista pois eu queria usar ela.
Pietra não demorou no chuveiro e veio toda cheirosa pro meu lado. Abri a câmera frontal vendo o ângulo,  estava meio escuro pelo quarto estar a meia luz. Tirei a foto e fiquei observando-a. Pietra com a cabeça no meu ombro, com os olhos fechados e a mão no meu braço. Eu com a cabeça sobre a cabeça dela e um sorriso enorme, acho que nunca mais deixarei de sorrir assim, não enquanto Pietra estiver do meu lado.
Abri o instagram, estava mais calmo naquela altura da madrugada, cliquei em postar a foto e fechei o aplicativo. Joguei a bomba e sai correndo. Típico do cara com medo da reação alheia.
—Que cê tá fazendo? - Pietra abriu os olhos se esticando para ver o que estava me deixando inquieto.
—Nada. Tô me ajeitando para dormir.
—Tá com sono?
Deitei corretamente na cama e ela ficou com a perna direita sobre a minha de frente para mim.
—Quero dormir para acordar junto com você. - Mexi em seus cabelos soltos. Ela fechou os olhos com um sorrisinho meigo. —Pela sua carinha tá morrendo de sono né?
—Muito!
Beijei seus lábios e ela montou em cima de mim. Ambos sabiam que era um momento de carinho. Não tinha malícia, não tinha segundas intenções ou algo do tipo.
Ela colocou a cabeça no meu peito e ficamos assim até pegarmos no sono. Eu ainda acordei sentindo o peso dela e a coloquei do meu lado. Parecia um neném dormindo. Apaguei os abajures e nos cobri com edredom por conta do ar condicionado ligado.
Voltei a pegar no sono e dormir tranquilamente.
Acordei primeiro que Pietra, vesti uma samba-canção e desci. Fui até a lavanderia e fiquei de olho nos filhotes, eles andavam tudo bem espertinhos, sem contar nos choros diários. Tive uma ideia de comprar coleiras para identificar cada um, contei quantos tinha de machos e quantos de fêmeas e eram metade, metade. Mas não ia comprar agora.
Preparei um café forte embora eu não estivesse de ressaca, eu precisava de algo forte. Fiz misto quente e aproveitei que tinha abacate e fiz um creme bem gostoso.
Lupi parecia estressado dentro de casa e então o deixei ir para o quintal e não deu outra, o cachorro correu pelo jardim me fazendo rir. Cocei a barba pensando na grama que estava crescendo, se não aparace logo ia ficar bem feio. Lá em casa não imagino quem cuida do jardim de lá.
Liguei para o meu pai e ele atendeu.
—Bença pai?
—Deus te abençoe. Vai chover por ter acordado cedo. Que foi? Pietra te tirou da cama? - Riu se divertindo com a minha cara.
—Há, há, há. Não. Ela ta dormindo e eu acordei sozinho.
—Novidade! Sentiu a minha falta foi?
—Liguei para perguntar como se apara a grama aí de casa. Porque eu nunca vi o jardim com a grama alta.
—Ah a sua mãe é que cuida do jardim dela. Por isso que ela reclama quando você pisa nos matinhos dela. Por que a pergunta?
—Ah. Eu acho que a Pietra que cuida daqui também. Mas tá meio grande porque ela tá meio sem tempo. - Falei observando o Lupi correndo pela grama.
—Então nem mexa, sua mãe quase me matou quando eu cortei para ela. A gente tenta ajudar e só leva esporro. - Ele resmungou me fazendo rir.
—Eu não faço ideia onde esteja os equipamentos. - Dei de ombro mesmo incapaz do meu pai ver.
—Deve ficar na garagem mas não corta nada mulheres reclamam que a gente não faz nada em casa mas se fizermos ainda somos errados.
Ri, conversei por mais alguns minutos, sobre as mulheres, era tão raro ter assuntos assim com o meu pai, na verdade eu tinha vergonha de dizer com quantas eu já tinha me relacionado pois meu pai viveu pouco a vida de solteiro e ele era bem certinho quando se trata de amor. Não que eu seja o errado mas eu tinha a mente aberta e tinha tempo de corrigir meus erros mas para ele nenhum erro é irreversível.
Arrumei a bandeja do café da manhã da Pietra, já passava de meio dia e ela sequer se mexia, dormia profundamente.
Entrei no quarto e deixei na cômoda a bandeja.
—Amor, acorda. - Passei a mão pelos seus cabelos. Ela resmungou virando o rosto contra a luz e puxando o edredom até a cabeça como se fosse uma tartaruga dentro da sua casinha. —Já são quase uma da tarde, cê dormiu muito gatinha.
—Ai eu tô morrendo de sono e cheia de dor de cabeça. - Ela se mexeu preguiçosamente colocando os olhos do lado de fora.
—Tá doente é? - Perguntei preocupado pela rouquidão da sua voz. Passei a mão por sua testa e pescoço para sentir a temperatura. Ela estava bastante quente mas eu era incapaz de saber o grau exato da febre dela. —Onde tem termômetro? - Levantei.
—Dentro do armário do banheiro tem uma maleta de primeiros socorros, lá tem. - Ela resmungou escondendo a cabeça da mesma forma. —E pega meu comprimido da caixinha rosinha, por favor. - Ela pediu antes que eu entrasse no banheiro. Achei a maleta e procurei pelo comprimido, li a embalagem e acabei me decepcionando um pouco, era anticoncepcional, pílula para não engravidar.
Passei a mão pelo cabelo meio inconformado mas o que eu poderia fazer? Peguei o termômetro e o comprimido que ela pediu.
—Coloca o termômetro de baixo braço aí que eu vou pegar o copo com água.
Deixei ela com o termômetro e o comprimido e desci até a geladeira atrás da água dela. Subi e lhe entreguei.
—To com 38,6.
—Tá com febre. Sabe qual remédio tomar? Quer que eu ligue para minha mãe para saber qual tomar?
—Eu sei sim. Obrigada pela preocupação. - Ela disse se levantando lentamente. —Vou tomar um banho para ver se sai essa moleza. - Ela prendeu os cabelos indo para o banheiro.
Pietra saiu do banho minutos depois, batendo os queixos, estava morrendo de frio num calor de 35 graus, sim estava um clima bom mas para ela estava frio por conta da febre.
Ela se vestiu rapidinho com um moletom bem quente e logo voltou a se deitar.
—Me dói ficar sem poder fazer nada por você e ver você doente assim.
—Eu vou ficar bem. Logo vai passar, só eu tomar o remédio na hora certa.
—É de quantas em quantas horas?
—Oito. Dá ração para o Lupe e pra Lili?
—Dou. Olha aqui tem seu café da manhã. Come um pouco. - Lhe entreguei mas ela fez careta recusando. —Você tem que comer alguma coisa, vai ficar fraca.

—To com dor na garganta e não consigo passar nada, tá doendo muito. - Ela fez careta parecia sentir dor. Me deitei ao seu lado e abracei minha menina. Aí coitadinha dela.

Cês tem que comentar meninas. Alguém ai ainda não participa do grupo da fanfic?

23/06/2017

Capitulo 92

Pietra


Luan não desconfiou de nada mesmo, ele demonstrou mesmo a surpresa em ver a família e amigos na minha casa.
—Deu tudo certo né? - Questionei a Bruna que ficou responsável pela minha casa durante a minha ausência.
—Deu sim. Mamãe ajudou muito e reclamou bastante quando eu falei que o cupcake dela não saiu como o seu. - Ela riu.
—Coitada, Bruna. - Falei e ela riu.
—Vou dá parabéns pro meu irmão. - Ela saiu rindo em direção ao Luan que abraçou a irmã com bastante força e carinho.
Ele veio na minha direção sorrindo.
—Você me enganou direitinho! - Ele me acusou risonho.
—Tinha que acreditar que não ia ter nada.
—Acreditei mesmo. Nossa não achei que ia ter uma festa bem na sua casa.
—Tinha que ser aqui, se fosse na sua você desconfiaria rápido. - Pisquei o olho para ele que me abraçou.
—Obrigado viu? De verdade. - Ele beijou o canto da minha boca, mesmo eu desviando.
—Olha a foto! - Alguém gritou e virei meu rosto para ver, era o Roberval.
—Cadê, cadê? - Luan esticou o pescoço sem se soltar de mim. Roberval mostrou para ele.
—Revela essa foto para mim? Quero colocar ela do lado da minha cama. - Luan pediu. Revirei os olhos deitando a minha cabeça no peito de Luan.
—Pode deixar. - Rober saiu tirando mais foto dos outros convidados.
—Quem que vai cuidar da churrasqueira? - Minha sogra perguntou bem alto.
—Vou dá uma olhadinha, depois alguém se vira lá porque não quero ficar com cheiro de churrasco. - Luan se soltou de mim mas eu o acompanhei para lhe mostrar onde estava as coisas.
O ajudei a temperar as carnes e fazer o seu molho favorito. Ele colocou as carnes no espeto, ligou a churrasqueira e colocou as carnes espetadas no espeto.
Fiz a maionese e a vinagrete, Mari já havia feito o arroz e a farofa. Abri o freezer e achei queijo de churrasco, pedi pro Luan colocar quando estivesse quase pronto.
Em meia hora estávamos todos comendo churrasco feito pelo aniversariante que não largou da churrasqueira para nada.
—Gostou do churrasco? - Ele colocou um pedaço de carne na minha boca.
—Uhuun. Uma delícia. - Sorri fechado por estar mastigando.
—Vamos dançar! - Ele me puxou quando começou a tocar “Medo bobo” da dupla Maiara e Maraisa.
É, e na hora que eu te beijei, foi melhor do que eu imaginei. Se eu soubesse tinha feito antes, no fundo sempre fomos bons amantes. - Ele sussurrava no meu ouvido enquanto ele dançava comigo.
—Para com isso, menino. O povo vai dizer que é a nossa música. - Tentei me soltar dele.
—Tanto amor guardado tanto tempo, a gente se prendendo à toa. Por conta de outra pessoa, só da pra saber se acontecer.
Me entreguei a dança até a música dar continuidade a outra. Érica apareceu me tirando dos braços do Luan.
—Rapidinho, Luan. Juro que devolvo ela viva e inteira. - Érica brincou já me arrastando para longe dele.
—Tá, agora fala! - Pedi, depois que ela se assegurou que estávamos sozinhas na lavanderia.
—Eu tô precisando de um favor de amiga! - Ela disse parecendo envergonhada.
—Como assim?
—Sabe aqueles favores que eu pedia pra mentir para os meus pais pra dormir na sua casa?
—Só que você ia para a casa do Yago transar com ele? - Falei mas relembrando a nossa adolescência. Érica bufou quando lembrei do nome do garoto que ela era caidinha.
—Sim, isso!
—O que que tem?
—Dessa vez eu preciso fugir é dos meus nenéns. Não consigo ter uma noite de sexo com o Dudu. - Eu ri. —Quando não é os meninos é o Dudu que vive dentro daquele estúdio. Quase acabei com os aparelhos de som dele quando tentei seduzir o Eduardo dentro do estúdio. - Eu tentei segurar a risada imaginando a cena. —Não ri! Você tem sorte de não ter um bebê ainda, porque quando tiver vai deixar de ter uma vida sexual ativa.
O seu mal humor com certeza era a falta de sexo e isso era engraçado.
—E aí, topa me ajudar?
—Como eu posso te ajudar? - Eu secava as gotinhas de lágrimas nos cantos dos olhos.
—Cuida dos meninos por uma noite? Eu juro que volto antes deles acordarem. - Ela fez expressão de piedade.
—Mas assim. Como vocês não conseguem transar?
—A culpa é toda do Eduardo. Ele acostumou dos meninos dormirem na nossa cama e os meninos não saem mais de lá. Nunca gostaram de berço, tem quarto mas é só pra dizer que tem mesmo. Porque o senhor Eduardo Borges fez as vontades dos filhos. - Minha amiga precisava de sexo urgente e eu precisava ajudar.
—Pra hoje?
—Hoje não dá. Luan tem planos pra vocês hoje. - Ela falou com desdém. —Queria eu transar. Tem meses que eu não sei o que é sexo. Tem como virar virgem de novo? - Ela perguntou pensativa.
—Não amiga! - Mordi o lábio rindo. —Me diz o dia que eu cuido deles pra você.
—Ai obrigada! Você tá salvando o meu casamento.
Ela me abraçou e eu acabei rindo.
Voltamos, fomos para a cozinha, Marizete e Bruna tentavam levar o grande bolo para a sala onde os convidados e Luan estavam.
Ajudei, ao chegarmos perto de Luan todos puxaram o “Parabéns pra você…” era tão satisfatório ver o sorriso dele, batendo palmas e cantando junto com os outros. Ele fez um sinal me chamando e eu fui para o lado dele, ele passou o braço no meu ombro me puxando pra si.
As inúmeras velas foram apagadas pelo assopro dele, o dele do meu namorado deslizou pelo grace e passou pelo meu nariz.
—Luan! - Reclamei, indignada.
—Pra ficar bonitinha. - Ele sorriu travesso.
Limpei a sujeira que ele fez.
Marizete cansada de carregar o bolo, colocou na mesa. Pegou faca, talheres e prato para servir do bolo. Luan cortou o primeiro pedaço.
—Discurso, discurso, discurso! - Começaram a gritar e eu vi que quem puxou o coro foi foi Marquinhos, Bruna e Dudu.
—Bem já que todos querem discurso no meu aniversário, eu vou dar o discurso. - Luan olhou para o bolo como se procurasse palavras ali para falar. —Passa ano e entra ano e a gente ganha uma nova esperança no coração, né? - Ele passou a olhar para a tia dele que estava do lado dele. —Eu fico feliz por ter vocês aqui comigo, de ver vocês torcendo pra mim. Não tô falando como cantor ou artista que me veem lá fora em frente às câmeras. Eu tô falando daqui, olho no olho, sentimento em cima de sentimento. Sempre gostei do de reciprocidade, sempre gostei de sentir o que a outra sentia, e eu sinto que o amor que eu tenho por todos vocês é recíproco. Especialmente de uma certa menina aqui. - O olhar dele se prendeu ao meu, e no mesmo momento eu gelei. Filho da mãe. —Ela foi dona das minhas noites mal dormidas, foi dona do meu desinteresse em ficar em família, dona das vezes que eu me fechei e esperei ela voltar. Mesmo sabendo que era incerto. Mas ela voltou e eu quero muito que seja pra ficar porque eu não aguento e nem mesmo meu coração aguenta ficar longe dela. Ela disse que queria um pedido de namoro decente e não sei se isso aqui pode ser chamado de pedido de namoro. Porque nada nesse mundo pode ser tão grandioso ou ser medido comparado ao amor que eu sinto por ela! - Seus passos rápidos chegaram diante de mim. Ele colocou o joelho esquerdo no chão, sua mão gelada tocou a minha e seu lábio tocou a mesma.
—O Aniversário é meu mas o presente é seu. Namora comigo?
Eu fechei os olhos segurando as lágrimas que acabei deixando escapar.
—É claro que eu namoro. - Falei baixinho mas todos estavam em silêncio esperando pela minha resposta e por isso todos ouviram.
Luan me abraçou, segurou meu rosto e me beijou. O beijo lento e torturante. Ele sabia como me conquistar.
—Eu ainda vou te envergonhar desse jeito!
Falei emocionada.
—Quero ver ser mais bonito que esse, moreninha. - Ela piscou um olho. —Enfim gente, ela aceitou. Obrigado pelo carinho, podem comer do bolo que eu vou sequestrar essa muié linda! - Ao terminar de falar, ele me pegou no colo, subiu as escadas e entrou no meu quarto.
—Você louco? Vamos descer! - Segurei em seus braços, rindo.
—Não. Espera um pouco, eu quero fazer uma coisa que só posso fazer entre quatro paredes! - Olhei para ele seria e estranhando. Eu não ia transar com ele sabendo que tinha convidados na minha casa que com certeza ia escutar tudo que fosse acontecer aqui.
—Ta louco?
—Não.
—Você bebeu muito. - revirei os olhos. Ele me encurralou na porta fechada e tomou meus lábios nos dele. Tentei empurrar seu ombro para se afastar mas sua insistência venceu dando vontade ao beijo.
—A gente não vai transar, bonitinha. - Ele falou como se lesse a minha mente. —Eu só queria te encher de beijos sem ninguém em cima da gente comemorando com a gente.
—Ah se for isso eu quero mais beijos! - Puxei ele pela camisa e ganhei mais beijos como eu queria.
Descemos minutos depois que o clima começou a esquentar. Estava com vergonha ainda do mini discurso do Luan com direito a pedido de namoro.
Tirei um pedaço de bolo para mim e para Luan que agora não largava do celular.
—Tá fazendo o que?
—Cortando o bolo para mim e para você. - Dei de ombro.
Ele passou o dedo no glacê e levantou, por instinto segurei o braço dele e ele me olhou como se não estivesse entendendo.
—Que?
—Não vai passar de novo no meu nariz! - Reclamei e foi aí que percebi ele filmando pelo celular. —O que você tá fazendo?
—Uma live! - Ele falou arteiro.
—Ai meu Deus. - Sussurrei apavorada e me escondendo. Luan quer ver minha cabeça fora.
—Mor fala aqui. Elas querem te ver.
Eu olhei em volta para ver se tinha alguém para me salvar, encontrei a Marizete.
—Oi querida.  - Me olhou sorrindo. —Gostou do pedido de na…
—Ah sim. - interrompi ela, sabia que as fãs do Luan entenderiam tudo e agora que minha cabeça ia rolar.
—Que foi? - Ela percebeu meu nervosismo e então fomos para a cozinha.
—Luan começou a fazer um vídeo ao vivo. Todos vão ouvir ele me chamando de amor e a senhora falando do pedido de namoro. - Contei me sentindo incomodada. Ela abriu a boca parecendo também incomodada.
—Ah menina, me desculpa. Eu não percebi que ele estava filmado.
—Não. Tudo bem. Ele é que não deveria ter feito isso. Ele nem é de fazer essas coisas. O jeito é encarar isso.
—Relaxa querida. As fãs dele vão gostar de você.
A tensão que se instalou em mim foi diminuindo, tentei não pensar muito mas estava quase impossível. Eu sei o que as antigas namoradas do Luan passaram, minha irmã passou por muita coisa e ainda teve aquela agressão que acabou não dando em nada, mas eu não queria acabar numa agressão dessas. Me preocupo com cada um ali.
—Tá fazendo o que aqui sozinha? - Luan entrou na cozinha com um copo de cerveja na mão.
—Nada, eu tô só fugindo de você com esses vídeos que você começou a fazer. - Suspirei encostando meu braço na bancada.
—Ué? Porque? Achei que era um plano para acostumar com o nosso relacionamento.
Passei as mãos no rosto, agora pouco me importando se fosse borrar minha maquiagem.
—Eu que não tô me acostumando. Antes não tinha essa história de fãs se acostumarem comigo por conta do meu relacionamento com você. Eu tô do lado mais exposto agora. - Encolhi os ombros.
—É difícil mas não desiste de mim. Você sabe que elas gostam de você, só vão ter que se acostumar com você comigo como parceira.
—Eu sei que gostam mas elas gostam contudo que eu não tenha um relacionamento sexual com você, de resto tá beleza. - Resmunguei. Luan me abraçou afagando os meus cabelos.

—Elas não gostam que eu tenha apenas um relacionamento sexual e nada mais.- Ele me encarou segurando meu queixo —Mas com você eu tenho mais que isso, o companheirismo e a nossa fidelidade. Isso eu não tive com nenhuma que passou pela minha vida e deixei ir. Você é especial, você é minha companheira, você é a minha parceira, você é minha inspiração para os dias difíceis, você me conhece, eu te conheço e sei que minhas fãs não vão ser um obstáculo para seguirmos em frente. - Ele falou tudo isso olhando para os meus olhos e eu tive certeza que não poderia ter um namorado melhor que ele, ele é único.

Alguém quer um namorado como o Luan é?