08/07/2017

Capitulo 98

Pietra

A mensagem enviada por Flavia Pavanelli era clara. “Estou triste por não ter vindo aqui no hotel que estou. Mas para compensar seu sumiço vou aparecer no seu apê pra gente matar essa nossa saudade.”  E seu contato estava como Flavinha gostosa, típico de nome de prostituta, bem a cara dela.
—Pietra, não é nada disso do que você tá pensando. Eu não tenho nada com ela.
—Eu sei que enquanto estava comigo, você não teve nada com ela. Mas não sou obrigada a ler esses tipos de mensagens no celular do meu namorado. Eu não quero ela no seu apartamento.
—Eu não lembrava que ela ainda tinha meu número. Nem eu lembrava que eu tinha salvo o número dela. Eu não tenho mais o apartamento pode ficar tranquila. Eu vendi a cobertura.
—Vendeu? Por quê?
Estranhei, dois meses atrás ele ainda tinha.
—Eu vi que aquele apartamento me afastava de todos que eu amo. Não tinha mais sentido eu ter um apartamento para ter minhas relações escondidas. Eu tenho você, tenho o nosso relacionamento e tenho a sua casa. - Eu me mantinha calada, ainda vendo o quão eu fui ciumenta, ele tinha até vendido o apartamento só pra ficar comigo. —Eu excluo o contato dela e bloqueio ela. Ó, pronto. Não vamos brigar. Estamos tão bem juntos. Temos tantos problemas adiante que qualquer briga sem motivos eu tô resolvendo o problema no mesmo instante.
Eu abracei seu corpo sem aviso prévio.
—Me desculpa pelo mini surto. Obrigada por me amar tanto assim. E é por isso que eu quero conversar sobre o nosso relacionamento.
Ele segurou a minha nuca me olhando por cima, já que meu namorado é bem alto.
—A gente vai conversar, assim que formos para sua casa.
—Nossa. - Beijei seu pescoço. —Nossa casa. - Ele me devolveu com um sorriso bem fofo.
—Bora cambada. Tamo atrasados e vocês ficam de melação aí.
Roberval entrou reclamando.
—Bom dia procê também Testa. Transou ontem? Porque eu transei ontem, a noite toda. Tô levim, calminho.
—Luan! - Bati em seu braço.
—Você sempre tá Leve e calmo, bem lerdo na verdade. - Ele provocou meu namorado e eu acabei rindo.
—te ferrar Roberval. Diz para tua amiguinha parar de me procurar.
—Que amiguinha?
—Quais né? A Flavia, essa louca quase me custou meu namoro.
—Charalho?
—Pavanelli. - Falei revirando os olhos.
—Tempão que não vejo ela. - Ele riu. —O que ela fez?
—Mandou mensagem pro meu namorado, se convidando pra ir pro apartamento dele chamando ele para ir no hotel que ela estava… - Reclamei.
—É mesmo? - Riu —Ela é louca.
—Eu disse pra ela que eu tô namorando e ela nem fez questão de se sentir intrusa. - Luan contou.
—Ela vive me dizendo que eu tenho que desenrolar ela pra tu mas tu namora.
—Nem se não namorasse. Lembra da treta que aconteceu não?
—Lembro uai. Ela quis processar todo mundo. Até tu.
E nesse assunto descemos até a van. Luan atendeu bem animado as meninas que esperavam por ele em frente ao hotel. Entrou todo sorridente.
—Elas falaram que você está linda hoje. - Ele disse mexendo no meu cabelo. A porta da van estava aberta e elas olhavam atentas para a nossa direção.
—Oi. - Falei tímida, acenando para elas.
—Ela disse obrigada pelo elogio meninas. - Luan falou.
—Você tá linda mesmo, Pietra.
—Obrigada. Vocês são mais ainda.
Elas ainda conversaram com o Luan até o Rober terminar de guardar as malas dentro da van e entrar se despedindo delas.

[...]

A semana passou rápido. Tive alguns encontros desagradáveis com o meu pai e a namorada dele. Ele ainda insistia pelo jantar como forma de desculpas.
—Tá bom pai. Vocês podem ir lá em casa. - Decidi, a fim de encerrar o assunto.
—Mas eu prefiro que seja na minha casa. As desculpas não minhas.
—Pai, eu não vou me sentir confortável lá.
—Se você não se sentir confortável você pode ir embora. Não é obrigada a ficar onde você não se sente confortável. E na sua casa não irei saber quando você estiver desconfortável.  
Acabei concordando com seu ponto de vista e aceitando ir a sua casa. Ele me passou o endereço e acabamos o assunto, me deixando levantar da mesa do restaurante do hotel.
Luan estava na academia e eu para variar nesse período tão doloroso para mim estava comendo.
“melhorou?” Era a mensagem do meu namorado.
“Estou melhor, mas ficaria bem se estivesse aqui.”
“Jaja chego aí bb”
Sorri diante das mensagens. Subi para o quarto e comecei a arrumar o quarto, para variar, Luan era bagunceiro. Aquele rostinho bonito, cheiroso e todo galanteador por trás era um bagunceiro. Ninguém é perfeito não é mesmo?
—Oi moreninha. - Ele entrou no quarto me abraçando forte.
—Aí Luan! Para com isso. - Reclamei.
—Poxa amor. Vim todo ansioso pra ficar com você e você me trata assim? - Ele me soltou.
—Eu tô arrumando a sua bagunça. Você é um bagunceiro! - Resmunguei.
—Deixa isso que eu arrumo! Não precisa.
—E quando você vai arrumar? - Virei-me encarando seu rosto suado.
—Quando fossemos. - Deu de ombro se sentando na cama.
—Não senta na cama, acabei de arrumar! - Puxei ele. —Vai tomar banho! Você tá todo suado. - Ele foi pro banheiro em silêncio. Demorou para sair de lá e eu já estava ficando impaciente pois queria fazer xixi.
Quando ele finalmente saiu, corri vendo meu namorado me olhar estranho. Voltei mais aliviada. Terminei de arrumar as coisas mas Luan já tinha bagunçado para procurar uma bermuda que estava no fundo da mala.  
—Vem cá, amor. - Ele me chamou todo manhoso.
Acabei indo, estava carente necessitando de carinho do meu namorado.
Deitei no peito dele e fiquei quietinha até dormir. Acordei pouco tempo depois e meu namorado também dormia, levantei-me e fui tomar banho. Meu banho foi rápido, sai enrolada na toalha e vesti minha lingerie. Tirei a toalha e fui atrás da minha roupa.
—Fiu, fiu! Que delícia essa minha namorada.
—Para com isso e vai se arrumar. - Resmunguei pegando minha roupa escolhida e fui para o banheiro. Me vesti e logo sai. Luan vestia a calça. Fiz uma maquiagem levinha e um rabo de cavalo simples. Me perfumei e coloquei alguns acessórios. Luan terminou de se arrumar também e então descemos. Meu pai esperava por nós com a namorada. Ela me cumprimentou mas apenas sorri fechado.
—Seja um pouco mais gentil com a Daniela, ela tá se esforçando pra ser legal com você.
—Não sou obrigada a nada! - Resmunguei andando na frente dele e indo para a van. Rober me ajudou a subir e fez o mesmo com a Daniela.
—Seu pai me contou que você vai lá em casa. - Ela disse sorrindo, parecia animada.
—É ele ainda é meu pai.
—Pietra… Ele não resolveu gostar de mim, as coisas aconteceram naturalmente como aconteceu com você e o Luan.
—Eu sei disso mas não sinto confortável com vocês dois. Vocês tem uma grande diferença de idade.
—21 anos. É muito né? Eu também fiquei receosa com o que estava acontecendo. Mas aconteceu e não foi rápido, as coisas demoraram para acontecer.
—É complicado pra mim entender. Ele é mais velho, vem de um casamento de anos que no caso era a minha mãe. Isso muda meu ponto de vista. Só isso. Eu torço pela felicidade dele, sendo do seu lado ou não mas você sendo namorada dele é muita informação para mim.
—Eu sei. Você aceitar fica no seu tempo, eu disse pra ele não pressionar mas ele insiste, Fico feliz por você ter aceitado jantar lá em casa.
—Eu também.
O assunto se encerrou quando meu pai entrou na van e o Luan também.

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