28/07/2017

Capitulo 105

Pietra



Conhecer a família do namorado nunca foi tão constrangedor como está sendo nesta tarde de domingo. Mas até que os primos do Luan eram bem legais. Camila era um amor de pessoa, Matheus também não ficava atrás. Max eu já conhecia, era um tio do Luan um pouco mais velho que o meu namorado.
Decidimos brincar na piscina já que estávamos no clima de verão, embora de noite ficasse frio. Aceitei um copo de cerveja apenas para socializar, eles bebiam e me ofereceram. A brincadeira começou depois de reclamarmos que não tinha nada para fazer naquela piscina e ficar parados fazia frio. Então a ‘guerrinha’ foi a ideia da Camila. Ela logo escolheu o Max, alegando ser mais forte, ficando minha única opção sendo o Matheus que não reclamou do meu peso, pelo contrário, ele alegou que eu era bem leve.
A guerra começou, empurrei ela e venci, comemorei e ela subiu outra vez no ombro do Max.
Dessa vez ela venceu me derrubando. Subi na intenção de derrubar mas acabei caindo outra vez. Subi e consegui derrubar ela. Comemorando em seguida. Ela subiu de novo e mais uma vez fiz ela engolir água, comemorei minha vitória abraçando Matheus. Olhei ao fundo e vi Luan me fuzilando com o olhar mas ignorei.
—Vou sair da piscina. - Avisei indo até a borda, sai da água e fui até meu namorado. —Conseguiu sair da conversa dos seus tios? - Perguntei me secando com a toalha que eu trouxe do quarto.
—Conseguiu amizade dos meus primos rápido hein? - Ele me olhou sério.
—Eles são legais. Seu tio é um amor.
—É. - Ele se limitou em falar.
—Que foi?
—Não gostei dessa a proximidade com o meu primo.
—Por que? Eles foram legais só. Tá com ciúme? - Sorri de lado tentando amolecer ele. Não tinha porque ele ficar com aquela cara dele.
—Só não achei necessário aquele abraço.
—Era pra comemorar a nossa vitória. Quer um abraço também? - Sentei-me do ladinho dele.
—Vim te dar um beijo. Mas você estava ocupada.
—Pode dar agora.
—Não sei se tá merecendo. - Ele me olhou de lado e eu já sabia que ele tinha amolecido.
—Deixa de maldade, me dá esse beijo. - Coloquei meu queixo no ombro dele e ele aproximou sua boca da minha.
—Oi primo! Quanto tempo! - Camila interrompeu nosso clima.
—Oi Mila. - Luan respondeu meio sem graça e sem espontaneidade.
—Conheci a sua nova namorada. Ela é irmã da Victória né? - Luan se mexeu incomodado.
—Sou sim. - Respondi por ele.
—Como é pegar o cunhado? - Ela perguntou e eu senti a ironia na voz dela. Eu não esperava por aquilo.
—Isso não é da sua conta, Camila.
—É melhor do que se oferecer pro primo e ele não der bola. - Olhei em seus olhos, sorrindo tranquilamente. Eu sabia da história dela com o Luan, nunca achei necessário falar sobre ela com o meu namorado. Bruna me contou que ela era a oferecida da família, não podia ver o primo querido que já sentava do lado planejando a madrugada.
Ela não esperava pela minha defesa e me encarou estática.
—E aí cara! - Max se sentou do lado da Camila, fazendo um leve toque de mão com o Luan.
—Saudade, macaco! - Luan riu. —Cadê a brechó? Opa Thefinha?
Max fechou a cara e o Luan gargalhou.
—To brincando, macaco.
—Ela pegou raiva das tuas fãs, ficam chamando ela disso.
—Brechó? - Luan voltou a gargalhar e eu olhei para ele sem entender.
—De que cês tão rindo? - Bruna chegou sentando-se ao lado do Luan.
—Só o seu irmão palhação. - Max revirou os olhos.
—Tô rindo rindo do apelido da mulher do macaco.
Bruna parece que também sabia do tal apelido e começou a rir mas bem menos que o Luan.
Camila saiu sem ser notada por todos, já eu reparei nela saindo cheia de raiva.
Uma outra prima apareceu, loira dessa vez. Ela falou com a Bruna, cumprimentou o Luan dizendo para ele melhorar logo, cumprimentou a mim e por fim o Max.
—Eu tô morrendo de fome, cês já almoçaram?
—Só falta você comer. Quer que eu coloque no prato? - Perguntei mexendo na sua camisa.
—Vamos lá. - Ele se levantou logo atrás de mim. Coloquei meu short e então fomos para a cozinha.
Apenas esquentei as panelas e coloquei no prato dele. Me sentei perto dele para fazer companhia e ficamos conversando.
—Como sabia dos moles que a Camila me dava? - Ele perguntou me olhando com o ar de riso.
—Já sabia dessa história tem tempo, Bruna me contou da vez que ela trancou a porta do banheiro e vocês ficaram meia hora dentro do banheiro. Sabe-se lá o que vocês estavam fazendo.
Luan riu de boca cheia, ele ficou vermelho tentando controlar a risada.
—Naquela vez eu não consegui fazer nada. Ela entrou no banheiro, tirou meu short e tentou fazer um boquete, ela foi tão mal que não consegui me masturbar naquela semana, simplesmente porque ela arranhou meu pau com os dedos. - Ele contou e eu caí na risada.
Não tinha motivos para ciúmes, eu apenas achei engraçado, Camila se faz de oferecida mas não conseguia fazer um simples boquete. Ok, eu acho que eu faço bem, Luan nunca reclamou.
—Bem feito! - Falei por fim, me recuperando ainda do ataque de risos. Por muito tempo não ria daquele jeito. —Que apelido é esse da mulher do Max. - Luan riu.
—Ela sempre pegava coisas emprestada das meninas e acabava não devolvendo. Mais a Bruna que não se apega em roupas, daí passava dias e ela postava foto com a roupa que a Bruna já havia postado. E sabe como é minhas fãs né? Junta foto com foto e começa a zoação. Eu vi uma foto dessas e comecei a zoar. Ela ficou puta. - Luan deu de ombro terminando de beber o suco.
—Você também não presta mesmo. - Ri.
—Presto sim. Você sabe que eu presto e muito! - Ele deu um sorriso presunçoso.
Sorri fechando meus olhos e ri daquela carinha do Luan, esquecendo completamente o assunto que estávamos falando.
Fomos para a sala e Marizete me chamou para sentar ao lado dela. Ela estava com um álbum cheia de fotos e me mostrou várias de Luan.
—Essa é a primeira foto dele, carequinha né? - Sorriu saudosamente.
—Seu bebê vai ser parecido com quem? - Uma das tias de Luan perguntou e eu corei no mesmo momento.
—Tem que ser parecido com o pai, sou um gatão! - Luan falou fazendo charme.
—Capaz de parecer mesmo. Você é a cara do Amarildo quando ele tinha a sua idade, só que sem barba. - Marizete falou olhando para o filho. —Essa aqui é tão bonitinha! - Era ele mais espertinho, deveria ter uns 5 meses, era segurado por uma mão que não identifiquei no momento mas Marizete disse que era ela segurando seu gurizinho.
—Eu quero essa foto. - Sorri boba com a lindeza da foto.
—Da para ela, mãe. Eu não dei nenhuma foto de quando eu era pequeno para ela. - Luan comentou.
—Eu vou pedir pro Amarildo duplicar algumas fotos e vou te mandar. - Ela prometeu e eu fiquei feliz. Gostei bastante de muitas fotos e fiquei alegre por ver tanta foto linda do meu namorado.
—Gostou mesmo, amor? - Luan se sentou do meu lado, agora vendo o álbum comigo já que sua mãe foi atender o pedido da Bruna de fazer brigadeiro.
—Adorei. Você era muito lindo quando era bebê.
—Ainda sou um bebê. Pode me dar de mamar que eu tô aceitando. - Ele falou baixo me fazendo rir.
—Idiota. - Bati na sua coxa.
—Quero ver algumas fotos suas quando era uma bebezinha, se bem que não cresceu muita coisa. - Ele me olhou sério.
—Que engraçadinho você! - Revirei os olhos. —Estão com a minha mãe ou com o meu pai. Mas você viu aquela vez o DVD.
—Ah é… você cantando KLB! - Ele riu. —Tão bonitinha. - Ele apertou minha bochecha e depois beijou onde ele apertou.

Eu estava gostando da família do meu namorado, não era tão ruim assim. É gostoso de ver ele dando risadas de histórias que seus tios contavam, dava para ver a alegria emanando.
Meninas vocês tem que comentar para eu poder postar mais vezes

27/07/2017

Capitulo 104

Pietra


—Pensa direitinho viu! - Marquinhos se despediu de mim com um abraço. —Meu amigo é assim, ciumento, neurótico mas é apaixonado por você. E eu brinquei que vocês iam terminar viu? Eu não quero meu amigo chorando, barbudo com mal cheiro.
Marquinhos me fez rir.
—Pode deixar, ainda vou continuar com ele. - Sorri de lado.
—Que bom ouvir isso. - Ele colocou a mão no peito e eu ri. —Bom, vou indo, avisa pra ele que eu já fui. - Ele se afastou.
—Tá bom. Boa noite! - Fechei a porta quando não dava mais para ver ele e subi depois de desligar as luzes e certificar que as portas estavam trancadas.
Abri a porta e encontrei o Luan sentado de frente para o celular, no início eu achei que ele estava gravando um vídeo. Mas daí percebi que era uma live ao vivo.
Me sentei perto da mesinha de computador e fiquei quieta ouvindo ele falar. Ele cantou a música planos da meia noite, era uma música linda, ele sabia que eu gostava dela. Daí ele cantou uma que eu não conhecia. A letra era linda, prestei atenção na letra e… Puta merda! Doía no coração aquela canção na voz dele.
Ele se despediu rápido dos fãs e encerrou a live.
—Marquinhos já foi. - Falei me levantando.
—Imaginei isso. Eu posso saber da sua resposta agora? - Ele perguntou chamando minha atenção.
—Eu já tenho sua resposta. Mas não sei se você vai gostar… - Sentei-me na ponta da cama observando ele.
—Como assim? Eu não vou gostar?
—-Não sei… - Suspirei, estava testando ele e ele estava caindo fácil, fácil.
—Pietra, não faz isso comigo. Eu te pedi perdão. - Ele se exaltou, me olhando como se não acreditasse no que ouviu.
—E eu disse que não te perdoo? Eu te perdoou sim.
—Mas, mas, mas…- Ele olhou para mim franzindo a testa.
—Eu te perdoo.
—Pietra. - Ele passou a mão no rosto e me encarou novamente. —É sério isso? Você me perdoa?
—Claro que sim. - Sorri.
—Ah vem aqui! - Ele segurou a minha mão, me puxando para ele. Me sentei pertinho dele, ele ficou encarando meu rosto, passando a pontinha do dedo pelos meus lábios , nariz e lábios. —Eu odeio ficar brigado com você, quando a gente brigar, você me bate e diz para eu virar homem. As vezes eu me sinto um moleque e faço merda.
—Pode deixar. - Sorri de lado.
—Estava com saudade desse sorriso. - Ele passou a ponta do nariz pela minha bochecha e desceu para o meu pescoço, o arrepio percorreu pela minha pele e ele riu.
—Saudade de você. - Entendi o que ele falou e eu ri.
—Você não pode fazer esforços e você já fez demais. - Tirei sua mão que já se atrevia a entrar na minha blusa.
—Eu prometo não fazer esforços, a gente vai ficar deitadinhos, fazendo um amorzinho gostoso, sem rapidez, sem esforços.
—Sem sexo. - Mais uma vez tirei sua mão do meu corpo, olhando séria para ele.
Ele acabou desistindo de mudar a minha ideia mas continuou com as carícias e os beijos, os lábios dele é tão viciante que eu senti falta dá maciez que ele tem.
—O que você e o Marcos estavam fazendo lá em baixo? - Ele perguntou depois de um tempo.
—Bebendo um vinho. Não te chamei porque você estava bravo comigo e o Marcos disse que você estava puto com ele. - Olhei para ele querendo resposta já que o Marcos não me respondeu.
—Ah ele fica dando mole pra você. Eu odeio isso e ele faz.
—Ele estava brincando com você, seu bocó.
—Bocó? Que apelido feio. - Luan riu. —Mas eu não gosto dessas brincadeiras.
—Ele sabe que eu tenho olhos só para você. -suguei seus lábios, iniciando um beijo caloroso. Ele se aproveitou do meu entusiasmo e me deitou na cama ao mesmo tempo que subia sobre meu corpo. Abri meus olhos a fim de pará-lo mas pela sua expressão a dor se fazia presente.
—Ai, aí, aí.
—Ta vendo? Eu disse que não daria certo.
Coloquei ele deitado com o máximo de travesseiros atrás dele.
—Eu só achei que daria certo. - Luan colocou a mão na minha coxa e apertou e eu tirei antes que ele achasse que daria certo outra vez.
—Vou pegar gelo, fica quieto aí.
Sai da cama, sai do quarto e desci na ponta dos pés, peguei a bolsa de gelo e subi outra vez. Luan estava ainda na mesma posição mas agora mandava áudio para alguém. Ele encerrou assim que me viu e bloqueou o telefone.
—Quem era?
—Um amigo que é compositor. Ele não sabia que eu estava de folga e me mandou mensagem perguntando se eu tinha um tempinho pra ouvir uma composição dele.
—Ah. Coloca do jeito que eu te ensinei que eu vou tomar banho. - Dei um selinho nele e sai da cama.
Tomei um banho rápido, sem molhar os cabelos e vesti um moletom do Luan, aqui estava frio e eu não vim preparada para esse frio.
—Que que isso? - Luan riu. A calça por ser dele ficava bem larga na cintura. Dava duas de mim. E suas pernas eram mais longas, então já viu né? Nem se via meus pés.
—Me deixa. - Dei de ombro rindo. Me deitei ao lado dele e liguei a TV. Lembrei de mais cedo. —Você tá bem necessitado hein. - Comentei mudando de canal.
—Como assim?
—Vendo pornografia em plena luz do dia com seu amigo do lado. - Segurei a risada, aquilo era brochante.
—Foi o filho da puta do Marquinhos, ele queria ver se aqui pegava esses canais. - Ele bufou.
—E porque pega esses canais aqui?
—Ué, esses canais são inclusos no pacote. - Ele deu de ombro.
—Poderia tirar. - Olhei pra ele.
—Tirar, amor? Deixa isso como tá, tem senha, não precisa dar de cara com isso, eu sei que você não gosta.
—Eu não gosto de saber que você ver essas coisas.
—Eu quase não vejo. - Ele fez careta como se não gostasse do conteúdo.
—Então para que pagar por uma coisa que você não usa?
—Pietra, vamos conversar sobre isso depois, outra hora. - Ele tentou ignorar essa conversa.
Embora eu não gostasse que ele visse, sei que todo homem ver essas coisas, assistir casais, grupos fazendo sexo dar tesão ao homem.
—Qual é a senha? - Perguntei colocando em um canal adulto.
—Que? - Ele demorou para raciocinar. —Pra que?
—Para assistir ué. - Dei de ombro.
—Pietra… - Ele tentou tirar o controle da minha mão. —Você não vai gostar dessas coisas, amor.
—Mas eu nunca vi. - Olhei para ele.
—Outro dia a gente ver.
—Certeza?
—Você me lembra. - Ele sorriu de lado.
—Tá. - Mudei de canal para um filme documentário e eu fiquei entretida vendo.

Luan

Pietra se ocupou vendo um filme documentário e me deixou intrigado, ela ia ver mesmo pornografia comigo? Eu fiquei nervoso quando ela pediu a senha, ela é toda delicadinha, toda menininha mas não imagino ela assistindo e se interessando pelo conteúdo. Até hoje ela é envergonhada com o corpo dela.
—Do que você tá rindo? - Ela me olhou.
—De nada meu amor.
Ela não questionou mais e voltou sua atenção para o filme.
Aquela conversa realmente me interessou bastante, queria muito saber sua opinião sobre os filmes pornográficos mas depois de saber sua opinião eu queria fazer cada coisa que ela tivesse gostado. Bom eu espero que ela goste de alguma coisa.
Acordei meio tarde no dia seguinte, não lembro quando eu dormi muito menos quando Pietra dormiu e nem quando acordou já que a mesma não estava na cama mas quase infartei quando ela saiu do banheiro amarrando a parte de baixo do biquíni, a parte de cima ainda estava desamarrado e por isso eu via seus belos seios, firmes e durinhos, com a marquinha do sol.
Ela terminou de amarrar a parte de baixo e já foi amarrando a parte de cima, se olhou no espelho e ajeitou o biquíni no seu corpo, aproveitei para olhar sua bela bunda e que bunda minha namorada tem. Tenho orgulho de ter uma mulher tão gostosa comigo, ela não era só companheira, uma bela ouvinte e amiga, ela era meu mulherão da porra.
Ela voltou para o banheiro e eu fechei meus olhos, voltando a dormir agora com a barraca armada. Se é que vocês me entendem. Mas não consegui dormir com a imagem da minha moreninha nua diante dos meus olhos.
—Amor, acorda. Já tá tarde. - Pietra veio me acordar com beijinhos no meu rosto.
—Bom dia peitos. - Falei já sabendo que a irritaria.
—Já tá bem acordadinho pro meu gosto né? - Ela sorriu fechado enquanto se afastava. —Levanta logo que sua família veio te ver.
Resmunguei bastante, eu gosto da minha família mas detestava ser o centro das atenções.
Levantei devagar, tomei banho e fiz minhas higienes. Vesti uma bermuda e uma camisa mais prática. Desci e fui recebido pela minhas tias que sempre viam com a frase “Ele ta cada vez mais bonito Marizete” acho que essa frase nunca irá mudar.
—Aqui tia. Essa é a minha nova namorada. - me retirei do assunto.
Minha tia olhou atentamente para a Pietra.
—Ela não é aquela menina que… - Interrompi ela.
—Não tia. Não é ela. - Respondi a pergunta que eu já sabia.
—Ah parece.
—Acho que vou pintar meu cabelo de loiro para não ficar tão constrangida assim. -  Pietra comentou bem baixo e eu ri.
Pietra se afastou indo para a área externa da casa. Ainda fiquei conversando com os meus familiares, contando sobre o porque da minha folga. Logo consegui fugir da conversa paralela na sala e fui atrás da minha namorada, estava sentindo muita falta dela.

Perdi o ar vendo ela brincando de guerrinha com meus primos e primas, Pietra estava nos ombros do Matheus enquanto Camila estava no ombro do Max, meu tio.


Vish, mais uma coisa pra brigarem? 👀

25/07/2017

Capítulo 103

Luan


A espera pela resposta dela era angustiante, eu queria abraçar ela e pedir perdão mil vezes e falar que íamos ficar bem, que aquilo não ia se repetir.
Alguém bateu na porta e abriu.
—Filho, o Marcos está aqui, querendo te ver. Manda ele subir? - Ainda esperei pela resposta da Pietra que não respondeu.
—Manda mãe.
—Tá bom.
Pietra se levantou de supetão e foi para o banheiro, se trancou lá e só saiu depois que Marquinhos chegou.
—E aí cara. - Marquinhos cumprimentou-me. —Melhor?
—To na mesma mas um pouco melhor. - Fiz careta.
—E que aconteceu com a Pietra? Ela tá com uma carinha de choro.
—Ah não é nada. - Menti não querendo entrar em detalhes.
—Tem certeza?
—A gente brigou, só isso.
—Vish boi, ainda é sobre ela ter te ignorado aquele dia?
—É. Não! Ah sei lá se é ou não é. Eu só queria esquecer isso e fazer ela me perdoar.
—Ela não quer saber de perdão?
—Ela não me respondeu. Depois eu converso com ela de novo.
—Cheguei numa hora errada né? Foi mal.
—Não, tudo bem. Assim dá tempo dela pensar.
—E tu? Só fica deitado aí? Não levanta essa bunda não?
—Já fui até a cozinha almoçar, já fiz esforço demais, agora tô só deitado.
—Ainda dói?
—Pra caralho. Tem horas que eu não acho posição para dormir.
—Não queria tá na tua pele. - Ele riu se deitando do meu lado. Pegou o controle da tv e ligou a mesma. —Têm porno aqui? Você deve tá precisando dar uma aliviada.
—Muda disso filho da puta. Pietra entra aí eu quero ver.
—Ela já tá brigada com você. - Deu de ombro. —Só vai ter mais um motivo para brigar contigo.  - Ele riu debochado.
—Não fala isso. Ela quis ir embora ontem, quase não dormi de olho na mala dela. Muda isso cara! - Tentei pegar da mão dele e consegui, bem na hora que eu ia mudar de canal Pietra entrou e arregalou os olhos para a televisão que passava sexo lésbico. Seria cômico se não fosse trágico.
Marquinhos tomou da minha mão o controle e desligou.
—Oi Pie, chega mais!
—Eu não. - Ela foi seca com o meu amigo, eu só não ri porque ia sobrar para mim. —Dona Marizete pediu para perguntar se vocês querem café?
—Quero não coisa linda. Queria outra coisa mas o Luan tá aqui.
—Qual é cara? - Bati forte minha mão em seu braço.
—Que foi? Tá fortinho hein?
—Fica cantando a minha namorada bem na cara dura.
—Tu vai ficar solteiro mesmo. Né Pie? - Pietra ainda sorriu antes de sair. FIlha da mãe. —Ela até sorriu, não tá mais brava contigo não.
—E eu me confio no sorriso dela? Ela sorrir planejando em como me torturar.
Meu amigo gargalhou. Ele voltou a ligar a tv mas dessa vez ele mudou de canal colocando em um desenho bobo. Ficamos conversando até a hora do jantar, meu pai que veio nos chamar. Marquinhos desceu na frente, desci devagar, ainda não podia fazer esforços.
Minha mãe me deu um beijinho no rosto e fomos até a cozinha, Pietra estava sentada do lado da Bruna e Marquinhos roubou o meu lugar sentando-se ao lado vago da Pietra.
Tive que me sentar de frente para os dois, ainda fechei a cara para o meu amigo, amigo da onça, só se for.
—Pietra me ajudou com a lasanha hoje, filho. -Minha mãe falou chamando minha atenção.
—Legal.
—Hm! Vou experimentar a famosa lasanha! - Marcos falou animado. Todos se serviam, apenas eu encarava aquele filho da mãe me apunhalando pelas costas. Eu estava com raiva mesmo. Pietra ainda não tinham me perdoado e ficava de sorrisinho com o meu amigo que se jogava para ela bem diante do meu nariz e agora fica elogiando a lasanha da minha namorada
—Nossa Pietra. Eu vou na sua casa todo dia. Essa lasanha é uma delícia. - Ele falou já levando mais uma garfada na boca.
—Filho, não vai comer? - Minha mãe reparou em mim.
—Não quero lasanha.
—A Pie fez de frango, ela sabe que você não gosta de carne moída. - Bruna empurrou uma outra travessa. —Os dois estão uma delícia, meus nenens queriam os dois sabores. - Bruna deu risada envergonhada.
—Come, meu filho. Você tem que se alimentar para melhorar e voltar para a estrada.
—Quer na boquinha, querido?
—Já sou grandinho, mãe. - Resmunguei.
—Não foi o que eu vi até ontem, Pietra teve que dar na boquinha do bebê! - Bruna riu.
—Ah eu não acredito! - Marquinhos começou a rir também, fazendo escândalo.
Aquilo foi me irritando, isso estava ficando chato.
—Eu estava com dor. - Reclamei falando alto me arrependendo no mesmo momento em que minha costela doeu.
—Oh meu amor. Vou te servir. - Minha mãe colocou no meu prato arroz e lasanha de frango. Estava uma delícia mesmo, além de linda, é uma ótima cozinheira.
Terminamos de comer e Marquinhos insistiu para lavar a louça e Pietra enxugou as louças, me deixando irritado com essa aproximação deles.
Pietra nunca foi “amiga” “melhor amiga” dos meus amigos. Ela tinha amizade por ser muito educada e eu sempre gostei desses limites que ela se auto colocou, é difícil achar mulher que coloque limites nos homens mas Pietra era sem dúvida a especial. Mas isso só durou até hoje, nesse momento ela estava rindo de algo que ele falou e pedia para ele parar com algo que ele fazia ou dizia.
—E a dor querido?
Minha mãe se sentou do meu lado.
—Tá bem forte. - Falei sincero. Estava com muita dor mas minha atenção era na minha namorada brava comigo sorrindo com o meu amigo.
—Tomou o remédio das oito horas?
—Esqueci. - resmunguei.
—Por isso a dor. Poxa vida Luan Rafael. Assim você nunca vai melhorar.
Minha mãe levantou novamente indo até a cozinha. Voltou com o comprimido e o copo com água. Tomei o remédio e ela ainda ficou me paparicando.
—O que eles estão fazendo? Tá um silêncio. - murmurei para mim mesmo mas minha mãe estava me fazendo carinho na cabeça e ouviu também.
—Estão na rede conversando lá fora.
—Nossa, eles me excluíram legal. - Reclamei.
—Mas eu tô aqui, meu bebê.
—Acho que eu não tenho namorada. - Suspirei.
—Mas tem sua mãe.
—Nem amigo.
—Mas tem eu, Luan.
—Nem irmã. Cadê ela falando nisso?
—Tá conversando com a Pietra e o Marcos. Meu Deus. Quanto drama.
—Eu vou lá neles.
—E eu vou subir, estou cansada e acordei cedo.
—Tá bom, xumba. Boa noite, dorme com os anjinhos. - Beijei sua bochecha e ela sorriu derretida.
—Eu tô adorando te ver em casa todos os dias. - Ela comentou subindo as escadas. Sorri alegre mas com uma falta que eu sentia dos palcos, nem uma semana se passou e a saudade já se faz presente.
Decidi não ir até eles, subi pro meu quarto e abri o twitter no meu celular, todos os meus fãs  já estavam avisados que todos os shows seriam remarcados mas eles não sabiam o motivo e eu não havia entrado nas minhas redes sociais para me explicar. Sabia que estavam falando sobre a briga que eu me envolvi e que meus fãs eram espertos o suficiente para perceber que minha afastação era sobre essa briga mas mal sabiam que eu estava de repouso por conta da briga.
—Oi, oi gente. - Iniciei a live pelo instagram vendo o número multiplicar mais e mais. —Oia tem bastante gente já. - Mexi na barba mal feita. Subia um monte de comentários e alguns dava para ler mas a maioria passava despercebido. —Cês tão com saudade de mim? Porque eu tô morrendo de saudade já. Dois meses é muito. - Percebi que ninguém sabia que eu ia ficar afastado dois meses, pois vi os comentários de surpresa. —Pois é, dois meses. Eu quebrei a costela e tenho que ficar de repouso, mas vim aqui fazer uma live pr'ocês. - Sorri. —Eu tô em Londrina, na chacará. Tirar esses dias de descanso. Só não posso pescar. - Fiz bico e acabei rindo vendo os comentários subir mais.
—Eu vou colocar o celular aqui. - Encostei o celular no encosto da cabeceira. —Cês querem música? - Levantei pegando o violão. Me sentei na frente do celular e coloquei o violão no meu colo. —Eu tô com a costela quebrada mas não largo do meu parceiro. - Mexi nas cordas, tirando uma melodia suave.
—Oi. - Pietra apareceu, abaixei a cabeça ignorando-a.
—Vou cantar planos da meia noite. - Preparei minha voz rapidamente e comecei a cantar.


Olha só
Vê se para de falar e vem fazer
É bem pior
Me pôr na sua boca e não morder
Vem fazer
Os meu olhos mais felizes de manhã
Vem no frio ser meu cobertor de lã
Que eu já vou
Convidado ou intruso, mas eu vou
Pro seu beijo me enganar
Que eu já vou
Convidado ou intruso, mas eu vou
Pro seu beijo me deixar bem mais confuso
Olha só
Vê se para de falar e vem fazer
É bem pior
Me pôr na sua boca e não morder
Vem fazer
Os meu olhos mais felizes de manhã
Vem no frio ser meu cobertor de lã
Me põe nos seus planos da meia noite
Abre um sorriso, um vinho, a porta
Tudo, tudo, tudo
Que eu já vou
Convidado ou intruso, mas eu vou
Pro seu beijo me enganar
Que eu já vou
Convidado ou intruso, mas eu vou
(Mas eu vou) pro seu beijo me enganar
Que eu já vou (que eu já vou)
Convidado ou intruso, mas eu vou
Pro seu beijo me enganar
Que eu já vou
Convidado ou intruso, mas eu vou
Pro seu beijo me deixar bem mais confuso
Se eu fico, eu fujo
Se eu fico
(Eu fico)

Pietra ficou observando tudo.
—Cês gostaram? - Sorri alegre. Cantar e saber que meus fãs gostam é tão prazeroso. —Escutem essa.
Era uma vez
O dia em que todo dia era bom
Delicioso gosto e o bom gosto das nuvens serem feitas de algodão
Dava pra ser herói no mesmo dia em que escolhia ser vilão
E acabava tudo em lanche, um banho quente e talvez um arranhão
Dava pra ver a ingenuidade a inocência cantando no tom
Milhões de mundos e universos tão reais quanto a nossa imaginação
Bastava um colo, um carinho e um remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupação
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido.


—Beijo, beijo. - Me despedi mandando beijo e encerrando a live.
Pietra  mantinha a cabeça erguida pelo braço que estava apoiada na perna.
—Marquinhos já foi. - Ela comentou se levantando e arrumando o casaco que ela usava.
—Imaginei isso. Eu posso saber da sua resposta agora? - Coloquei o violão onde ele estava antes e voltei para me sentar onde eu estava antes mas dessa vez olhando diretamente para a minha namorada.

Perdoa ou não perdoa? Dessa vez não tem como fugir hahaha