22/01/2017

Capítulo 25

Pietra

💞

Minha entrada já era liberada no andar da minha amiga, então apenas subi e bati na porta. Érica abriu a porta, estava com o rosto de quem chorou por horas. Não disse nada e deixei que ela me abraçasse e chorasse por mais alguns minutos.
—Agora conta o que aconteceu? - Pedi depois de muito tempo de choro e agora que ela tinha cessado era a hora de pôr para fora o acontecimento.
—Eu e o Dudu brigamos feio e  terminamos.
—Amiga… Isso é normal. - Tentei ser delicada.
—Não no meu caso, eu acho que eu tô grávida, sabe? Tem dois meses que minha menstruação atrasou e eu não tive coragem de ir no médico, não tive coragem de contar para ele. Eu sou uma fraca.
—Hey, hey, hey, você não é fraca. Só te falta coragem. Você acha que tá grávida? Vamos comprar um teste de farmácia. Ainda dá tempo. - Olhei pro relógio e marcava 20:15.
—Eu tô com medo de ser verdade.
—Não tem que ter medo. Eu vou ser titia, amiga. - Sorri a encorajando.
—Eu não tô preparada para ser mãe, isso é assustador. E se eu não for uma boa mãe? Eu vou carregar isso pelo resto da vida.
—Não pensa nisso agora. Você só vai ser boa mãe se você se cuidar nessa gravidez. Não se assusta assim, eu vou tá com você se o Eduardo não querer saber.
—Essa não é a minha preocupação. Dudu é muito carinhoso, já falou de filhos comigo e eu fugi dessa responsabilidade, eu não queria. O meu medo é se tornar responsável de uma coisa que eu não queria.
—Olha, agora o que tá feito, tá feito. Não dá para mudar o passado. Se acontecer, que seja da vontade de Deus. Você acredita que tudo que acontece é na vontade dele né? Então faça valer a pena. Se tem um bebezinho aqui, é porque você vai amar muito. - Toquei  barriga dela e deitei minha cabeça no seu ombro. —Vamos na farmácia e compramos o teste certinho e vamos ver o resultado.
Ela pareceu concordar. Levantou do sofá e foi pro banheiro, saiu de lá com o rosto melhor e pegou a bolsa.
—Dirige para mim? Eu não tô com cabeça para isso.
Concordei pegando a chave da mão dela e dirigi o carro até a farmácia mais próxima. Lá pegamos todo tipo de teste e fomos pagar, a moça assegurou que um já bastava para saber o resultado e nos indicou o melhor mas Érica estava disposta a pagar por todos eles dizendo que precisava de ter certeza para cada teste. A moça acabou se convencendo que não seria legal discutir com uma pessoa preste a saber se está grávida ou não.
Voltamos pro apartamento e logo fomos para o quarto dela.
—Toma esse primeiro. - Peguei o melhor teste que a moça que nos vendeu disse.
—Eu tô sem coragem!
—Anda, vai lá, faz xixi no potinho e vem pra cá com o resultado. Seja forte.
Ela foi. Demorou uns 10 minutos naquele banheiro e eu fiquei mexendo no celular, Luan perguntou se estava tudo bem e eu respondi que sim. Perguntou o que era e eu disse que era coisa de mulher, Luan logo reclamou que ela estava fazendo drama por uma simples cólica. Sorri de lado, Luan nem imaginava o que uma mulher passava.
—Quando é dois traços rosas é o que?
—Pera, deixa eu ler.
Procurei onde indicava os traços.
“Um traço rosa - Negativo.”
“Dois traços rosa - Positivo”
—Erica, positivo.
—Ai meu Deus. Eu tô grávida!
Ela choramingou, tive que acalmá-la, dei um copo com açúcar para ela. Isso ajudou bastante. Ela precisava se acostumar com a ideia de ser mãe.
—Eu não tenho condições para ser mãe. Nem mesmo quando eu me mudei eu me cuidei direito. Minha mãe estava certa.
—Estava nada. Você conseguiu ter responsabilidade com você. E vai ter com o bebê. Eduardo vai ajudar e o bebê não vai ter só você como responsável.
—O Eduardo já tem os meninos, ele não vai querer mais um.
—Ele vai querer sim. Você me disse que ele conversou com você sobre crianças. Ele vai ser um ótimo pai.
—Espero que sim.
—Que tal um filme para se esquecer dos problemas agora? hm?
—Só se tiver pizza.
—Se você pagar… - dei de ombro rindo.
—Folgada. Pede aí que eu vou levar esse copo para cozinha de volta.
Liguei pra pizzaria e fiz o pedido. Fomos para sala e liguei a TV. Érica me acompanhou no sofá e escolhemos o filme, já na metade do filme o entregador chegou e Érica mesmo foi pegar a pizza. Enchemos a barriga de pizza e terminamos o filme deitada, vimos mais outro mas antes que acabasse dormimos.
Acordei cedo no outro dia, Érica dormia ainda. Fiz café e bolinhos de cupcake, ela adorava. Quando terminava de rechear os bolinhos, Érica acordou.
—Bom dia, Fofinha.
—Bom dia futura gordinha. Conseguiu dormir bem?
—Melhor do que alguns dias atrás. - Sorriu pequeno se sentando em um dos bancos. —Ai que delícia, você fez cupcake de chocolate! Hmmmmm. - Mordeu dois pedaços de uma vez só.
—Seu preferido né.
—Sim. Nem mesmo minha mãe sabe fazer um desses. Você é a melhor. E por isso vai ser a madrinha do meu bebê e o Luan vai ser o padrinho, não aceito não como resposta.
—Você não presta né. Até com o seu bebê você quer me juntar com o Luan. - Ri me sentando de frente para ela. —Fique você sabendo que não precisa me juntar com ele mais. A gente conversou ontem. - Fiz suspense parando de falar.
—E?
—E ele disse que vai terminar com a Victória.
—Mas isso ela já falou desde a primeira vez.
—Ele ia terminar com ela ontem mas ela viajou para Amsterdã.
—Esperta, fugiu da forca. Espero que ele não te enrole mais. - Fez uma careta.
—Acho melhor você maneirar nas besteiras. Meu afilhado tem que nascer saudável.
—Você já se acostumou com a minha gravidez né? Nem eu que vou ser mãe ainda me acostumei.
—Claro ué. Vou ser madrinha, estou boba mesmo! Vou ser a primeira a comprar coisinhas pro meu afilhado.
—Ah não. Essa é a missão da mãe e não da madrinha. Vai fazer um filho e compra você primeiro! - Ela ficou de bico e eu gargalhei.
—Vamos juntas, pode ser?
—Tá. Agora eu preciso ir trabalhar, quer carona?
—Só se for agora.
Arrumei a bagunça que fiz na cozinha dela enquanto ela se arrumava. Dei um jeito na minha cara de sono e ela me deu carona até em casa.
—Bom dia! - Falei ao entrar na cozinha e encontrar meus pais.
—Bom dia. Passou ontem onde?
—Na Érica. Ela precisou de mim e eu fui para casa dela.
Omiti a parte em que eu fui pro apartamento do Luan.
—Parece que não tem casa. - Minha mãe começou a falar.
—Para Verônica.
—Ela tem que saber que não é mais criancinha pra ficar na casa dos outros.
—Elas são amigas. Não tem que se incomodar com isso.
—Eu vou ignorar isso. Érica me chamou, não fui por vontade própria, ela precisou de mim e eu fui ajudar.
Dei as costas e subi pro meu quarto, eu precisava dar um jeito na minha vida. Precisava sair da casa dos meus pais e viver sozinha como Érica fez com a vida dela.
Almocei no meu quarto quando meu pai me chamou, fiquei a tarde toda fazendo maratona das minhas séries. Luan ainda me ligou implorando que eu fosse pro apartamento dele mas contei a situação que se passava aqui em casa, ele insistiu, dizendo que o apartamento dele estava aberto para eu me hospedar por lá e morar com ele, já que ele resolveria a pendência com a Victória o mais rápido possível.
—Quando você resolver eu vou, depois não reclame. - Ri.
—No dia que você vir eu não vou te deixar em paz.
—Você já não me deixa. - Rimos.
—É sério , eu tô com saudade.
—Eu também. Onde você tá?
—To no Dudu.
—É mesmo? Não tá mentindo como mente para seus pais?
Ele riu.
—É sério, minha linda. Tá ouvindo a melodia? Sabe que música é?
—Qual?
Sorri feito idiota. A voz da dupla no fundo e a voz do Luan perto da minha orelha me fizeram fechar os olhos imaginar o nosso futuro juntos.
—Se você dormisse comigo hoje eu cantaria o resto para você.
—Para de me atentar. A música é linda e eu vou te cobrar.
—Tá bom minha linda. Dudu tá mandando eu desligar o celular. - Ele riu. —Ele mandou um beijo.
—Manda outro para ele. Fica bem e não vai muito tarde para casa.
—Eu ia agora se me dissesse que ia está no nosso apartamento.
—Vai trabalhar, cantor! - Rimos.
—Eu vou, eu vou. Beijo na boca.
Ele desligou antes de me deixar falar. Neguei rindo e me deitei dando play na série. Algum tempo depois me deu fome e eu decidi ir a lanchonete comprar algo para comer. Eu teria que ir a pé, por ser bem perto e porque meus pais já estavam dormindo, sabia que a lanchonete estava aberta naquele horário.
Ainda na minha rua, eu senti um carro se aproximando, no começo achei que fosse algum vizinho querendo estacionar o carro na garagem mas o carro diminuiu a velocidade no momento que se aproximou de mim, o medo se instalou em mim. Eu não poderia fazer muita coisa. Respirei fundo e continuei andando , pedindo a Deus que não fosse nada. O carro passou do meu lado e parou. Merda.
—E aí gatinha. Andando de madrugada na rua?! - Aí eu conhecia aquela voz, eu vou matar o Yan.

Gente simplesmente amo quando vocês comentam. Me dá um gás pra escrever e eu adoro isso! To a dois capítulos pra elogiar os comentários mas sempre esqueço, hoje eu lembrei. haha Amo, amo, amo.
Ah quem ainda não está no grupo do WhatsApp ainda dá tempo de entrar viu! https://chat.whatsapp.com/7HhBP9SW4Fc2aAmzZTsS9I 

4 comentários:

  1. Ahhh Érica ta grávida 👏👏👏👏
    Luan não vai gostar nadinha de saber que a Pie estava com o Yan

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  2. Babyyyyy❤❤❤👶👶 amoo
    Victoria só vai enrolar o Luan, isso se não terminar pra ficar com o outro lá.
    Pequeno infarte no meio da rua✅

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  3. Pietra é arriada por esse Luan mesmo. Se me permite, achei exagerado o "boceta" e tal. Principalmente pra menina tímida, enfim.
    Luan vai deixar ela em banho maria, certeza!
    Pula pra parte que eles casam?! Kkkkkk

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