26/01/2017

Capítulo 27


Pietra

💞



—Yan, o que faz aqui? - Perguntei me certificando que ninguém via ele entrando no meu quarto.
—Um amigo meu estava com um ingresso a mais pro Villa Mix e me chamou… Soube que seu chefe era uma das atrações e fiz um esforcinho de te achar.
—Que legal! - Sorri tentando não mostrar que estava nervosa com a presença dele. —Eu tenho que tomar banho, tá aqui no mesmo hotel?
—To nada, meu amigo tem uma casa aqui. Se você não tivesse trabalhando eu te levaria para lá. - Ele me puxou para ele.
—Ah querido. Quem me dera ter essa folga. - Ri.
—To com saudade de você sabia?
—Ainda tô naqueles dias, nem se anima! - Me afastei mentindo de novo para ele.
—Ah isso que nunca acaba! - Ele bufou. —Te encontro no camarote?
—Pode ser, eu tenho que me arrumar ainda.
—Tá legal, minha linda! - Ele beijou meu rosto e saiu do meu quarto. Respirei fundo e segui pro banheiro.
Já arrumada passei no quarto do Luan. Bati na porta e ouvi um “Espera aê” logo em seguida “Quem é?”.
—Sou eu, Pietra.
—Ah, entra.
Ele abriu a porta e me deixou entrando.
—Acabou de esconder seu namorinho de mim?
—Namoradinho? Que namoradinho?
—Ah Pietra. Faça-me o favor. Carol viu o seu namoradinho sair do seu quarto! Quanto tempo você ia me esconder isso?
—Esconder a minha amizade com o Yan? Luan, nunca te escondi nada. E que bela maquiadora fofoqueira a dona Carolina está se saindo.
—Ela comentou comigo. Veio aqui e acabou contando.
—Fofoqueira!
—Essa não é a questão. Você tá transando comigo e com aquele playboyzinho. Na maior cara de pau.
—Para de falar que eu tô te traindo porque não estamos namorando. Você continua com a minha irmã e eu não tô te jogando na cara que você tá pegando as duas irmãs!
—Você é assim mesmo? Joga na cara as coisas?
—Só quando me joga na cara que eu sou o tipo de garota que você tá acostumado a encontrar facilmente.
—Do que você tá falando?
—Da putas que você come, quer que eu desenhe? Eu não sou como elas. Não transei com o Yan. Ele é um amigo, queira você ou não. Eu não vou me afastar dele.
—Vocês transavam, quer que eu pense o que?
—Que eu te respeito, que apesar da sua situação eu ainda te respeito.
—Ei, também não é assim. Eu te respeito também. A partir do momento em que eu dei um passo pra te conquistar, eu deixei de lado a vida que eu vivia.
—Não adianta vir me contar essas coisas, você sabe melhor do que eu que você está me enrolando. Eu acho que você está atrasado, Carolina não te adiantou não?
Ele abaixou a cabeça e ignorou o que eu disse. Me sentei na cama esperando que ele se arrumasse, fiquei mexendo no meu celular até ele terminar de se vestir.
—Vamos. - Ele tentou segurar a minha mão mas me mantive longe dele, era vergonhoso a equipe dele inteira saber que ele estava tendo um caso com a cunhada dele. No elevador eu olhei bem feio para Carolina, que ela não repetisse o que fez falando da minha vida para os outros.
Luan não me deu sossego até subir no palco, sempre me pedia algo e eu ia igual uma empregada atrás das coisas que ele me pedia.
Por fim consegui sair da vista dele e fui até o camarote que Yan disse que ficou. O encontrei com uma turma de rapazes, um mais bonito que o outro.
—Oi, eu queria falar com o Yan. - Falei apontando pro meu amigo.
—Conhece ele?
—Sim!
Ele foi chamar o amigo enquanto eu observava a grandeza do local. Tinha muita gente conhecida, alguns famosos.
—Pieeeee! - Yan já estava bêbado, se aproximou de mim e eu tive certeza pelo cheiro forte. —Achei que não fosse vir mais. Vem cá deixa eu te apresentar meus amigos.
Ele me apresentou como namorada para os amigos dele, não tive coragem de negar mas quando ele estivesse sóbrio e longe dos amigos dele eu vou mandar ele desmentir aquela palhaçada.
—Eu só vim ver como você estava mesmo. Tenho que voltar pro camarim. - Menti.
—Tá bom gatinha. Depois a gente se ver, bom trabalho. - Ele agarrou minha nuca e me deu um beijo. Empurrei ele e sai pisando fundo até o camarim. No meio do caminho trombei com a equipe de alguns cantores, me misturei entre eles e esqueci do ocorrido.
O show do Luan acabou e ele teve que atender a imprensa e os convidados. Luan ficou cerca de uma hora e meia atendendo pessoas.
—Ué você não é a namorada do Yan? O que faz aqui? - Mera um dos amigos do Yan me reconheceu. Luan me olhou meio impaciente.
—Eu trabalho com o Luan Santana. - Sorri de lado.
—Ah por isso que o Yan tá se mordendo de ciúmes lá fora. - Riu.
—Ele deveria ter ciúmes dela? - Luan perguntou.
—Ah não sei, Yan me apresentou ela a pouco tempo.
—É mesmo? Que legal. - Luan estava sendo irônico.
—Pois é cara. Sortudo ele né? Ela linda.
—Muito sortudo.
—Uhum. Po cara que bom te conhecer. Cuida bem da namorada do meu amigo. - Eles fizeram um toque de mão e Luan faltou me esganar com os olhos, ele não disse nada mas me arrependia amargamente de não ter contado a verdade que eu estava solteira.
Luan atendeu o resto do pessoal que entrava e quando acabou quis ir direto para o hotel, o plano era ir pro camarote privado mas cancelou dizendo que estava cansando.
O caminho todo Luan foi quieto na dele, sem nenhuma palavra.
Entrei no meu quarto e fui direto pro banheiro, tomei um banho rápido e coloquei um pijama confortável. Peguei meu celular e sai do quarto, batendo imediatamente na porta do Luan antes que eu desistisse.
—Quem é?
—Sou eu Pietra. Queria falar com você.
Ele abriu a porta.
—O que você quer?
—Eu posso entrar?
Ele me deu passagem e fechou a porta atrás de mim.
—Pode já dizer o que veio fazer aqui?
—Você entendeu tudo errado no camarim.
—Eu entendi, Pietra. Entendi que você tem um namorado e eu vou ter que respeitar isso.
—Para com isso. Eu não tenho namorado, eu tenho você.
—Não tem não.
—Ain para de ser teimoso. Eu gosto de você, ainda não percebeu? - Me estiquei toda para alcançar seu rosto. Ele abaixou os olhos.
—O que você fez comigo Pietra? Eu estou sentindo coisas que eu nunca senti por nenhuma garota.
Sorri ao sentir seus braços me apertarem contra ele.
—Foi a mesma coisa que você fez comigo. Não vai ser fácil se afastar de mim viu! Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e ele fez o trabalho de me beijar.
—Porque sua boca é tão viciante?
—Do mesmo jeito que você por completo é viciante!  
Não perdemos mais tempo, a gente era assim, brigava e por fim se entendia na cama.

23/01/2017

Capítulo 26

Pietra

💞

—Yan, eu vou te matar.
—Entra aí, gatinha.
Ele destravou o carro.
—Você me deu um susto, idiota.
—Desculpa gatinha. Onde você tá indo? - Ele veio me beijar mas eu desviei beijando seu rosto.
—Comer.
—Ai, aí. Por isso que eu não te reconheci, tá mais gordinha.
—Fica quieto aí. Tô gorda nada!
Rimos.
—Naquela lanchonete gordurosa?
—Siiiiiim!
Me animei.
—O que faz aqui hein?
—Vim ver minha gostosa. Mas acho que vim à toa, nem um beijo descente eu ganhei.
—Deixa de ser bobo, logo cê ganha. - Ri.
—Opa. Aí sim. Quais as novidades daqui?
—Eu vou ser madrinha do bebê da Érica! - Falei entusiasmada.
—Sério? Ela tá grávida?
—Sim. Eu tô mais animada que ela. - Rimos.
—Imagino. Tá de quantos meses ela?
—Ainda não sabe mas acho que já deve ter uns 3 meses.
—Logo, logo vai ter que trocar fraldas. - Riu.
—Ela vai ser uma boa mãe.
—Também acho. - Sorriu. -Chegamos.
Descemos juntos e Yan para me acompanhar comprou um lanche para ele.
—Vamos lá pro meu apartamento?
—Vamos.
Chegamos lá e já atacamos os nossos lanches.
—E você e o seu chefinho, como estão?
—Na mesma. - Menti. Ele não imaginava o que acontecia entre eu e meu cunhado.
—Ele é muito lerdo. - Dei de ombro.
—E como vai o Rio de Janeiro?
—Frio pra cacete. Aqui tá mais frio mas nunca me acostumo com o Rio frio.
—Deve ser bom. - Sorri.
—Ah fiz uma tatuagem nova, olha só.
Ele se levantou e levantou a perna mostrando a panturrilha, era uma caveira bem desenhada.
—Nossa ficou bom hein. Fez quando?
—Tem três dias. Minha mãe falou pra cacete. - Riu.
—Minha mãe falaria comigo também. Eu quero colocar piercing.
—Onde?
—Não sei. Onde me indicaria?
—Nos mamilos. Iam ficar lindos, a sua mãe também não iria ver.
—Ai deve doer! - Fiz careta.
—Nem deve. Quando tu for lá no Rio eu te levo no estúdio. você vai amar.
—Você quer que eu me fure todinha né. - Ri.
—Só sei que você vai ficar linda. - Neguei rindo.
—Você não presta!
—Eu não disse que prestava.
Ele se jogou no sofá.
—As cariocas ficaram sem graça depois que eu te conheci. - Ele virou ficando com a perna por cima de mim.
—Nem começa! - Ri me esquivando.
—Ah poxa, por que?
—Estou menstruada.
Menti na maior cara de pau.
—Aah. Que chato hein.
Ele voltou a se sentar do meu lado e ligou a TV.
—O que vai fazer na segunda?
—Nada, vou tá de folga. Por que?
—Queria que fosse pro Rio comigo. - Deu de ombro.
—Pode ser… Eu vou amanhã viajar e só volto sábado.
—Eu poderia ir com vocês né.
—Ah. Melhor não. - Desviei o olhar. - Tô bem atarefada agora que meu pai me deu o cargo dele permanente.
—É mesmo? Que legal. Parabéns! - Me deu um selinho de surpresa, não pude nem reagir.
—Obrigada. Domingo a gente se ver e eu compro a passagem, espero que o tempo esteja melhor para a gente pegar um solzinho na praia.
—Nesse tempo? Só se for para correr uns 100 km/h.
—Vou pro Rio pro meu amigo me crucificar! - Gargalhei.
—Poderíamos ser mais que amigos, basta querer! - Ele deu de ombro sorrindo.
—Idiota. Vai me levar para casa ou não? - Me levantei.
—Vou. Espero por você domingo.
—Pode deixar.
Yan me levou até em casa, fiquei o resto da madrugada arrumando minha mala por dia seguinte.
Acordei com uma ligação no meu celular, peguei-o e logo atendi.
—Alô?
—Boa tarde dorminhoca. Passou a madrugada vendo série?
—Mais ou menos isso! - Rodei pela cama me espreguiçando. —E você passou a noite com o Dudu? - Ri.
—Passei compondo.
—Achei que tivesse passado de outro jeito.
Rimos.
—Idiota. Queria saber da minha agenda hoje.
—Vou te passar por mensagem tá? Nem mesmo eu sei.
—Tá bom minha linda. Vê e levanta logo. Preguiçosa.
Ele desligou sem me deixar protestar.
Enrolei alguns minutos na cama e finalmente fui tomar banho.
Almocei sozinha por ser fora do horário de almoço. Minha mãe me olhou de cara feia mas ignorei conversando com o meu pai.
Passei a agenda do fim de semana e fui me arrumar, já estava na hora de viajar.

[...]

Já estava cansada mesmo antes de trabalhar, só a viagem me cansou. Abri minha mala e peguei minha roupa para o show. Antes de entrar no banheiro, alguém bateu na porta do meu quarto, bufei frustrada. Abri a porta e me deparei com a pessoa que eu menos esperava aqui.

Quem será hein? 🤔

22/01/2017

Capítulo 25

Pietra

💞

Minha entrada já era liberada no andar da minha amiga, então apenas subi e bati na porta. Érica abriu a porta, estava com o rosto de quem chorou por horas. Não disse nada e deixei que ela me abraçasse e chorasse por mais alguns minutos.
—Agora conta o que aconteceu? - Pedi depois de muito tempo de choro e agora que ela tinha cessado era a hora de pôr para fora o acontecimento.
—Eu e o Dudu brigamos feio e  terminamos.
—Amiga… Isso é normal. - Tentei ser delicada.
—Não no meu caso, eu acho que eu tô grávida, sabe? Tem dois meses que minha menstruação atrasou e eu não tive coragem de ir no médico, não tive coragem de contar para ele. Eu sou uma fraca.
—Hey, hey, hey, você não é fraca. Só te falta coragem. Você acha que tá grávida? Vamos comprar um teste de farmácia. Ainda dá tempo. - Olhei pro relógio e marcava 20:15.
—Eu tô com medo de ser verdade.
—Não tem que ter medo. Eu vou ser titia, amiga. - Sorri a encorajando.
—Eu não tô preparada para ser mãe, isso é assustador. E se eu não for uma boa mãe? Eu vou carregar isso pelo resto da vida.
—Não pensa nisso agora. Você só vai ser boa mãe se você se cuidar nessa gravidez. Não se assusta assim, eu vou tá com você se o Eduardo não querer saber.
—Essa não é a minha preocupação. Dudu é muito carinhoso, já falou de filhos comigo e eu fugi dessa responsabilidade, eu não queria. O meu medo é se tornar responsável de uma coisa que eu não queria.
—Olha, agora o que tá feito, tá feito. Não dá para mudar o passado. Se acontecer, que seja da vontade de Deus. Você acredita que tudo que acontece é na vontade dele né? Então faça valer a pena. Se tem um bebezinho aqui, é porque você vai amar muito. - Toquei  barriga dela e deitei minha cabeça no seu ombro. —Vamos na farmácia e compramos o teste certinho e vamos ver o resultado.
Ela pareceu concordar. Levantou do sofá e foi pro banheiro, saiu de lá com o rosto melhor e pegou a bolsa.
—Dirige para mim? Eu não tô com cabeça para isso.
Concordei pegando a chave da mão dela e dirigi o carro até a farmácia mais próxima. Lá pegamos todo tipo de teste e fomos pagar, a moça assegurou que um já bastava para saber o resultado e nos indicou o melhor mas Érica estava disposta a pagar por todos eles dizendo que precisava de ter certeza para cada teste. A moça acabou se convencendo que não seria legal discutir com uma pessoa preste a saber se está grávida ou não.
Voltamos pro apartamento e logo fomos para o quarto dela.
—Toma esse primeiro. - Peguei o melhor teste que a moça que nos vendeu disse.
—Eu tô sem coragem!
—Anda, vai lá, faz xixi no potinho e vem pra cá com o resultado. Seja forte.
Ela foi. Demorou uns 10 minutos naquele banheiro e eu fiquei mexendo no celular, Luan perguntou se estava tudo bem e eu respondi que sim. Perguntou o que era e eu disse que era coisa de mulher, Luan logo reclamou que ela estava fazendo drama por uma simples cólica. Sorri de lado, Luan nem imaginava o que uma mulher passava.
—Quando é dois traços rosas é o que?
—Pera, deixa eu ler.
Procurei onde indicava os traços.
“Um traço rosa - Negativo.”
“Dois traços rosa - Positivo”
—Erica, positivo.
—Ai meu Deus. Eu tô grávida!
Ela choramingou, tive que acalmá-la, dei um copo com açúcar para ela. Isso ajudou bastante. Ela precisava se acostumar com a ideia de ser mãe.
—Eu não tenho condições para ser mãe. Nem mesmo quando eu me mudei eu me cuidei direito. Minha mãe estava certa.
—Estava nada. Você conseguiu ter responsabilidade com você. E vai ter com o bebê. Eduardo vai ajudar e o bebê não vai ter só você como responsável.
—O Eduardo já tem os meninos, ele não vai querer mais um.
—Ele vai querer sim. Você me disse que ele conversou com você sobre crianças. Ele vai ser um ótimo pai.
—Espero que sim.
—Que tal um filme para se esquecer dos problemas agora? hm?
—Só se tiver pizza.
—Se você pagar… - dei de ombro rindo.
—Folgada. Pede aí que eu vou levar esse copo para cozinha de volta.
Liguei pra pizzaria e fiz o pedido. Fomos para sala e liguei a TV. Érica me acompanhou no sofá e escolhemos o filme, já na metade do filme o entregador chegou e Érica mesmo foi pegar a pizza. Enchemos a barriga de pizza e terminamos o filme deitada, vimos mais outro mas antes que acabasse dormimos.
Acordei cedo no outro dia, Érica dormia ainda. Fiz café e bolinhos de cupcake, ela adorava. Quando terminava de rechear os bolinhos, Érica acordou.
—Bom dia, Fofinha.
—Bom dia futura gordinha. Conseguiu dormir bem?
—Melhor do que alguns dias atrás. - Sorriu pequeno se sentando em um dos bancos. —Ai que delícia, você fez cupcake de chocolate! Hmmmmm. - Mordeu dois pedaços de uma vez só.
—Seu preferido né.
—Sim. Nem mesmo minha mãe sabe fazer um desses. Você é a melhor. E por isso vai ser a madrinha do meu bebê e o Luan vai ser o padrinho, não aceito não como resposta.
—Você não presta né. Até com o seu bebê você quer me juntar com o Luan. - Ri me sentando de frente para ela. —Fique você sabendo que não precisa me juntar com ele mais. A gente conversou ontem. - Fiz suspense parando de falar.
—E?
—E ele disse que vai terminar com a Victória.
—Mas isso ela já falou desde a primeira vez.
—Ele ia terminar com ela ontem mas ela viajou para Amsterdã.
—Esperta, fugiu da forca. Espero que ele não te enrole mais. - Fez uma careta.
—Acho melhor você maneirar nas besteiras. Meu afilhado tem que nascer saudável.
—Você já se acostumou com a minha gravidez né? Nem eu que vou ser mãe ainda me acostumei.
—Claro ué. Vou ser madrinha, estou boba mesmo! Vou ser a primeira a comprar coisinhas pro meu afilhado.
—Ah não. Essa é a missão da mãe e não da madrinha. Vai fazer um filho e compra você primeiro! - Ela ficou de bico e eu gargalhei.
—Vamos juntas, pode ser?
—Tá. Agora eu preciso ir trabalhar, quer carona?
—Só se for agora.
Arrumei a bagunça que fiz na cozinha dela enquanto ela se arrumava. Dei um jeito na minha cara de sono e ela me deu carona até em casa.
—Bom dia! - Falei ao entrar na cozinha e encontrar meus pais.
—Bom dia. Passou ontem onde?
—Na Érica. Ela precisou de mim e eu fui para casa dela.
Omiti a parte em que eu fui pro apartamento do Luan.
—Parece que não tem casa. - Minha mãe começou a falar.
—Para Verônica.
—Ela tem que saber que não é mais criancinha pra ficar na casa dos outros.
—Elas são amigas. Não tem que se incomodar com isso.
—Eu vou ignorar isso. Érica me chamou, não fui por vontade própria, ela precisou de mim e eu fui ajudar.
Dei as costas e subi pro meu quarto, eu precisava dar um jeito na minha vida. Precisava sair da casa dos meus pais e viver sozinha como Érica fez com a vida dela.
Almocei no meu quarto quando meu pai me chamou, fiquei a tarde toda fazendo maratona das minhas séries. Luan ainda me ligou implorando que eu fosse pro apartamento dele mas contei a situação que se passava aqui em casa, ele insistiu, dizendo que o apartamento dele estava aberto para eu me hospedar por lá e morar com ele, já que ele resolveria a pendência com a Victória o mais rápido possível.
—Quando você resolver eu vou, depois não reclame. - Ri.
—No dia que você vir eu não vou te deixar em paz.
—Você já não me deixa. - Rimos.
—É sério , eu tô com saudade.
—Eu também. Onde você tá?
—To no Dudu.
—É mesmo? Não tá mentindo como mente para seus pais?
Ele riu.
—É sério, minha linda. Tá ouvindo a melodia? Sabe que música é?
—Qual?
Sorri feito idiota. A voz da dupla no fundo e a voz do Luan perto da minha orelha me fizeram fechar os olhos imaginar o nosso futuro juntos.
—Se você dormisse comigo hoje eu cantaria o resto para você.
—Para de me atentar. A música é linda e eu vou te cobrar.
—Tá bom minha linda. Dudu tá mandando eu desligar o celular. - Ele riu. —Ele mandou um beijo.
—Manda outro para ele. Fica bem e não vai muito tarde para casa.
—Eu ia agora se me dissesse que ia está no nosso apartamento.
—Vai trabalhar, cantor! - Rimos.
—Eu vou, eu vou. Beijo na boca.
Ele desligou antes de me deixar falar. Neguei rindo e me deitei dando play na série. Algum tempo depois me deu fome e eu decidi ir a lanchonete comprar algo para comer. Eu teria que ir a pé, por ser bem perto e porque meus pais já estavam dormindo, sabia que a lanchonete estava aberta naquele horário.
Ainda na minha rua, eu senti um carro se aproximando, no começo achei que fosse algum vizinho querendo estacionar o carro na garagem mas o carro diminuiu a velocidade no momento que se aproximou de mim, o medo se instalou em mim. Eu não poderia fazer muita coisa. Respirei fundo e continuei andando , pedindo a Deus que não fosse nada. O carro passou do meu lado e parou. Merda.
—E aí gatinha. Andando de madrugada na rua?! - Aí eu conhecia aquela voz, eu vou matar o Yan.

Gente simplesmente amo quando vocês comentam. Me dá um gás pra escrever e eu adoro isso! To a dois capítulos pra elogiar os comentários mas sempre esqueço, hoje eu lembrei. haha Amo, amo, amo.
Ah quem ainda não está no grupo do WhatsApp ainda dá tempo de entrar viu! https://chat.whatsapp.com/7HhBP9SW4Fc2aAmzZTsS9I