Pietra
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—Yan, o que faz aqui? - Perguntei me certificando que ninguém via ele entrando no meu quarto.
—Um amigo meu estava com um ingresso a mais pro Villa Mix e me chamou… Soube que seu chefe era uma das atrações e fiz um esforcinho de te achar.
—Que legal! - Sorri tentando não mostrar que estava nervosa com a presença dele. —Eu tenho que tomar banho, tá aqui no mesmo hotel?
—To nada, meu amigo tem uma casa aqui. Se você não tivesse trabalhando eu te levaria para lá. - Ele me puxou para ele.
—Ah querido. Quem me dera ter essa folga. - Ri.
—To com saudade de você sabia?
—Ainda tô naqueles dias, nem se anima! - Me afastei mentindo de novo para ele.
—Ah isso que nunca acaba! - Ele bufou. —Te encontro no camarote?
—Pode ser, eu tenho que me arrumar ainda.
—Tá legal, minha linda! - Ele beijou meu rosto e saiu do meu quarto. Respirei fundo e segui pro banheiro.
Já arrumada passei no quarto do Luan. Bati na porta e ouvi um “Espera aê” logo em seguida “Quem é?”.
—Sou eu, Pietra.
—Ah, entra.
Ele abriu a porta e me deixou entrando.
—Acabou de esconder seu namorinho de mim?
—Namoradinho? Que namoradinho?
—Ah Pietra. Faça-me o favor. Carol viu o seu namoradinho sair do seu quarto! Quanto tempo você ia me esconder isso?
—Esconder a minha amizade com o Yan? Luan, nunca te escondi nada. E que bela maquiadora fofoqueira a dona Carolina está se saindo.
—Ela comentou comigo. Veio aqui e acabou contando.
—Fofoqueira!
—Essa não é a questão. Você tá transando comigo e com aquele playboyzinho. Na maior cara de pau.
—Para de falar que eu tô te traindo porque não estamos namorando. Você continua com a minha irmã e eu não tô te jogando na cara que você tá pegando as duas irmãs!
—Você é assim mesmo? Joga na cara as coisas?
—Só quando me joga na cara que eu sou o tipo de garota que você tá acostumado a encontrar facilmente.
—Do que você tá falando?
—Da putas que você come, quer que eu desenhe? Eu não sou como elas. Não transei com o Yan. Ele é um amigo, queira você ou não. Eu não vou me afastar dele.
—Vocês transavam, quer que eu pense o que?
—Que eu te respeito, que apesar da sua situação eu ainda te respeito.
—Ei, também não é assim. Eu te respeito também. A partir do momento em que eu dei um passo pra te conquistar, eu deixei de lado a vida que eu vivia.
—Não adianta vir me contar essas coisas, você sabe melhor do que eu que você está me enrolando. Eu acho que você está atrasado, Carolina não te adiantou não?
Ele abaixou a cabeça e ignorou o que eu disse. Me sentei na cama esperando que ele se arrumasse, fiquei mexendo no meu celular até ele terminar de se vestir.
—Vamos. - Ele tentou segurar a minha mão mas me mantive longe dele, era vergonhoso a equipe dele inteira saber que ele estava tendo um caso com a cunhada dele. No elevador eu olhei bem feio para Carolina, que ela não repetisse o que fez falando da minha vida para os outros.
Luan não me deu sossego até subir no palco, sempre me pedia algo e eu ia igual uma empregada atrás das coisas que ele me pedia.
Por fim consegui sair da vista dele e fui até o camarote que Yan disse que ficou. O encontrei com uma turma de rapazes, um mais bonito que o outro.
—Oi, eu queria falar com o Yan. - Falei apontando pro meu amigo.
—Conhece ele?
—Sim!
Ele foi chamar o amigo enquanto eu observava a grandeza do local. Tinha muita gente conhecida, alguns famosos.
—Pieeeee! - Yan já estava bêbado, se aproximou de mim e eu tive certeza pelo cheiro forte. —Achei que não fosse vir mais. Vem cá deixa eu te apresentar meus amigos.
Ele me apresentou como namorada para os amigos dele, não tive coragem de negar mas quando ele estivesse sóbrio e longe dos amigos dele eu vou mandar ele desmentir aquela palhaçada.
—Eu só vim ver como você estava mesmo. Tenho que voltar pro camarim. - Menti.
—Tá bom gatinha. Depois a gente se ver, bom trabalho. - Ele agarrou minha nuca e me deu um beijo. Empurrei ele e sai pisando fundo até o camarim. No meio do caminho trombei com a equipe de alguns cantores, me misturei entre eles e esqueci do ocorrido.
O show do Luan acabou e ele teve que atender a imprensa e os convidados. Luan ficou cerca de uma hora e meia atendendo pessoas.
—Ué você não é a namorada do Yan? O que faz aqui? - Mera um dos amigos do Yan me reconheceu. Luan me olhou meio impaciente.
—Eu trabalho com o Luan Santana. - Sorri de lado.
—Ah por isso que o Yan tá se mordendo de ciúmes lá fora. - Riu.
—Ele deveria ter ciúmes dela? - Luan perguntou.
—Ah não sei, Yan me apresentou ela a pouco tempo.
—É mesmo? Que legal. - Luan estava sendo irônico.
—Pois é cara. Sortudo ele né? Ela linda.
—Muito sortudo.
—Uhum. Po cara que bom te conhecer. Cuida bem da namorada do meu amigo. - Eles fizeram um toque de mão e Luan faltou me esganar com os olhos, ele não disse nada mas me arrependia amargamente de não ter contado a verdade que eu estava solteira.
Luan atendeu o resto do pessoal que entrava e quando acabou quis ir direto para o hotel, o plano era ir pro camarote privado mas cancelou dizendo que estava cansando.
O caminho todo Luan foi quieto na dele, sem nenhuma palavra.
Entrei no meu quarto e fui direto pro banheiro, tomei um banho rápido e coloquei um pijama confortável. Peguei meu celular e sai do quarto, batendo imediatamente na porta do Luan antes que eu desistisse.
—Quem é?
—Sou eu Pietra. Queria falar com você.
Ele abriu a porta.
—O que você quer?
—Eu posso entrar?
Ele me deu passagem e fechou a porta atrás de mim.
—Pode já dizer o que veio fazer aqui?
—Você entendeu tudo errado no camarim.
—Eu entendi, Pietra. Entendi que você tem um namorado e eu vou ter que respeitar isso.
—Para com isso. Eu não tenho namorado, eu tenho você.
—Não tem não.
—Ain para de ser teimoso. Eu gosto de você, ainda não percebeu? - Me estiquei toda para alcançar seu rosto. Ele abaixou os olhos.
—O que você fez comigo Pietra? Eu estou sentindo coisas que eu nunca senti por nenhuma garota.
Sorri ao sentir seus braços me apertarem contra ele.
—Foi a mesma coisa que você fez comigo. Não vai ser fácil se afastar de mim viu! Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e ele fez o trabalho de me beijar.
—Porque sua boca é tão viciante?
—Do mesmo jeito que você por completo é viciante!
Não perdemos mais tempo, a gente era assim, brigava e por fim se entendia na cama.