22/05/2018

Capitulo 158

Luan 


Havia alguma coisa acontecendo em casa e Pietra não queria me falar, eu insisti tanto para que o Wellington ficasse lá em casa mas colocaram o meu trabalho em prioridade, como se Victoria não fosse louca o bastante para ir lá na minha casa na minha ausência. 
No dia em que eu viajei, avisei Pietra como ela pediu quando eu chegasse no hotel, ela apenas visualizou, liguei para ela mas ela desligou mandando mensagem que estava cuidando de Liz. Dei um tempo grande suficiente para que ela terminasse mas ela não apareceu me chamando novamente. Aquilo me intrigou, antes de eu subir ao palco eu pedi que Bruna fosse até lá em casa, ela foi, e disse que estava tudo normal, exceto por Pietra estar cansada pelo dia corrido, Liz pela primeira vez desde que nasceu estava enjoadinha. 
Aquilo me cortou o coração por imaginar que minha filha já sentia a minha falta, e deixei que Pietra descansasse até o dia seguinte. Logo pela tarde eu vi a notificação no instagram de Pietra, estava na piscina ganhando um bronze depois de um tempo, como ela descreveu na publicação.
Mandei uma mensagem para ela mais uma vez mas sequer viu minha mensagem. 
Fui almoçar percebendo que ela não me responderia logo. Fui a uma das rádios local da cidade, fiz algumas entrevistas e parti para o aeroporto, seguindo a próxima cidade. Liguei para Pietra antes de decolar mas ela não atendeu, liguei para o telefone fixo de casa e Cida atendeu dizendo que Pietra estava na piscina com Liz, e já estavam a um tempo lá. 
Eu estava nervoso mesmo sem motivos concretos. Subi no jatinho e avisei que a rota iria mudar para São Paulo, eles tentaram me questionar mas fui decisivo, recebendo apoio do Rober e do Well que percebendo a minha angústia e inquietação. 
Chegando em São Paulo, peguei um táxi, pedindo para que fosse o mais rápido possível. Assim que cheguei eu nem esperei pelo motorista dar seu preço, puxei duas notas de cem e lhe entreguei, dando-lhe o troco como gorjeta. Entrei em casa não ouvindo vozes de ninguém. Não achei que Pietra ainda estivesse na piscina, já escurecia. Subi pro andar de cima e fui direto para o quarto de Liz que dormia, ela estava acordada, parecia ter chorado, a peguei no colo colocando-a em meu peito, parecia que já me conhecia e se encolheu toda nos meus braços. 
Fui até meu quarto, ainda com Liz em meu colo, procurando por Pietra. Achei-a cantarolando no chuveiro. 
—Pietra! - Abri a porta e ela me olhou através da porta de vidro. 
—Oi! - Ela falou surpresa quando me viu. 
—Tá a muito tempo no chuveiro? Acho que Liz está chorando faz tempo. 
—Ela não dormiu a noite inteira. - Confessou com um suspiro cansado. —Se eu soubesse que criança fosse tão trabalhoso eu pensaria antes de ter! - Comentou rindo e foi para baixo da cascata de água do chuveiro. 
—Ela comeu tem tempo? 
—Antes de eu colocar ela no berço ela mamou. 
—Vou ligar para a minha mãe, ela deve saber o que tá acontecendo da Liz estar enjoadinha assim. 
—Ei, não. O que faz aqui? Você não viria só na segunda de manhã? 
Pisquei algumas vezes sacando o que estava acontecendo. Eu comentei com Pietra a semana inteira que viria no domingo antes do show que aconteceria mais cedo e não na segunda. 
—Cancelaram os shows. - Menti, sentindo um nó na garganta. 
—Ah bom. Assim ficamos juntinhos. 
—Sim. Vou deixar você tomando banho ai. 
—Tá bom. 
Fechei a porta rapidamente e mandei uma mensagem para Bruna, pedindo com urgência que meu pai estivesse aqui, junto com a minha mãe. Ela entendeu que a minha mensagem era bem óbvia. 
Bruna apareceu na porta daqui de casa muito rápido, antes mesmo de ‘Pietra’ sair do banheiro. Entreguei Liz a ela pedindo que cuidasse dela bem. Meu pai chegou logo atrás, pedi calma e expliquei em simples palavras que Victoria estava aqui, se passando por Pietra, mas precisava que ele ligasse para a polícia e que ele ficasse ali a espera. 
Ele me pediu muita calma e que eu tivesse sabedoria no que eu estava preste a fazer. 
Subi as escadas pulando alguns degraus, entrei no quarto e ela estava no closet. Tive que ter muita concentração para entrar no closet sorrindo. 
—E ligou pra sua mãe? 
—Ela não me atende. Consegui fazer Liz dormir. 
—Ah que bom! - Ela suspirou. 
—Já jantou? 
—Comi um lanche ainda pouco, estou sem fome, estou só cansada. - Ela bocejou. 
—Ah então vamos pra cama, eu estou cansado também, aí eu aproveito e faço aquela massagem que eu te prometi. Que tal? - Ela sorriu concordando com a minha proposta, pegou uma lingerie vermelha e a deixei se vestindo. Tirei a camisa e os sapatos. Ela saiu de lá e se sentou na cama. 
—Era mais fácil ter tirado esses trem, facilitaria minha vida. - Me referi a lingerie. Ela logo tirou a parte de cima, ignorei totalmente suas cicatrizes no corpo. 
Fechei meus olhos tentando imaginar onde Pietra estava naquele momento. 
—Agora pode se vestir. - Ordenei. Ela franziu a testa sem entender. —Você quer que eu repita? - Cruzei meus braços no alto do peito. 
—Por que então pediu para que eu tirasse a peça? 
—Victoria, você não me engana! 
Ela me olhou assustada. 
—Como? 
—Pietra não tem essas cicatrizes, você que passou por um acidente de carro tem, nem as melhores plásticas iam conseguir esconder essas imperfeições que você carrega. 
—Você queria me ver pelada então? - A ironia dela era notória, me controlei para não voar na cara dela e dizer que ela não tinha nada que me fizesse querer ela.
—Não tem nada aí que eu queira olhar de novo, você me dar nojo. Se veste! - Gritei.
Ela vestiu o primeiro roupão que viu e se vestiu. 
—Desce, a polícia está aí. 
—Vão me prender pelo que? Por eu sumir da vida inútil que minha irmã tomou de mim? - Ela riu irônica. 
—Ela não roubou nada. Porque a vida que você levava não era lugar para uma mulher tão baixa como você. 
—Eu posso ser a mulher que você quer que eu seja. - Ela se jogou nos meus braços. 
—Não! - A empurrei, deixando-a que cambaleasse. —Acabou o seu tempo quando decidiu me fazer de bobo.
—Você sempre quis a Pietra. O que você viu nela que não viu em mim? Somos basicamente iguais. 
—Você é totalmente o oposto de sua irmã, Victoria. - Falei rindo. —Pietra é feliz com tudo que ela tem, sabe o lugar dela, sabe ser a mulher que eu quero quando eu quero. Ela é uma menina quando quer ser, quando é para ser mãe ela é, quando é para ser a minha mulher entre quatro paredes ela é, ela é tudo que você nunca vai ser. 
—Você sabe como magoar uma mulher não é? Pietra roubou você de mim, roubou essa vida que ela vive. 
—Victoria, não me tira a paciência, você sabe que quando eu fiquei com Pietra a gente não existia mais. A gente enrolou para acabar com tudo e você só me mantinha preso com você, até inventar uma gravidez você teve a capacidade, agora não vem querer a vida que Pietra tem. Ela fez por merecer a vida boa que ela tem. 
—Você só me dar nojo! - Ela exclamou. —Eu nunca vou contar para onde Pietra foi levada. Você nunca mais vai ver ela. Você não quis se separar dela e agora vai sofrer de qualquer jeito. Por que ela vai morrer sem comer! 
Ela correu do quarto tão rápido, eu só escutei os gritos quando cheguei na porta do quarto, corri e a vi na ponta da escada. O sangue se espalhou rápido no chão me deixando em choque com o que tinha acontecido. 
Os policiais estavam armados na minha sala e um deles foi até Victoria, e tocou seu pescoço verificando sua vitalidade, ele negou e eu suspirei pesadamente, meu coração estava acelerado e minhas pernas pareciam que iam me derrubar nessa escada como Victoria caiu. Me sentei no degrau vendo a movimentação e senti meu rosto molhar a angústia não me deixava nem eu falar, queria ter forças para falar sobre Pietra. um soluço atravessou minha garganta, fazendo minha respiração ficar acelerada. 
—A Pietra! - Falei depois de descer e passar por Victoria caída no chão. Meu pai me amparou. 
—Os policiais vão fazer uma procura aqui, espera um pouco, senta aí. - Ele me indicou o sofá, mas não demorei para levantar, estava inquieto. 
Paulo entrou como um tiro na minha casa e por pouco pegou em Victoria. Meu pai e os policiais que o impediram de tocar em seu corpo. Ele chorou nos braços do meu pai, desamparado o meu sogro estava. 
Os policiais pediram-nos que saíssemos, até o IML chegasse em algum lugar pois os policiais cuidariam que o corpo e nada fosse tirado do lugar na casa para a investigação. 
—Eu preciso achar Pietra, ela pode estar presa em um dos quartos. E estamos perdendo tempo. 
—Vamos cuidar disso, pedimos mais uma viatura e eles estão a caminho e vamos procurar por sua esposa. 
Eu acabei concordando para facilitar o trabalho deles mas ainda queria saber ser Pietra estava bem. 
A Fim de despistar curiosos na rua, acabei indo para casa dos meus pais. Minha mãe estava angustiada, andando de um lado para o outro e quando me viu me abraçou me perguntando onde estavam Liz e Pietra. 


Um comentário:

Está gostando da história?