08/05/2018

Capitulo 155

Pietra 

Ouvi Liz chorar e instantaneamente me levantei, sentindo as dores me lembrar que eu não estava podendo fazer esforços assim. Mari estava saindo com Liz no colo mas voltou quando percebeu que eu acabei acordando.
—Eu ia deixar você dormir mais um pouco. - Ela sorriu. —Vai me agradecer depois.
—Ainda estou lidando com isso, Liz acordou de madrugada com fome. - Comentei pegando Liz.
Tirei meu peito para fora e Liz o abocanhou já sabendo que ali era sua fonte de alimentação.
—Vai dar muito trabalho. - Mari se sentou diante de mim.
—Vai, mas Luan vai me ajudar muito. - Ela sorriu fechado. —E falando nele, cadê ele? Achei que ele viesse dormir também. - Dei de ombro.
—Ele teve que sair.
—Sair? - Estranhei.
—É, acabei nem perguntando para onde.
—Ele nem comentou que ia sair hoje.
—Para mim também não. Quer almoçar? - Ela se levantou.
—Já desço.
Ela saiu e eu fiquei ali alimentando minha pequena.
Coloquei-a para arrotar e depois fiz ela dormir cantando músicas de ninar, rápido ela dormiu e eu a coloquei no berço, primeira vez que eu entrava no seu quarto depois do nascimento.
As paredes em tons de azul do céu com estrelinhas no teto ficaram mais lindos com Liz aqui. A cor azul não era porque eu esperava que viesse um menino, mas que representasse o céu e de fato parecia o céu.
Desci depois de levar a babá eletrônica comigo.
Almocei com Marizete e Bruna conversamos sobre as meninas de Bruna que estavam ansiosas para ver a prima.
A conversa foi até boa, mas nada me fazia parar de pensar no que estava acontecendo com o Luan, ele estava estranho e eu não conseguia distinguir quando isso começou. Mas passava um milhão de desafios que ele estava tendo que enfrentar para estar tão estranho quanto parece.
—Visita, Pietra. - Cida anunciou e eu me levantei devagar, da cozinha avistei Erica com os meninos, sorri de lado e ela me olhou surpresa, acho que nem para os nossos amigos Luan contou que Liz já tinha nascido.
—Pietra como assim? - Ela se aproximou e me abraçou com cuidado. —Quando ia me contar que já nasceu sua menina? - Me olhou atenta.
—Aconteceu tudo tão rápido. Vamos sentar na sala. - Indiquei que ela se sentasse no sofá, eu não podia ficar em pé por muito tempo, as cólicas na minha barriga aumentavam.
—Foi ontem né?
—Foi, Luan acabou não avisando ninguém e eu me ocupei. - Dei de ombro.
Bruna se juntou a nós e ganhou esporro da Erica por não ter avisado a ela sobre o nascimento da minha princesa Liz.
—E cadê o papai do ano?
—Saiu. - Suspirei e as duas me olharam estranhando meu suspiro.
—Como assim saiu? - Erica perguntou.
—Saindo, eu estava aproveitando meu tempo que eu podia dormir mais um pouco e quando acordei ele já havia saído. Até agora não voltou, Mari nem sabe onde o filho foi.
—Já ligou para ele?
—Nem tentei. Daqui a pouco eu faço isso.
Um dos meninos gritou e em seguida Liz chorou, Erica brigou com os dois, dando-lhe a culpa neles.
—Não briga com eles Caca, mas não gritem meninos. - Beijei a testa dos dois que me pediram desculpas.
Subi mesmo contra vontade de Mari, Bruna e Erica.
Peguei minha menina que chorava, percebi que o motivo do choro era muito mais que o grito dos meninos, sua fralda estava suja. Aproveitei para dar banho nela, antes que escurece e esfriasse mais. Agasalhei minha pequenininha e desci com ela acordada. Erica logo a pegou dos meus braços e admirou Liz.
Escutei o barulho na garagem e suspeitei que fosse Luan, o mesmo apareceu na sala, cumprimentou Érica, os meninos, Bruna que estava saindo para buscar as meninas dela, Marizete e a mim me dando um selinho xoxo.
—Luan não tem um pênis, tem um pincel! - Érica provocou e Luan riu.
—Sou um artista!
—Olha essa arte! - Encarou Liz que dormia tranquilamente em seu colo.
—E eu que carreguei por nove meses! - Dei de ombro ouvindo Luan rir.
—Guardou minha arte por nove meses, cuidou direitinho. - Ele beijou minha cabeça.
Luan saiu da sala, pedindo licença pois ainda ia almoçar. Mari estava fazendo bolo e quando ficou pronto nos serviu, com direito a café quentinho.
Luan não ficou na sala e subiu para o quarto.
Bruna chegou e foi uma alegria só, as meninas estavam ansiosas para ver a prima. Os meninos da Érica que sequer fizeram questão de ver Liz, ficaram curiosos depois que as meninas de Bruna chegaram. Ambos sussurrando para não acordar minha bebê.
Já escurecia quando Bruna e Érica foram embora, subi com Liz nos braços, meu corpo reclamou de tanto que eu subi e desci as escadas hoje e decidi descansar, mas Liz parece que sentiu o silêncio em seu quarto e chorou logo que eu entrei no meu quarto.
—Deixa que eu pego ela, ainda nem peguei hoje ela. - Luan se prontificou quando eu suspirei.
—Obrigada. - Agradeci, tomei um banho rápido e voltei para deitar na cama. Luan já estava deitado também, com Liz, ele tentava conversar com ela mas seus olhos fechados diziam que não estava afim de papo.
—Apaga a luz que ela abre os olhos. - Ele apagou e Liz abriu os olhos preguiçosamente, fixou os olhos em Luan e sorriu, o primeiro sorriso dela. Peguei o celular mas antes que eu ligasse na câmera ela parou de sorrir.
—Vai ter mais outras oportunidades. - Luan garantiu. —Vou sentir falta desse momento. - Ele disse pensativo, acredito que estava pensando alto.
—O que? - Estranhei.
—Oi?
—Você acabou de falar que vai sentir falta desse momento.
Ele abriu a boca duas vezes para responder e gaguejou.
—Eu digo, desse momento que passa rápido.
Acabei concordando com ele. Mas queria ainda falar sobre o seu estranhismo que vem acontecendo desde ontem a noite.
Liz não demorou muito para dormir e Luan a colocou no berço em seu quarto. Ele não voltou e deduzi que tinha descido, aproveitei para descansar um pouco.
Marizete estava sendo um anjo na minha vida, não esperava que ela fosse me ajudar tanto nessa primeira etapa, só me faltou dar comida na minha boca e me mimar.
Eu dormia quando ela entrou no meu quarto me chamando. Ela havia feito meu prato e trazido até aqui.
—Você está sendo um amor de pessoa. - Sorri.
Enquanto comia a gente ia falando sobre algumas ideias sobre a maternidade que ela de dava uma luz para caso aconteça. Foi quando escutamos Liz chorar, ela correu até lá,
Terminei de comer já sabendo o motivo do seu choro, a fome. Mari acalentou ela mas a mesma nem mesmo queria saber da chupeta.
—Menina exigente. - Mari brincou me dando ela. Tirei meu peito para amamentar ela e como das outras vezes abocanhou com vontade.
Marizete me deixou amamentando e eu fiquei admirando minha menina. Antes do seu nascimento eu li tanto, aprendi tanto sobre a amamentação, fiquei com medo de não conseguir e aqui estou eu orgulhosa de mim, por ter conseguido logo de primeira.
Liz sujou a fralda enquanto se alimentava e quando terminou eu logo tirei sua roupa e a fralda. Dei um banho nela rapidamente e vesti novamente, ela já estava mais uma vez com sono e eu a coloquei para dormir.
Todos na casa decidiram ir dormir, exceto Luan, que quis ver filme na sala. Mas eu fui atrás dele.
Me sentei ao seu lado e tentei prestar atenção no filme mas na minha cabeça eu estava planejando em como o abordar, sendo que ele só foge.
O filme acabou e eu esperei que Luan falasse alguma coisa ou se levantasse, mas ficou imóvel olhando a tela da televisão que estava passando os créditos finais do filme. 
—Por que você está tão distante? - O questionei. Ele suspirou antes de me encarar. —E não vem dizer que não é nada, porque é sim, alguma coisa. A gente planejou tanto esse momento, que curtíssemos isso tudo, mas você tá distante de nós, saiu e nem me disse para onde foi, não to te cobrando e não precisa me contar para onde foi mas você sabe que eu me preocupo, você sempre avisa para onde vai e você não falou nem para a sua mãe.
Enquanto eu falava ele tentou abrir a boca algumas vezes mas sem sucesso de formular uma frase, ele então desistiu e se calou para me ouvir.
—Esses primeiros dias estão difíceis para mim por sua ausência, sua mãe está fazendo o seu papel aqui de me ajudar enquanto você está aqui mas pensando em alguma coisa que não quer que eu saiba. Então eu estou te dando essa oportunidade de se abrir comigo, sou sua esposa e mereço ouvir tudo que você esteja me escondendo.
—Sua irmã está viva.
Ele sussurrou mas ouvi muito bem, e foi como um balde de água gelada nesse frio de julho.

6 comentários:

  1. Poderia falar com mais calma. Continua

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  2. Aiii ele contou, ela tem que acredita nele por favor. Não faz eles brigarem e nem se separarem, não deixa a bruxa da Victoria consegui estragar esse momento que era para ser lindo que e viver os dois juntos de liz. Continua por favor 🙏🙏

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  3. Não quero que eles se separem, acho que agora eles tem que viver felizes levar a Liz no show do papai sei la!!
    a minha opinião

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  4. PQP ELE CONTOU!!! Amém! Melhor contar toda a verdade, do que ficar sem as meninas!

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