Luan
Abri a porta e a Bruna entrou pela mesma, carregando algumas bolsas, com a porta aberta ainda vi minha mãe e meu pai, vindo. Os esperei e eles entraram me cumprimentando.
—Bruna já subiu. - Falei fechando a porta.
Minha mãe nem esperou que eu os convidasse para subir também, e já foi subindo.
Bruna estava sentada na beira da cama e minha mãe falava com Pietra.
—Meu filho, onde tem camisola pra Pietra se trocar? Ela precisa ficar a vontade.
—No closet mãe. Mas deixa que eu pego.
Entrei no closet e abri as gavetas de Pietra, a maioria de suas camisolas eram justas e indecente, momento inapropriado para se vestir daquela forma.
—Que demora! - Minha mãe resmungou de lá do quarto. —Foi costurar a camisola? - Antes que ela aparecesse aqui eu fui até elas.
—Eu não achei nenhuma confortável. - Cocei a nuca olhando para Pietra.
—Está na primeira gaveta, todas aquelas roupas são pra eu usar nesse momento.
Corri de volta para o closet, achei uma camisola bem larga, essa seria melhor roupa que ela deveria usar.
Meu pai que estava conversando com elas teve que sair, Bruna ficou junto com a minha mãe.
Nesse tempo que tivemos durante a gravidez decidimos que Bruna e minha mãe poderiam circular pelo quarto, com tanto que não atrapalhasse. E qualquer homem não poderia tirar sua privacidade, apenas eu, seu marido. Com isso pedimos apenas enfermeiras e sua obstetra Cláudia.
Ajudei Pietra a se trocar, ela teve que tirar toda sua roupa ficando de camisola apenas.
Minha mãe foi para cozinha, insistiu em fazer algo para comer, mesmo Pietra insistindo que não estava com fome mas estava com sono. Insisti que ela ficasse acordada mais tempo, as duas enfermeiras chegaram nos dando mais assistência.
Escutamos o coração de Liz batendo, a enfermeira fez todo exame para saber qual era o tamanho da dilatação.
As enfermeiras a deixaram descansar, mas que avisasse se tivesse dores.
Me deitei ao lado dela, depois de encostar a porta do quarto, agora a sós.
Pietra estava calma e tanto que conseguiu dormir e relaxar até às seis da manhã, foi quando começou as dores.
Pietra começou a fazer alguns exercícios, segundo a enfermeira, era para dilatar com mais rapidez.
Era difícil ver Pietra sentindo dores e eu a todo momento insistia para ela tomar um remédio para dor. Mas minha mulher era mais forte do que parecia.
Eu que era um fraco, eu estava a base de remédio para minha dor de cabeça, eu me queixei para minha mãe e ela me deu o remédio.
Minha mãe ajudou bastante, trazendo água, suco e saladas de frutas. Minha esposa estava muito bem alimentada e forte para esse momento dela. Já eu estava nervoso e preocupado demais para me alimentar.
Na hora do almoço minha mãe insistiu para que eu comesse, me tirou do quarto e me fez comer. enquanto eu praticamente engolia a comida, meu sogro apareceu aqui em casa. Me procurou e veio falar comigo.
—Eu só recebi a mensagem agora, o que aconteceu? - Ele perguntou depois que minha mãe se afastou.
—Pietra está em trabalho de parto, vai nascer antes do previsto. - Contei depois de ingerir dois goles de suco.
—Você chegou falar da Victoria? - Ele foi receoso.
—Eu tentei mas ela me cortou antes de falar o que estava acontecendo.
—O que você planejava fazer?
—Eu ia contar a Pietra sobre a Victoria está me chantageando e ia na delegacia.
—Pietra não estava preparada pra isso.
—Eu posso ter irritado ela. Logo que ela se levantou a bolsa estourou, eu não imaginei que pudesse acontecer isso.
—O que as enfermeiras falaram?
—Não disseram nada. A que esteve aqui a semana toda disse que foi surpresa ter ela logo em trabalho de parto, as contrações dos dias anteriores estavam bem fracas. Isso me preocupou bastante.
—Pietra se culpa pela tragédia da Victoria.
—Victoria está viva. Ela que é culpada de tudo.
—Eu não vou opinar. Pois queria muito que minha filha estivesse viva mesmo.
—Mas ele está! - Me levantei irritado, minha mãe que estava distante me olhou preocupada. Levei o prato para a pia e voltei para o quarto, tentando me acalmar antes de entrar no campo de vista da Pietra.
—Luan, vamos colocar Pietra na banheira, você ajuda? - Uma das enfermeiras falou comigo.
—Claro que sim.
—Eu só preciso de um top. - Pietra me olhou.
—Então vamos achar um top. Vem comigo. - Eu queria carregar ela no colo mas ela disse que preferia ir andando já que sua lombar doía.
Fomos até o closet, ela se sentou em um dos puffs que tinha ali, procurei pelo top que ela queria, depois de achar eu coloquei nela.
—Pega um roupão pra mim. - Ela pediu e eu atendi seu pedido. Ela colocou e então voltamos.
Ela tirou o roupão e eu ajudei a entrar na jacuzzi, estava na temperatura corporal, de acordo com a temperatura de Pietra.
Ela se sentou na parte mais funda, deixando a água até seus seios.
Ela trabalhou na respiração por um longo tempo, fazendo tudo que ela aprendeu no pré natal e no que as enfermeiras indicava ela fazer, e eu estava ali do lado dela, lembrando o quanto ela é forte.
Escutamos mais uma vez os batimentos da nossa filha, cheguei a chorar por estar tão próximo de ver seu rostinho.
Meus sentimentos estavam me fazendo transbordar de felicidade. Ter Pietra para dividir esse momento era incrível. Eu estava muito feliz por ela ser a pessoa que minha filha vai chamar de mãe.
—Força, meu amor. Você vai conseguir! - Falei para que ela apenas escutasse. Ela apertou minha mão e tentou fazer força, mais uma vez falhou mas mesmo assim continuei insistindo. Ela é forte e ela ia conseguir.
A médica Cláudia chegou e examinou mais uma vez Pietra, já estava na hora de pôr suas força total nesse momento.
Pietra preferiu ficar de joelhos, debruçada na borda da banheira, me ajoelhei ali, diante dela e beijei seus lábios.
—Você é forte meu amor, você vai conseguir. - Tirei seus cabelos do rosto.
Ela não disse nada, apenas fechou os olhos e se concentrou em sua força.
Nesse momento as luzes estavam no mínimo, para que não houvesse susto para a nossa filha.
As enfermeiras diziam o quanto ela estava sendo incrível, dando mais força a ela. Claudia não ficava atrás, estava sendo incrível está com ela nesse momento.
Pietra estava cansada, não aguentava mais as dores, dava para ver o sofrimento dela nítido em seu rosto. Peguei em sua mão esquerda e segurei firme, ela gritou e fez força, a força que ela fez, fez com que nascesse nossa garotinha, no mesmo momento ela largou a minha mão e agarrou a nossa Liz. E eu nem acreditava que era ela a nossa bebêzinha.
Toda roxinha ela fez alguns movimentos e logo em seguida chorou nos braços de Pietra.
Todos comentavam como ela era grande e como nossa pequenininha chorava.
—Parabéns papais! Agora precisamos cortar o cordão umbilical, quer fazer as honras? - Cláudia me mostrou a tesoura longa.
Sorri nervoso, nunca fiz isso na minha vida e o medo de errar, mas mesmo assim cortei e mais uma vez vibraram.
Pietra ainda chorava pelo nascimento da nossa primeira filha, beijei sua testa suada e observei ela dar de mamar a nossa filha.
As enfermeiras tiveram que pegar Liz para fazer os primeiros exames. Deixei Pietra nas mãos de Cláudia que examinava ela.
Fui ver minha pequena que tomava seu primeiro banho, ela chorava muito. Terminando o primeiro banho, colocaram ela na balança e ela pesava 3.560 com 51 centímetros. Eu mesmo vesti ela, coloquei a fralda e sua roupinha rosa que Pietra escolheu para ela vestir primeiro. Quando terminei de vestir a minha pequenininha ela já dormia, eu sorri todo bobo, eu seria um pai muito babão.
Pietra veio para o quarto e se deitou pedindo para que eu desse a nossa garotinha para ela.
—Vou lá pegar algo pra você comer tá? - Dei um selinho nela.
—Pega água para mim, estou com a boca seca.
—Ta bom coisa linda.
As enfermeiras já guardavam as coisas e eu desci junto com a Cláudia. Ouvia o que Pietra podia ou não podia fazer, ela só estava me lembrando, já que participei das inúmeras idas às consultas.
—Já nasceu? - Minha mãe saiu da cozinha secando as mãos.
—Nasceu sim, mãe. Bruna está lá paparicando a sobrinha. - Sorri de lado.
Minha mãe me abraçou, emocionada e me dizendo palavras que me fizeram chorar também.
Cláudia se despediu de nós, nos interrompendo do momento mãe e filho.
Levei-a até a porta e ela foi embora.
Minha mãe já tinha subido para ver a pequena Liz.
Aproveitei para fazer um lanche para Pietra e para mim. Não esquecendo da água que ela pediu.
Estava sentindo falta do meu pai e do meu sogro que não estavam aqui em casa mas descobriria depois onde eles estavam nesse momento tão maravilhoso para mim.
Subi para o quarto e dei a água que Pietra pediu.
Liz já estava no colo da minha mãe, sendo paparicada.
Pietra lanchou e acabou descansando.
Bruna fez questão de colocar Liz no berço para também descansar. E eu fui levar as enfermeiras até a porta.
O dia foi intenso, eu estava esgotado mas com um sorriso no rosto. Minha esposa foi guerreira quando escolheu ter nossa filha em parto normal, tanto ela quanto as outras mulheres que escolheram esperar o momento das crianças para vir ao mundo. Estava orgulhoso demais por minha esposa, ela é incrível.
Minha mãe desceu e foi esquentar a sopa de legumes que ela fez. E eu fui para o quarto da Liz, ela era tão miudinha dentro daquele berço, dormia como um anjinho.
Fiquei mais um tempo velando seu sono até perceber que estava chorando. Nunca chorei tanto na minha vida e nem imaginava chorar assim nesse mometo. Eu só queria parar no tempo e curtir o momento entre pai e filha.
Eu sou oficialmente pai, essa criança daqui uns meses vai me ver como pai e eu vou ensinar tudo a ela.
Bruna entrou no quarto estragando meu momento sentimental e pela cara dela não era coisa boa...
E então nasceu a pequena Liz...
AAAAAA liz nasceu 😍 eu acho que agora o luan deveria conta para Pietra sobre a bruxa da Victoria. Ele não pode larga elas agora por favor.. continua
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