29/05/2018

Capitulo 161

Pietra



—Opa! - Douglas apareceu do nada pegando um pacote de biscoito que ia caindo da sacola.
—Douglas! - Falei surpresa.
—Oi Pietra. - Ele me deu o biscoito e enfiou as mãos no bolso.
—Oi. - Continuei arrumando minhas sacolas dentro da mala. —O que faz aqui?
—Eu queria me encontrar com o Luan. Eu errei em estragar a nossa amizade e quero consertar tudo isso. Tenho certeza que se ele te ama, ele vai me perdoar.
—Douglas, eu não vou me meter nisso. Eu sei que ele não guarda nenhum rancor por você mas eu não vou falar sobre algo que possa deixar ele desconfortável, tanto quanto me deixa.
—Você se sente desconfortável?
—No momento sim. Você traiu a confiança de um amigo.
—E você de sua irmã.
—Exato. Mas ela antes disso tudo acontecer traiu a minha e nem por isso estou julgando ela. Você está falando com a pessoa errada se quer ouvir o perdão do Luan. E eu não vou te ajudar nisso. - Me afastei suficiente para que eu fechasse o porta-malas, empurrei o carrinho para o canto e ele se afastou indo embora, entrei no carro, observando Liz distraída com sua mão na boca. Coloquei meu cinto e liguei o carro saindo da vaga.
Respirei mais aliviada quando saí do estacionamento, pegando a rua principal. Cheguei em casa em poucos minutos. Luan me ajudou a pegar as compras, junto com Cida. Enquanto eu fui acalentar Liz que perto de casa começou a chorar. Liz era como eu, não gostava muito de carro, Luan foi quem percebeu quando a gente fez um passeio de carro e Liz começou a chorar.
—Tá tudo bem com o meu docinho? - Luan se sentou no sofá recebendo um olhar alegre de Liz. Ela se jogou para o pai e o mesmo a pegou, a enchendo de beijos.
—Eu vou trocar de roupa, já desço. - Avisei.
—Eu subo já. - Ele deu de ombro e então concordei. Subi rapidamente e troquei de roupa. Eu não sabia como Luan ia reagir sobre Douglas mas eu não podia deixar de contar a ele sobre ele ter falado comigo. Ele precisava saber.
Luan apareceu no quarto pouco tempo depois que eu subi. Colocou Liz na cama.
—É da clínica da sua mãe. - Ele avisou logo que me entregou o telefone.
Me levantei, a diretora da clínica começou a falar sobre minha mãe e seu mau comportamento, pedi que tivessem paciência com ela e que eu iria na manhã seguinte, ela concordou marcando uma hora para mim.
—O que está acontecendo?
—Minha mãe tem agredido os enfermeiros, eu já não sei o que eu faço mais. Eu não quero ela a base de remédios fortes mas é isso que a Adriana vai me pedir para autorizar.
—Vamos ter que decidir isso. Você ainda não está preparada para tomar decisões sozinha.
—Eu sei… - Suspirei.
Cida bateu na porta nos avisou que o almoço estava pronto. Liz estava enjoadinha e não queria comer sopinha. Como mais cedo eu falei com a médica dela, ela disse que podia os dentes que estavam nascendo, mas disse para insistir em alimentar ela e ver o que ela comia mais.
—Vamos meu amor, come só mais um pouquinho. - coloquei a colher perto da sua boca mas ela virou, Luan encarou ela feio e eu segurei a risada. Liz era tão pequena mas entendia tanto que quando Luan fechava a cara ela olhava para ele com tristeza e já chorava.
—Come o papa, filha. Ou então o papai vai brigar. - Alertei mesmo sabendo que ela não entenderia. Acabou chorando e eu desisti de alimentá-la. Luan terminou de comer rápido para que eu fosse comer, e logo veio pegar Liz que foi pro colo dele mesmo sem querer. Ele deu o suco de maçã para ela e começou a falar sobre ela querer um irmãozinho.
—Liz quer um irmãozinho né, princesa? - Ele fazia voz de criança enquanto eu comia, foi inevitável não sorrir. Aquele jeito todo de pai babão.
Terminei de comer e Cida tirou a mesa.
—Me dar ela, agora ela vai dormir, não conseguiu dormir direito no mercado. - Comentei a pegando no colo.
—Só come e dorme. - Luan comentou rindo e fazendo cócegas no pé dela.
Subi e fui cuidar de Liz, dei um banho nela e coloquei roupas confortáveis, ela logo dormiu. Desci as escadas e Luan jogava vídeo game, me sentei colocando as pernas sobre as suas, vi ele me olhar de lado e eu sorri.
—Cê já gosta de me ver jogando né? - Ele deu risadinha.
—Mesmo eu não entendendo nada. - Rimos. —Mas hoje eu quero conversar. - Ele pausou o jogo e me encarou sorrindo malicioso.
—Para de me olhar assim. - Eu disse rindo de lado. —É algo sério. - O encarei vendo desviar o rosto.
—O que é dessa vez?
—O Douglas apareceu no mercado hoje e veio falar comigo.
—O que esse filho da puta quer com você? - Ele me encarou com raiva.
—Luan, abaixa o tom. Ele queria te pedir perdão.
—Não existe perdão para o que ele fez e eu não estou falando que eu gostava da Victoria. Mas ele foi o meu amigo, ele podia ter vindo até mim e me contado.
—Mas não fez. Você não está errado e nem quero opinar sobre isso. Mas eu precisava tê contar que ele falou comigo disso. Não quero que haja segredo. - Ele suspirou passando as mãos nas minhas pernas.
—Me desculpa, eu descontei em você que não tinha nada a ver. Me desculpa mesmo.
Ele se mexeu até deitar sobre mim e me beijou.
—Eu desculpo se você pensar sobre isso com cuidado. Ele pode aparecer aí na porta te pedindo perdão e você tem que está com a resposta na ponta da língua, preparado para isso. Mas ele só quer o seu perdão, a amizade não precisa continuar depois de tanto tempo.
—Eu vou pensar. Vamos lá pro quarto. - Ele me deu um beijo no canto da boca. —Eu quero esquecer disso.
Mas antes da gente subir, a campainha foi tocada, eu mesma abri. Era Bruna com as meninas. Luan recebeu bem suas sobrinhas e sua irmã mas sua carinha de decepção era notória.
—Que carinha é essa do Luan? - Bruna comentou apenas para eu escutar.
—Vamos dizer que eu deixei ele na mão. - Dei risada e ela me acompanhou.
—Que malvada.
Érica também chegou e conversamos sobre a festa de João e Pedro. Mas falamos mais sobre a festa de Dudu, que era próximo também, e que ele não queria festa, mas ia ter que aceitar uma festa surpresa.
Luan não quis dar palpite, estava chateado, acabou perdendo o video game para as crianças e subiu para o quarto. Logo desceu avisando que ia na casa dos pais, fui até ele ver o quanto de chateado ele estava mas ele insistiu que estava bem e que mais tarde ia compensar o que não rolou a tarde, acabei rindo.
O final da tarde foi animado, as meninas estavam animadas, segundo elas esse ano era o ano de muitas festas e que não iam perder nenhum aniversário. Acho que a vida de casada estava acabando com a minha vidinha de balada.


24/05/2018

Capitulo 160

Pietra 


Aquela pergunta nunca foi respondida, a não ser pelo choro de Liz que nos lembrou que tínhamos uma filha linda que precisava de atenção. 
Hoje faz seis meses que aquele fato aconteceu e hoje estava disposta a esquecer aquilo, foi sofrimento tanto para mim quanto para Victoria. Não desejei em nenhum momento aquela tragédia que ela viveu. 
Hoje era um dia especial, hoje é o batizado de Liz. Rober ficou feliz em ser padrinho junto com sua namorada. Liz estava muito feliz, parecia que sabia que hoje era um dia especial. 
O padre abençoou ela nos braços de Rober e como ritual, ele molhou a cabeça da minha princesa com o tanranran. 
A fotógrafa Rafaela registrou tudo com bastante fotos, nos deixando encantados com cada uma fotografia. O almoço foi lá em casa, Cida preparou um almoço maravilhoso para a nossa comemoração. 
No fim da tarde já estava exausta, meus pés reclamavam por eu está com um salto a tanto tempo, depois de ficar sem usar a um bom tempo. Luan como um bom marido fez massagem após o nosso banho. Deitei para ver tv mas Liz acordou, Luan a trouxe, estava com um biquinho enorme. Parecia ainda mais com o Luan, agora maior e com as manhas dele. 
—Oh amor, quer mamar? - Ela ainda bicudinha abocanhou meu peito. Ficou me encarando enquanto se alimentava. 
—Vamos para chácara no natal né? - Luan se deitou ao meu lado. 
—Você quer? 
—Quero, Liz tem que conhecer lá. 
—Ela é novinha, nem vai lembrar nada quando crescer. - Dei risada. 
—Mas vai se acostumar a ir lá. 
—Tudo bem. A gente vai. Seus pais também vão né? 
—Esses veios não desgruda da gente. - Luan respondeu rindo. 
—Bruna também não. 
—É outra! - Deu risada. 
—A sua família lá de Campo Grande vão conhecer Liz finalmente. - Comentei. 
—Eles estavam cobrando, assim não reclamam mais. - Ele suspirou. —Ano que vem a gente vai fazer outro filho e teremos que levar no natal também. 
—Se fosse fácil engravidar né. Liz já foi um custo. - Suspirei lembrando das inúmeras frustrações. 
—Já estamos no aquecimento, vai vir mais um e vai ser menino! 
Liz resmungou e eu acabei rindo. 
—Ela não quer um irmão não. 
—Oh amor, cê tem que ter um irmão pra te defender gordinha. - Luan passou a barba pelo pescoço dela, ela largou meu seio gargalhando e dando atenção ao pai. 
Liz não continuou mamando e foi para o colo do Luan. Voltei a me deitar, Liz estava ainda mais presente e dormindo menos como antes. E Luan gostava de brincar com ela. 
A noite fomos jantar fora e voltamos com Liz já dormindo. A levei para o quarto, tirei sua roupa, troquei sua fralda e vesti uma roupinha mais leve, a deitei no berço e fui para o meu quarto. 
Luan ainda estava sentado mexendo no celular, com a roupa que chegou. Apressei-me para ir tomar banho. Entrei tirando a roupa e entrei no box, ligando o chuveiro. Escutei a porta ser aberta e Luan entrou pela mesma. Seu sorriso malicioso me hipnotizou. 
—Achou que eu ia perder isso aqui? - Ele se referiu aos nossos banhos que acontecia várias vezes.
—Achei que estava ocupado. 
—Estava desmarcando com o Dudu de ir lá. - Beijou meu pescoço e eu arrepiei. —Pra ficar com você. - Ele subiu e beijou meus lábios. Puxei ele até entrar em contato com a água, molhei seu corpo e antes que acontecesse alguma coisa, o ensaboei, passando a espuma por seus ombros, passando por sua tatuagem, descendo por seu peito,barriga, abdome e suas coxas, observando ele fechar os olhos, passei minha mão por seu pênis duro e o masturbei.
—Agora é a minha vez! - Ele tomou de mim o sabonete e quis fazer o mesmo comigo. 
Passou a espuma por meus seios, apertando os bicos sensíveis. Desceu por minha barriga, indo direto as minhas coxas. Involuntariamente abri mais minhas pernas e ele apertou meu clitoris, arfei apertando seu braço, ele brincou um pouco. Mas foi para as minhas costas, me ensaboou toda, passou a espuma por minha bunda, brincando com a minha sanidade. 
Ele me colocou de baixo do chuveiro, tirando o sabão todo do meu corpo, puxei-o, beijando sua boca, nossos corpos escorregadios dava mais tesão. 
Ele sugou meus seios, passando a mão por minha intimidade. 
—Muito molhadinha. - Arfei por ele subir minha perna esquerda, seu pau roçou nas minhas coxas até encontrar a entrada da minha boceta, onde ele penetrou sem pressa. Cravei minhas unhas em seu ombro, ele arfou, entrando e saindo de mim. Seus beijos por entre meu pescoço, mordidas na orelha e palavras que me deixavam ainda com mais vontade de tê-lo. 
Ele me pegou no colo, sem tirar seu pau de dentro de mim, entrando e saindo e apertando minha cintura me tirando o fôlego, beijei sua boca de novo e mordi seu lábio, gemendo em seguida, senti meu corpo formigar e rebolei em seu pau gozando em seguida. Luan gemeu com o extinto selvagem e me penetrou várias vezes seguidas perdendo os sentidos e gozando dentro de mim. Ele apoiou minhas costas na parede e se apoiou em mim, respirando com dificuldade. 
—Gostosa. - Ele beijou meu pescoço e subiu beijando minha boca. 
—Toda sua. 
—Eu sei que é toda minha, só minha. - Ele me abraçou. 
Ele tirou seu pênis de mim e eu desci do seu colo, me ajoelhei e limpei todo o gozo que sujava seu pênis. Ele ficou duro de novo mas ignorei terminando meu banho. Deixei ele terminando o banho dele, mesmo ele reclamando que deixei ele na mão. Me enxuguei e me vesti, passando meus cremes. Luan se secou e vestiu uma cueca, foi inevitável não reparar em seu volume na cueca. Fui para debaixo do edredom e Luan fez o mesmo, me agarrando e me dando um beijo molhado. 
—Não cansa né? - Respondi rindo. 
—De você? Nunca. - Ele beijou meu queixo descendo para o pescoço. Sua mão foi ao encontro dos meus seios, me fazendo arfar. Brincou com meus bicos. Desci minha mão até sua cueca e o apertei ali. Ele arfou como eu, empurrando seu quadril contra meu corpo. Desci o cós da cueca e envolvi seu pênis em minha mão. 
—Quero chupar você. - Ele avisou. 
—E eu você. - Olhei em seus olhos, ele entendeu o que eu queria e se deitou reto na cama. Me ordenando a tirar o short, a calcinha e o short. Me deitei sobre ele, invertendo o lado. Fazendo um “69”. Gemi logo que ele abocanhou minha intimidade. Coloquei seu pau na boca, chupando-o enquanto rebolava em sua boca. Rapidamente eu cheguei ao meu orgasmo. Voltei a chupar ele, até ele gozar em meus lábios. Sai de cima dele, depois que limpei os cantos dos meus lábios. Ele ainda estava ofegante e quando foi normalizando sua respiração ele se virou para mim com um sorriso nos lábios. 
—Eu tenho a esposa mais perfeita do mundo. - E me agarrou, beijando--me na boca. 
Dormimos agarradinhos. Na manhã seguinte eu tive dificuldades de levantar, Luan estava com o corpo quase em cima de mim e por pouco não me amassou com seu peso. 
Fui para o chuveiro e tomei um banho lembrando da noite passada e terminando rapidamente ao lembrar da consulta marcada para Liz. 
Me enrolei na toalha e fui direto para o closet, achei uma calça jeans e uma camiseta branca, vesti minha lingerie preta, a calça e a  camiseta. coloquei um salto e penteei meus cabelos num rabo de cavalo alto. Fiz uma breve maquiagem para o dia-a-dia e corri para arrumar Liz que estava já acordada olhando as estrelinhas no teto. dei banho, a vesti, penteei e coloquei um perfume de neném nela. 
Desci e fomos tomar café da manhã, Cida já amassava a bananinha de Liz, agradeci por ela ter feito por mim. 
—Obrigada, Cida. Estou atrasada e nem lembrava dessa consulta. - Confessei. 
Cida deu a bananinha para Liz enquanto eu tomava o meu café. Saímos rápido de casa. 
estacionei numa das vagas da clínica e desci do carro, abrindo a porta de trás e tirando o cinto de Liz e a pegando. Fechei as portas e fui para a clínica. A doutora estava com uma paciente na sala e por isso esperei. Quando ela saiu, eu entrei. Era uma consulta de rotina apenas, Liz estava saudável porém suas consultas eram mensal para ver se estava tudo bem com o seu desenvolvimento. 
Na volta, eu passei ao mercado, fiz compras para a casa, e acabei encontrando uma pessoa que muito tempo eu não via, fiquei surpresa por ele ter falado comigo. 

Capitulo 159

Luan 


As notícias sobre Pietra não chegavam, eu não conseguia ficar parado. Meu pai lembrou das câmeras que instalamos na casa e então fomos até a minha casa falar com os policiais. Eu não ia ficar de braços cruzados na casa da minha mãe esperando por notícias. 
Ao chegarmos, havia dois policiais na minha porta e um entrando. Eles falavam entre si. Saltei do carro quando vi uma movimentação de lá de dentro, era Pietra. Minhas lágrimas decidiram por si, rolarem em meu rosto, por tamanha tranquilidade. 
Pietra quando me viu, estava tão desnorteada que tentou dar alguns passos e se desequilibrou, abracei ela com tanta vontade e carinho. Ela a todo momento perguntava por Liz. 
—Ela está bem, está com a Bruna. - Acariciei seu rosto. 
—Senhor Luan, precisamos levar a sua esposa a uma clínica. para verificar qual substância Victoria usou para dopar ela. 
—Eu posso levar ela? 
—Pode sim. E o resultado deve ser encaminhado a delegacia para abrir a investigação. 
Antes de sair com Pietra dali, reparei que o corpo de Victoria não estava mais ali e que só tinha a poça enorme de sangue. Pietra me questionou sobre o sangue e disse que quando viu achou que fosse sangue meu ou da nossa filha. Eu não sabia a capacidade que Victoria tinha para fazer tanta maldade e ferir sua própria irmã e sobrinha, mas se minha esposa pensou nessa possibilidade eu com certeza deveria ter sido decisivo quando Victoria veio me chantagear. 
Pietra estava sonolenta, por conta da droga e por isso foi dormindo a viagem inteira. No hospital ela fez um exame de sangue para detectar qual droga foi usada e a colocaram no soro, Pietra ficou quietinha na cama mas de quinze em quinze minutos ela acordava e me perguntava algo que eu já havia respondido. 
—Liz está com a Bruna, amor. - Beijei sua mãozinha. 
—E Victoria? - Ela ainda não tinha me perguntado dela e eu fui pego de surpresa. 
—Aquele sangue todo na sala era dela. Ela faleceu. - Seus olhos fixaram em mim e as lágrimas desceram pelo seu rosto, enxuguei e ela continuou a chorar. Eu entendia a sua dor, ela queria o bem de sua irmã e Victoria só queria vingança. 
—Não fica pensando nisso, amor. Descansa. - Beijei sua testa, ela agarrou meu corpo me fazendo deitar ao seu lado. 
Olhei rapidamente para a porta e o corredor estava com uma luz fraca, imaginei que nenhuma enfermeira entraria naquele momento no quarto e então me deitei melhor, colocando meu braço debaixo da cabeça de Pietra, ela deitou melhor em meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos. 
Pietra logo dormiu e eu fiquei na expectativa de escutar alguém se aproximando da porta, e quando isso aconteceu, eu logo me levantei. Fingindo andar de um lado para o outro quando a enfermeira entrou. 
—Não consegue dormir? 
—Não. - Suspirei. 
A enfermeira foi até o sachê do que continha o soro que entrava na veia da Pietra e observou se ainda tinha bastante líquido e se estava entrando com rapidez que precisava.
—Você precisa descansar. - Ela me alertou. Eu concordei com ela, eu precisava de umas boas horas de sono para poder enfrentar o dia de amanhã. 
Ela saiu prometendo voltar com uma boa coberta e travesseiro para mim. 
Me deitei no sofá pequeno e consegui dormir por algumas horas, claro que eu acordava de tempo em tempo, assustado mas valeu a pena ter conseguido descansar esse tempo. Pietra pela manhã continuou com o soro, o médico não permitiu que ela amamentasse Liz, pois ainda havia a droga no organismo dela que com certeza foi para o leite. E só poderia amamentar se retirasse bastante leite para vir o leite mais limpo. 
Saímos de lá com o resultado e fomos para casa, Bruna estava lá, quando nos viu chegar, foi até a Pietra e ajudou ela sair do carro. 
—Cadê Liz? - Pietra perguntou para Bruna. 
—Está no quarto. Tá tudo bem com você? 
—Está. Eu só preciso ver minha filha. 
Ela passou por mim como um furacão mas ainda foi parada por Cida a questionando o que estava acontecendo. Pietra não quis falar e subiu. 
—Não esquece que não pode amamentar ainda. 
Ela respondeu que lembrava e foi direto para o quarto da nossa filha. 
Agora não havia nenhum rastro de sangue no chão da sala, mas a lembrança dela caída da escada não saía da minha cabeça. 
—Meu filho, me explica o que aconteceu? Eu nem sabia que a Victoria estava viva! 
—Cida. Aconteceu que ela forjou a morte dela, deixou a família achar que ela havia morrido e voltou para atormentar, bem pior que um fantasma. 
—Minha nossa! - Ela se benzeu. 
—Era ela então que estava aqui ontem a tarde? 
—Era sim, e provavelmente ela se infiltrou aqui antes de ontem. A senhora não achou nada de estranho não? 
—Não. - Ela pareceu pensar. —A não ser logo que você saiu, Pietra veio até a cozinha e disse que eu poderia ir para casa, duas horas antes do meu turno acabar,eu acabei indo logo, não vi mais nada. 
—Era Victoria então. - Deduzi. 
—Será?
—Com certeza. 
—E eu ainda vim aqui a noite, não achei que fosse Victoria, eu poderia ter evitado isso tudo. - Bruna suspirou frustrada. 
—Agora estamos bem. Pietra está bem e vamos voltar a nossa vida como era antes. 
Cida pediu licença pois ia fazer um café da manhã para nós. 
Bruna ainda ficou ali e eu subi para ver Pietra. 
Ela estava sentada na cadeira de amamentação, ela olhava Liz que dormia no berço. 
—Eu achei que nunca mais veria vocês. Foi doloroso demais. - Ela confessou 
—Onde Victoria colocou você? 
—Ela me colocou presa dentro do banheiro do quintal. Ela me agrediu e eu só sei que eu bati a cabeça forte no chão e desmaiei. Quando eu cai eu só pensei que não ia ter jeito a não ser me manter quieta para que Victoria me livrasse da morte. 
—Você não acordou em nenhum momento? 
—Acho que ela aparecia no banheiro e me injetava aquela droga para que eu não tivesse forças para fugir. 
—Graças a Deus ela morreu! 
—Apesar dela ter me feito tanto mal eu só queria o bem dela. Ela te amava, queria ter o seu amor. 
—Pietra, ela ficou obcecada em ter tudo que você tinha. 
—Eu entendo ela, ela só queria alguém para amar e ser amada. 
—Ela me traía, Pietra, ela nunca pensou em me amar. Nem tentou mudar isso. Não vamos discutir sobre isso. A gente é feliz juntos, temos uma filha. 
—É temos uma filha. Mas será que o certo é a gente juntos? Será que a nossa felicidade vai implicar com mais alguém para que essa pessoa faça o mal, só pra ver a gente separados? 
Eu tinha medo dessa pergunta, porque eu não queria ter a resposta e nem ouvir ninguém respondendo. Passei tanto tempo sofrendo e vivendo andando em ovos para que alguém aparecesse e estragasse tudo que eu construí, a gente não podia deixar que qualquer outro alguém estragasse nossa família. 

Vish e agora? 👀

22/05/2018

Capitulo 158

Luan 


Havia alguma coisa acontecendo em casa e Pietra não queria me falar, eu insisti tanto para que o Wellington ficasse lá em casa mas colocaram o meu trabalho em prioridade, como se Victoria não fosse louca o bastante para ir lá na minha casa na minha ausência. 
No dia em que eu viajei, avisei Pietra como ela pediu quando eu chegasse no hotel, ela apenas visualizou, liguei para ela mas ela desligou mandando mensagem que estava cuidando de Liz. Dei um tempo grande suficiente para que ela terminasse mas ela não apareceu me chamando novamente. Aquilo me intrigou, antes de eu subir ao palco eu pedi que Bruna fosse até lá em casa, ela foi, e disse que estava tudo normal, exceto por Pietra estar cansada pelo dia corrido, Liz pela primeira vez desde que nasceu estava enjoadinha. 
Aquilo me cortou o coração por imaginar que minha filha já sentia a minha falta, e deixei que Pietra descansasse até o dia seguinte. Logo pela tarde eu vi a notificação no instagram de Pietra, estava na piscina ganhando um bronze depois de um tempo, como ela descreveu na publicação.
Mandei uma mensagem para ela mais uma vez mas sequer viu minha mensagem. 
Fui almoçar percebendo que ela não me responderia logo. Fui a uma das rádios local da cidade, fiz algumas entrevistas e parti para o aeroporto, seguindo a próxima cidade. Liguei para Pietra antes de decolar mas ela não atendeu, liguei para o telefone fixo de casa e Cida atendeu dizendo que Pietra estava na piscina com Liz, e já estavam a um tempo lá. 
Eu estava nervoso mesmo sem motivos concretos. Subi no jatinho e avisei que a rota iria mudar para São Paulo, eles tentaram me questionar mas fui decisivo, recebendo apoio do Rober e do Well que percebendo a minha angústia e inquietação. 
Chegando em São Paulo, peguei um táxi, pedindo para que fosse o mais rápido possível. Assim que cheguei eu nem esperei pelo motorista dar seu preço, puxei duas notas de cem e lhe entreguei, dando-lhe o troco como gorjeta. Entrei em casa não ouvindo vozes de ninguém. Não achei que Pietra ainda estivesse na piscina, já escurecia. Subi pro andar de cima e fui direto para o quarto de Liz que dormia, ela estava acordada, parecia ter chorado, a peguei no colo colocando-a em meu peito, parecia que já me conhecia e se encolheu toda nos meus braços. 
Fui até meu quarto, ainda com Liz em meu colo, procurando por Pietra. Achei-a cantarolando no chuveiro. 
—Pietra! - Abri a porta e ela me olhou através da porta de vidro. 
—Oi! - Ela falou surpresa quando me viu. 
—Tá a muito tempo no chuveiro? Acho que Liz está chorando faz tempo. 
—Ela não dormiu a noite inteira. - Confessou com um suspiro cansado. —Se eu soubesse que criança fosse tão trabalhoso eu pensaria antes de ter! - Comentou rindo e foi para baixo da cascata de água do chuveiro. 
—Ela comeu tem tempo? 
—Antes de eu colocar ela no berço ela mamou. 
—Vou ligar para a minha mãe, ela deve saber o que tá acontecendo da Liz estar enjoadinha assim. 
—Ei, não. O que faz aqui? Você não viria só na segunda de manhã? 
Pisquei algumas vezes sacando o que estava acontecendo. Eu comentei com Pietra a semana inteira que viria no domingo antes do show que aconteceria mais cedo e não na segunda. 
—Cancelaram os shows. - Menti, sentindo um nó na garganta. 
—Ah bom. Assim ficamos juntinhos. 
—Sim. Vou deixar você tomando banho ai. 
—Tá bom. 
Fechei a porta rapidamente e mandei uma mensagem para Bruna, pedindo com urgência que meu pai estivesse aqui, junto com a minha mãe. Ela entendeu que a minha mensagem era bem óbvia. 
Bruna apareceu na porta daqui de casa muito rápido, antes mesmo de ‘Pietra’ sair do banheiro. Entreguei Liz a ela pedindo que cuidasse dela bem. Meu pai chegou logo atrás, pedi calma e expliquei em simples palavras que Victoria estava aqui, se passando por Pietra, mas precisava que ele ligasse para a polícia e que ele ficasse ali a espera. 
Ele me pediu muita calma e que eu tivesse sabedoria no que eu estava preste a fazer. 
Subi as escadas pulando alguns degraus, entrei no quarto e ela estava no closet. Tive que ter muita concentração para entrar no closet sorrindo. 
—E ligou pra sua mãe? 
—Ela não me atende. Consegui fazer Liz dormir. 
—Ah que bom! - Ela suspirou. 
—Já jantou? 
—Comi um lanche ainda pouco, estou sem fome, estou só cansada. - Ela bocejou. 
—Ah então vamos pra cama, eu estou cansado também, aí eu aproveito e faço aquela massagem que eu te prometi. Que tal? - Ela sorriu concordando com a minha proposta, pegou uma lingerie vermelha e a deixei se vestindo. Tirei a camisa e os sapatos. Ela saiu de lá e se sentou na cama. 
—Era mais fácil ter tirado esses trem, facilitaria minha vida. - Me referi a lingerie. Ela logo tirou a parte de cima, ignorei totalmente suas cicatrizes no corpo. 
Fechei meus olhos tentando imaginar onde Pietra estava naquele momento. 
—Agora pode se vestir. - Ordenei. Ela franziu a testa sem entender. —Você quer que eu repita? - Cruzei meus braços no alto do peito. 
—Por que então pediu para que eu tirasse a peça? 
—Victoria, você não me engana! 
Ela me olhou assustada. 
—Como? 
—Pietra não tem essas cicatrizes, você que passou por um acidente de carro tem, nem as melhores plásticas iam conseguir esconder essas imperfeições que você carrega. 
—Você queria me ver pelada então? - A ironia dela era notória, me controlei para não voar na cara dela e dizer que ela não tinha nada que me fizesse querer ela.
—Não tem nada aí que eu queira olhar de novo, você me dar nojo. Se veste! - Gritei.
Ela vestiu o primeiro roupão que viu e se vestiu. 
—Desce, a polícia está aí. 
—Vão me prender pelo que? Por eu sumir da vida inútil que minha irmã tomou de mim? - Ela riu irônica. 
—Ela não roubou nada. Porque a vida que você levava não era lugar para uma mulher tão baixa como você. 
—Eu posso ser a mulher que você quer que eu seja. - Ela se jogou nos meus braços. 
—Não! - A empurrei, deixando-a que cambaleasse. —Acabou o seu tempo quando decidiu me fazer de bobo.
—Você sempre quis a Pietra. O que você viu nela que não viu em mim? Somos basicamente iguais. 
—Você é totalmente o oposto de sua irmã, Victoria. - Falei rindo. —Pietra é feliz com tudo que ela tem, sabe o lugar dela, sabe ser a mulher que eu quero quando eu quero. Ela é uma menina quando quer ser, quando é para ser mãe ela é, quando é para ser a minha mulher entre quatro paredes ela é, ela é tudo que você nunca vai ser. 
—Você sabe como magoar uma mulher não é? Pietra roubou você de mim, roubou essa vida que ela vive. 
—Victoria, não me tira a paciência, você sabe que quando eu fiquei com Pietra a gente não existia mais. A gente enrolou para acabar com tudo e você só me mantinha preso com você, até inventar uma gravidez você teve a capacidade, agora não vem querer a vida que Pietra tem. Ela fez por merecer a vida boa que ela tem. 
—Você só me dar nojo! - Ela exclamou. —Eu nunca vou contar para onde Pietra foi levada. Você nunca mais vai ver ela. Você não quis se separar dela e agora vai sofrer de qualquer jeito. Por que ela vai morrer sem comer! 
Ela correu do quarto tão rápido, eu só escutei os gritos quando cheguei na porta do quarto, corri e a vi na ponta da escada. O sangue se espalhou rápido no chão me deixando em choque com o que tinha acontecido. 
Os policiais estavam armados na minha sala e um deles foi até Victoria, e tocou seu pescoço verificando sua vitalidade, ele negou e eu suspirei pesadamente, meu coração estava acelerado e minhas pernas pareciam que iam me derrubar nessa escada como Victoria caiu. Me sentei no degrau vendo a movimentação e senti meu rosto molhar a angústia não me deixava nem eu falar, queria ter forças para falar sobre Pietra. um soluço atravessou minha garganta, fazendo minha respiração ficar acelerada. 
—A Pietra! - Falei depois de descer e passar por Victoria caída no chão. Meu pai me amparou. 
—Os policiais vão fazer uma procura aqui, espera um pouco, senta aí. - Ele me indicou o sofá, mas não demorei para levantar, estava inquieto. 
Paulo entrou como um tiro na minha casa e por pouco pegou em Victoria. Meu pai e os policiais que o impediram de tocar em seu corpo. Ele chorou nos braços do meu pai, desamparado o meu sogro estava. 
Os policiais pediram-nos que saíssemos, até o IML chegasse em algum lugar pois os policiais cuidariam que o corpo e nada fosse tirado do lugar na casa para a investigação. 
—Eu preciso achar Pietra, ela pode estar presa em um dos quartos. E estamos perdendo tempo. 
—Vamos cuidar disso, pedimos mais uma viatura e eles estão a caminho e vamos procurar por sua esposa. 
Eu acabei concordando para facilitar o trabalho deles mas ainda queria saber ser Pietra estava bem. 
A Fim de despistar curiosos na rua, acabei indo para casa dos meus pais. Minha mãe estava angustiada, andando de um lado para o outro e quando me viu me abraçou me perguntando onde estavam Liz e Pietra. 


15/05/2018

Capitulo 157

Luan 


Eu achava arriscado demais fazer o plano da Pietra acontecer, mas meu próprio pai apoiou me deixando sem escolha. 
Seu Paulo anunciou para a mídia que Pietra já havia dado a luz a nossa pequena Liz no dia quinze de julho, e alegou a falta dessa informação por está ocupado junto com a família. Obviamente ninguém engoliu essa desculpas mas todos ignoraram pelo nascimento de Liz. 
Postei uma foto com Liz no colo e logo em seguida Pietra fez o mesmo, apresentando nossa filha ao mundo. 
Estava com medo do que podia acontecer, as notícias corriam que estávamos muito felizes com a chegada de Liz e nada que Victoria queria estava sendo programado. 
—Eu não tô gostando disso. - Comentei entrando no quarto. 
—Do que? - Pietra me encarou. 
—Desse plano, ela não vai entrar aqui em casa e falar sobre o assunto. Ela vai esperar que eu saia de casa. 
—Então vai ter que esperar por muito tempo, daqui você não sai. - Pietra bufou. 
—Uma hora ou outra vou ter que sair. - Suspirei. 
—Já colocamos uma escuta no seu carro, se isso acontecer. 
—Ela não vai aceitar bem isso. 
—Eu conheço a minha irmã. Ela vai ter que aceitar. E ainda pagar por tudo que fez. 
—Eu fui a delegacia e abri um boletim, se tiver uma pista, eu posso levar até eles e entregar a gravação. 
—Não! A gente vai chantagear ela. vai provar do próprio veneno.


Pietra


Se passou um mês desde o nascimento de Liz, saímos raramente, porém juntos e com certeza Victoria não se atreveria se aproximar de nós. Nossa família estava sabendo que Victoria não estava morta e isso gerou preocupação entre meu pai e a família de Luan sobre a gente. Eu não queria essa preocupação pois as pessoas sentiriam isso e Victoria também. 
Hoje era o primeiro dia de volta aos shows de Luan. Eu não queria ficar sozinha mas era preciso. Luan precisava receber a energia que ele sempre recebe do seu público. Ele não queria ir também mas eu tinha que me fazer de forte e o intimar ir. 
Ganhei um belo beijo e uma promessa que ele voltaria logo. 
A saudade já era imensa quando ele atravessou a porta e foi embora. 
Entrei para dentro de casa e fui dar uma conferida em Liz, ela ainda dormia e dava tempo de eu tomar um banho rápido. 
Terminei de me cuidar e vesti um roupão, Liz ainda dormia mas fui até seu quarto, ela precisava tomar banho antes de escurecer. Mas fui surpreendida, Victoria. Liz estava em seu colo. 
—O que faz aqui?! - Exclamei logo que o susto me atingiu. 
—Oi maninha, tudo bem? Minha sobrinha é linda! - Ela brincou com a mão de Liz que se mexia incomodada. 
—Victoria, coloca minha filha no berço. vamos lá em baixo conversar. 
—Você já sabia né? - Ela perguntou sem olhar para mim. 
—Sabia do que? 
—Que eu estava viva. Você já sabia né? 
—Nossa mãe não estava louca atoa. 
—É, não estava. Ela ficou depois que eu apareci diante dela e disse que eu era sua filha preferida. 
—Você fez todos nós sofremos à toa. Para que? - Questionei. 
—Quis deixar o caminho livre para você e Luan. Eu sabia que você ia consolá-lo na minha ausência. - Ela virou de costas para mim e colocou Liz no berço. 
—Você sabe que eu e Luan não ficamos juntos logo de primeira. Passei dois anos longe e ele sofreu por você, pelo bebê que eu perdi e por mim. 
—Pietra, pouco me importa se vocês viveram um, dois, três anos. Você tem o que eu queria. Formar uma família com Luan. 
—No seu acidente, você estava fugindo com o Douglas. Você lembra disso, não lembra? 
—Lembro sim. Lembro também que Luan só tinha olhos para você. Incrível que uma garota como você podia ter tudo sem ao menos se esforçar. 
—Não é assim, Victoria. 
—É assim, sim! - Ela se alterou, mas parou percebendo que estava no quarto ainda de Liz. Saiu do quarto pisando fundo e eu me certifiquei que Liz estava bem. Sai do quarto e Victoria descia as escadas. 
—Você gostava do Douglas não é? - Questionei chegando na sala, percebendo que ela olhava tudo em volta. 
—Gostei dele sim. 
—E por que não deram certo? 
—Eu não o amava. 
—Vic… 
—Amei o Luan. 
—Você o traía. 
—Eu só o traía porque ele só tinha olhos para você. A menina simples, a irmã boazinha. E quando você começou a namorar achei que isso ia acabar, mas só piorou. Eu vi ele te colocar para trabalhar com ele, do lado dele. Quantas vezes eu fingi não ver a troca de olhares que vocês tinham. Vocês tinham algo que eu nunca ia ter com ele. 
—Você vai ter com outro cara. É só você procurar. - Ela riu. 
—O cara está com você, teve uma filha com você. Tem uma vida perfeita. E não vai ser a ex que estava morta que vai fazer ele se apaixonar. 
—Eu não sei mais o que falar para você, eu sinceramente torço para a sua felicidade, torço para achar uma pessoa que seja sua metade.
 —Torce nada! Deixa a hipocrisia de lado e fala de verdade que você queria que eu estivesse naquele caixão mesmo. 
—Eu não queria, Victoria. Não queria! Me culpei por ter engravidado do Luan naquela época, de ter me aproximado dele! - Me desesperei. —Tantas noites sozinha eu desejei que eu estivesse morrido em seu lugar, que meu bebê tivesse nascido e que Luan cuidasse como um pai faria. Desejei que vocês cuidassem do meu bebê que não teve tempo de pegar no colo com vida. - Minhas lágrimas molharam rapidamente meu rosto. 
—Nada vai me fazer acreditar em você, você tirou de mim a compaixão pelo próximo. - Ela cuspiu as palavras. 
—Vic, não faz isso com você, minha irmã. 
—Eu não fiz nada, Pietra. Você quem fez e eu estou em busca da minha felicidade outra vez. 

14/05/2018

Capitulo 156


Luan
Ela passou as mãos pelo rosto, suspirando pesadamente diversas vezes. —Você a viu? - Foi a primeira pergunta que ela fez. —Vi, vi sim, ela… - Parei respirando fundo percebendo o quanto afobado estava para esclarecer minhas loucuras. —E…? - Pietra me incentivou a continuar falando. —Ela quer nos separar. - Eu escondi o rosto em minhas mãos, pela primeira vez me senti incapacitado para fazer qualquer coisa. —Quanto tempo isso? —Ela vem perturbando tem um mês mais ou menos. —Por que não me contou antes? —Era arriscado ter um parto prematuro, a gente planejou que você tivesse um parto tranquilo, dentro do seu quarto, rodeado de pessoas que você conhecia e se você passasse mal antes da hora, ia acabar tendo Liz dentro do hospital. —Eu não ia passar mal! —Ia sim! É um assunto delicado, Pietra. Nem eu mesmo segurei as pontas sozinho. Isso estava me sufocando. —Eu sei que ela está viva a muito tempo. Agora foi sua vez de revelar, eu não esperava por isso. —Como assim? —Minha mãe veio com aqueles papos estranhos de que me via como Victoria, num desses dias eu encontrei o número da Victoria no celular da minha mãe, mas eu não imaginava que a voz da minha irmã que ia falar “alô”. Foi bastante estranho ouvir a voz dela, eu acabei não falando nada e desligando o telefone. Minha mãe nesse mesmo dia veio com uns papos estranho do dia anterior que a gente passou juntas e eu não havia passado o dia com ela, foi aí que eu saquei, minha irmã estava viva. —Por que não me contou isso? A gente podia denunciar ela. Agora ela está me ameaçando. —Como? —Ela está dizendo que se eu não me separar de você ela me denuncia por cárcere de privado, que eu a escondi nesse tempo todo. —Isso é mentira! - Pietra exclamou nervosa. —Só a gente sabe disso. A mídia vai distorcer tudo e vai sujar minha imagem. —A gente tem que fazer alguma coisa. —Eu tenho que fazer alguma coisa, e vou fazer. Fica tranquila, logo ela não vai poder fazer mais nada contra nós. Abracei Pietra, como eu queria está desse jeito com ela a tempos mas estava me sacrificando. Naquela noite dormimos agarradinhos, Liz não acordou naquela madrugada mas nos despertou logo pela manhã. A peguei e trouxe para Pietra alimentar nossa pequena. Voltei a me deitar, mas ainda estava prestando atenção em Liz que estava com seus olhinhos abertos olhando sua mãe que estava com os olhos fechados por conta do sono. Liz largou o peito de Pietra e Pietra pediu que eu colocasse Liz para arrotar e fiz com que Liz arrotasse. Coloquei Liz no meio da cama, Pietra sorriu boba com os sorrisinhos que Liz dava, a nossa bonequinha estava atenta naquela manhã, mas ainda sim estávamos com sono e preferimos dormir. Acordamos a algumas horas depois. Pietra já disposta a levantar, cuidou de Liz e amamentou a mesma. Me deu ela para colocar para arrotar e foi tomar banho. Depois de um belo arroto eu a coloquei na cama e fui me vestir. Coloquei um bermuda e uma camisa. Peguei Liz e desci para a cozinha. Tomei apenas um café e subi, Pietra já se vestia, roubei um beijo dela e ela sorriu sem graça. Entrei no banheiro me despindo e fui para o chuveiro tomando um banho morno. Sai do chuveiro, me sequei e enrolei a toalha na cintura e sai do banheiro. Pietra ainda estava concentrada em dobrar as roupas, beijei seu pescoço e ela arrepiou-se. —Não faz essas coisas. - Ela bufou rindo. —Saudade. Só saudade. - Suspirei. —Eu também. Entrei no closet e escolhi uma muda de roupa, me troquei lá mesmo e sai vestido. Arrumei meu cabelo e coloquei um boné virado para trás, meu cabelo estava péssimo. Desci antes de Pietra que entrou no closet reclamando que a toalha que eu usei estava enrolada em cima do puff toda molhada. Pedi para a Cida preparar uma bandeja de café da manhã para dois. Tanto Cida quanto minha mãe me olharam com um sorrisinho bobo e fingi não ver. Logo que Cida terminou de preparar, peguei a bandeja e subi. Pietra falava ao telefone, parecia aflita perguntando quem estava do outro lado da linha. Ela desligou e me encarou. —Quem era? —Não respondeu. —Não queria ter essa possibilidade mas deve ser a Victoria me dando um aviso. - Suspirei colocando a bandeja em cima da cama com cuidado. —Era disso que eu queria conversar… - Ela disse confiante porém com um sorriso lindo no rosto e eu queria ver ela assim. —Vamos falar disso depois? Trouxe um café da manhã gostoso pra gente comer. O sorriso dela triplicou, nos sentamos na cama e comemos, na verdade eu fiquei admirando minha mulher. Ela dizia como estava sendo a experiência de ser mãe e parecia que ela nasceu para isso. Nasceu para ser mãe porque ela dizia com tanta tranquilidade algo que eu não saberia fazer. Pietra é uma mulher incrivel, todo homem deveria se apaixonar por uma mulher como ela. Mas Deus foi injusto com todos os outros homens, pois mulher como Pietra só existe uma, ela própria, Deus me presenteou uma bela mulher. —Ei! Tá me escutando? - Me olhou seria e eu acabei sorrindo. —To, meu amor. Só que eu fiquei distraído com sua boca. Suas bochechas ficaram vermelhas. —Vai ser difícil ficar sem sexo por quarenta dias. - Murmurei me levantando. Ela gargalhou de mim. —Ri mesmo. Você também vai ficar. —Eu vou por que estou de resguardo, me dói tudo aqui. - Ela tocou na barriga. —Já você tá em forma, sem dor alguma. —Prometo ficar em abstinência. - Segurei o riso e ela deu de ombro. —Faz o que você bem quiser. - Ela fechou a cara mas não teve como ela segurar o sorriso irônico. —Vou fazer daqui a quarenta dias. - Me curvei até ela e beijei seus lábios. —Tá certo. Agora senta aí que eu tive uma ideia sobre o lance da Victoria. Ela ficou séria e eu acabei ficando tenso. Me sentei diante dela e ela se endireitou, ficando concentrada.

O que será que Pietra pensou hein?

08/05/2018

Capitulo 155

Pietra 

Ouvi Liz chorar e instantaneamente me levantei, sentindo as dores me lembrar que eu não estava podendo fazer esforços assim. Mari estava saindo com Liz no colo mas voltou quando percebeu que eu acabei acordando.
—Eu ia deixar você dormir mais um pouco. - Ela sorriu. —Vai me agradecer depois.
—Ainda estou lidando com isso, Liz acordou de madrugada com fome. - Comentei pegando Liz.
Tirei meu peito para fora e Liz o abocanhou já sabendo que ali era sua fonte de alimentação.
—Vai dar muito trabalho. - Mari se sentou diante de mim.
—Vai, mas Luan vai me ajudar muito. - Ela sorriu fechado. —E falando nele, cadê ele? Achei que ele viesse dormir também. - Dei de ombro.
—Ele teve que sair.
—Sair? - Estranhei.
—É, acabei nem perguntando para onde.
—Ele nem comentou que ia sair hoje.
—Para mim também não. Quer almoçar? - Ela se levantou.
—Já desço.
Ela saiu e eu fiquei ali alimentando minha pequena.
Coloquei-a para arrotar e depois fiz ela dormir cantando músicas de ninar, rápido ela dormiu e eu a coloquei no berço, primeira vez que eu entrava no seu quarto depois do nascimento.
As paredes em tons de azul do céu com estrelinhas no teto ficaram mais lindos com Liz aqui. A cor azul não era porque eu esperava que viesse um menino, mas que representasse o céu e de fato parecia o céu.
Desci depois de levar a babá eletrônica comigo.
Almocei com Marizete e Bruna conversamos sobre as meninas de Bruna que estavam ansiosas para ver a prima.
A conversa foi até boa, mas nada me fazia parar de pensar no que estava acontecendo com o Luan, ele estava estranho e eu não conseguia distinguir quando isso começou. Mas passava um milhão de desafios que ele estava tendo que enfrentar para estar tão estranho quanto parece.
—Visita, Pietra. - Cida anunciou e eu me levantei devagar, da cozinha avistei Erica com os meninos, sorri de lado e ela me olhou surpresa, acho que nem para os nossos amigos Luan contou que Liz já tinha nascido.
—Pietra como assim? - Ela se aproximou e me abraçou com cuidado. —Quando ia me contar que já nasceu sua menina? - Me olhou atenta.
—Aconteceu tudo tão rápido. Vamos sentar na sala. - Indiquei que ela se sentasse no sofá, eu não podia ficar em pé por muito tempo, as cólicas na minha barriga aumentavam.
—Foi ontem né?
—Foi, Luan acabou não avisando ninguém e eu me ocupei. - Dei de ombro.
Bruna se juntou a nós e ganhou esporro da Erica por não ter avisado a ela sobre o nascimento da minha princesa Liz.
—E cadê o papai do ano?
—Saiu. - Suspirei e as duas me olharam estranhando meu suspiro.
—Como assim saiu? - Erica perguntou.
—Saindo, eu estava aproveitando meu tempo que eu podia dormir mais um pouco e quando acordei ele já havia saído. Até agora não voltou, Mari nem sabe onde o filho foi.
—Já ligou para ele?
—Nem tentei. Daqui a pouco eu faço isso.
Um dos meninos gritou e em seguida Liz chorou, Erica brigou com os dois, dando-lhe a culpa neles.
—Não briga com eles Caca, mas não gritem meninos. - Beijei a testa dos dois que me pediram desculpas.
Subi mesmo contra vontade de Mari, Bruna e Erica.
Peguei minha menina que chorava, percebi que o motivo do choro era muito mais que o grito dos meninos, sua fralda estava suja. Aproveitei para dar banho nela, antes que escurece e esfriasse mais. Agasalhei minha pequenininha e desci com ela acordada. Erica logo a pegou dos meus braços e admirou Liz.
Escutei o barulho na garagem e suspeitei que fosse Luan, o mesmo apareceu na sala, cumprimentou Érica, os meninos, Bruna que estava saindo para buscar as meninas dela, Marizete e a mim me dando um selinho xoxo.
—Luan não tem um pênis, tem um pincel! - Érica provocou e Luan riu.
—Sou um artista!
—Olha essa arte! - Encarou Liz que dormia tranquilamente em seu colo.
—E eu que carreguei por nove meses! - Dei de ombro ouvindo Luan rir.
—Guardou minha arte por nove meses, cuidou direitinho. - Ele beijou minha cabeça.
Luan saiu da sala, pedindo licença pois ainda ia almoçar. Mari estava fazendo bolo e quando ficou pronto nos serviu, com direito a café quentinho.
Luan não ficou na sala e subiu para o quarto.
Bruna chegou e foi uma alegria só, as meninas estavam ansiosas para ver a prima. Os meninos da Érica que sequer fizeram questão de ver Liz, ficaram curiosos depois que as meninas de Bruna chegaram. Ambos sussurrando para não acordar minha bebê.
Já escurecia quando Bruna e Érica foram embora, subi com Liz nos braços, meu corpo reclamou de tanto que eu subi e desci as escadas hoje e decidi descansar, mas Liz parece que sentiu o silêncio em seu quarto e chorou logo que eu entrei no meu quarto.
—Deixa que eu pego ela, ainda nem peguei hoje ela. - Luan se prontificou quando eu suspirei.
—Obrigada. - Agradeci, tomei um banho rápido e voltei para deitar na cama. Luan já estava deitado também, com Liz, ele tentava conversar com ela mas seus olhos fechados diziam que não estava afim de papo.
—Apaga a luz que ela abre os olhos. - Ele apagou e Liz abriu os olhos preguiçosamente, fixou os olhos em Luan e sorriu, o primeiro sorriso dela. Peguei o celular mas antes que eu ligasse na câmera ela parou de sorrir.
—Vai ter mais outras oportunidades. - Luan garantiu. —Vou sentir falta desse momento. - Ele disse pensativo, acredito que estava pensando alto.
—O que? - Estranhei.
—Oi?
—Você acabou de falar que vai sentir falta desse momento.
Ele abriu a boca duas vezes para responder e gaguejou.
—Eu digo, desse momento que passa rápido.
Acabei concordando com ele. Mas queria ainda falar sobre o seu estranhismo que vem acontecendo desde ontem a noite.
Liz não demorou muito para dormir e Luan a colocou no berço em seu quarto. Ele não voltou e deduzi que tinha descido, aproveitei para descansar um pouco.
Marizete estava sendo um anjo na minha vida, não esperava que ela fosse me ajudar tanto nessa primeira etapa, só me faltou dar comida na minha boca e me mimar.
Eu dormia quando ela entrou no meu quarto me chamando. Ela havia feito meu prato e trazido até aqui.
—Você está sendo um amor de pessoa. - Sorri.
Enquanto comia a gente ia falando sobre algumas ideias sobre a maternidade que ela de dava uma luz para caso aconteça. Foi quando escutamos Liz chorar, ela correu até lá,
Terminei de comer já sabendo o motivo do seu choro, a fome. Mari acalentou ela mas a mesma nem mesmo queria saber da chupeta.
—Menina exigente. - Mari brincou me dando ela. Tirei meu peito para amamentar ela e como das outras vezes abocanhou com vontade.
Marizete me deixou amamentando e eu fiquei admirando minha menina. Antes do seu nascimento eu li tanto, aprendi tanto sobre a amamentação, fiquei com medo de não conseguir e aqui estou eu orgulhosa de mim, por ter conseguido logo de primeira.
Liz sujou a fralda enquanto se alimentava e quando terminou eu logo tirei sua roupa e a fralda. Dei um banho nela rapidamente e vesti novamente, ela já estava mais uma vez com sono e eu a coloquei para dormir.
Todos na casa decidiram ir dormir, exceto Luan, que quis ver filme na sala. Mas eu fui atrás dele.
Me sentei ao seu lado e tentei prestar atenção no filme mas na minha cabeça eu estava planejando em como o abordar, sendo que ele só foge.
O filme acabou e eu esperei que Luan falasse alguma coisa ou se levantasse, mas ficou imóvel olhando a tela da televisão que estava passando os créditos finais do filme. 
—Por que você está tão distante? - O questionei. Ele suspirou antes de me encarar. —E não vem dizer que não é nada, porque é sim, alguma coisa. A gente planejou tanto esse momento, que curtíssemos isso tudo, mas você tá distante de nós, saiu e nem me disse para onde foi, não to te cobrando e não precisa me contar para onde foi mas você sabe que eu me preocupo, você sempre avisa para onde vai e você não falou nem para a sua mãe.
Enquanto eu falava ele tentou abrir a boca algumas vezes mas sem sucesso de formular uma frase, ele então desistiu e se calou para me ouvir.
—Esses primeiros dias estão difíceis para mim por sua ausência, sua mãe está fazendo o seu papel aqui de me ajudar enquanto você está aqui mas pensando em alguma coisa que não quer que eu saiba. Então eu estou te dando essa oportunidade de se abrir comigo, sou sua esposa e mereço ouvir tudo que você esteja me escondendo.
—Sua irmã está viva.
Ele sussurrou mas ouvi muito bem, e foi como um balde de água gelada nesse frio de julho.

05/05/2018

Capitulo 154

Pietra

A sensação de ter dado a luz é no mínimo uma bênção que Deus deu a todas as mulheres, do modo que nenhum homem é capaz de fazer. A dor, o sofrimento fica tudo para trás quando aquele pequeno ser se aninha em seu colo e chora por ter saído do seu lugar mais aconchegante. 
Liz chorou bastante quando todos começaram a comemorar pelo seu nascimento mas gostou do meu colo e eu amamentei como eu queria ali ainda dentro da banheira. Sem ao menos saber como fazer. Liz sugou meu peito e parece que gostou da sua primeira refeição.
Depois de um bom banho eu me deitei, ainda sentia meu corpo reclamar das contrações que me fizeram sofrer de cedo até ainda pouco. Mas quando eu sentia dor eu lembrava do rosto da minha Liz, e a dor instantaneamente sumia dando lugar a felicidade.
Luan foi sem dúvidas o parceiro mais participativo que qualquer um soube. Dava para ver o quanto ele sentia as dores comigo e sofria junto. Mas me dava força para continuar e lutar para o nascimento da nossa garotinha.
Cada um ajudou para a Liz vir, e eu estava feliz por ter essas pessoas incríveis ao meu lado.
Marizete não parou de admirar minha filha, dizia que ela tinha alguns traços de Luan, realmente ela tinha. Mas tinha seus cabelos bem escuros como o meu, ontem mesmo eu vi  uma foto quando eu era recém nascida e eu tinha esses cabelos escuros.
Marizete parou de paparicar minha filhota. E foi a vez de Bruna que fez questão de colocar minha princesa em seu berço e liguei a babá eletrônica. Mas peguei no sono antes mesmo de pensar em alguma coisa, o cansaço era nítido.

Acordei pouco tempo depois, Mari trouxe sopa para me alimentar. Estava com muita fome e comi tudo, gostando do tempero da minha sogra.
—Cadê o Luan? - Questionei.
—Está com seu pai.
—Nossa aconteceu o meu parto e eu sequer lembrei do meu pai, ninguém contou para ele?
—Ele estava lá embaixo, não quis vir aqui. Mas ele deve subir já já.
—Pede para ele vir o mais rápido, diz que eu to esperando por ele.
—Tudo bem. 
Ela sorriu e desceu. Peguei a babá eletrônica e quis escutar alguma coisa mas nada, completo silêncio. Será que ela estava bem?
Não consegui dormir até meu pai aparecer no quarto.
—Oi minha filhota! - Ele se aproximou, beijou minha testa e se sentou ao meu lado. —Cadê minha netinha?
—Está no quarto do lado, pode ver ela. Se ela estiver acordada traz ela aqui.
—Eu não sei pegar mais crianças no colo, ainda mais recém nascido. Vou deixar cair. - Ele encolheu os ombros.
—Deixa disso, vai pegar sua netinha. - Sorri, sentia dor no abdômen e rir era uma coisa que eu não queria experimentar.
Ele levantou e saiu do quarto, não demorou muito e ele estava com a minha bonequinha de rosa.
—Ela se mexe muito! - Ele me olhou espantado.
—Ela vem pro meu colo e dorme. - sorri. —Não dá tempo nem de vê la acordada.
—Então toma porque ela já sujou a fralda. - Ele fez careta colocando ela deitada entre minhas pernas.
—Pega as coisinhas dela ali na cômoda? 
Ele foi até lá e pegou o pacote de fraldas, lenços umedecidos e uma toalha. Ele esticou a toalha no colchão e eu deitei novamente Liz que chorava.
Tirei sua fralda e limpei seu corpo. Depois de limpa, coloquei uma outra fralda limpa e vesti seu macaquinho rosinha.
Como eu disse, ela logo dormia em meus braços. Quis registrar esse momento e pedi para meu pai tirar uma foto, ele me mostrou e eu gostei.
—Luan postou alguma coisa nas redes sociais sobre o nascimento? - O questionei.
—Não. Ainda não, eu prefiro assim.
—Como assim? 
—Pietra, não é um bom momento para se discutir isso. Vamos manter assim por enquanto.
Ele ficou nervoso com o meu questionamento e eu não sabia o que estava acontecendo. Esperava que meu marido fosse sincero comigo e falasse o que estava acontecendo para que meu pai ficasse tão nervoso com a ideia de contar aos fãs do Luan que nossa filha já havia nascido.
Meu pai saiu do quarto quando eu parei de lhe responder suas perguntas aleatórias. Acabei dormindo com minha filha na cama, ela gostou bastante de estar juntinha a mim. Quando acordei no meio da noite, com o choro dela pela babá eletrônica, Luan já estava de pé, embora estivesse escuro dava para ver sua silhueta. 
—Vou pegar ela. - Ele avisou antes de sair, minha boca estava seca novamente.
Ele trouxe ela, pedindo pra ela parar de chorar, com a voz serena. Me deu ela e eu pedi para que ele pegasse um copo com água. Ele foi e eu logo tirei meu peito para dar de mamar a minha filha que cessou o choro logo que veio para o meu colo. 
Luan me trouxe a água e eu bebi tudo. 
—Meu pai estava estranho quando veio aqui.
—Estranho? - Ele perguntou de olhos fechados.
—É. Pode ser coisa da minha cabeça mas ele prefere que não contemos sobre o nascimento de Liz.
Luan se remexeu e me encarou.
—Concordo com seu pai. Ainda não é a hora de expor a Liz. 
—Até semana passada a ideia era outra. O que meu pai te falou para mudar sua opinião? 
—Ele não disse nada, Pietra. Eu to cansado, preciso dormir. - Ele se virou dando as costas para mim. 
Segurei minha língua para não falar mais, minha filha não merecia ouvir a primeira discussão na sua primeira noite. 
Depois que ela se alimentou, deitei ela na ponta da cama, com um travesseiro antes de chegar a ponta da cama. Colocando meu braço por cima do corpo dela a protegendo. Dormi na preocupação de Liz cair da cama, mas foi tranquilo ela dormir comigo. 
Acordei com o choro dela manhoso, Luan dormia ainda virado do lado oposto, me sentei e coloquei Liz mais para o meio da cama e fui ao banheiro, voltei e cuidei de dar um banho nela. Ela chorou como eu esperava, Luan acordou mas voltou a dormir quando viu que eu estava dando conta. Cuidei da minha menina e vesti ela, estava frio e de qualquer jeito eu ia vestir uma roupa mais quente nela. 
Marizete bateu na porta quanto eu estava terminando de amamentar minha pequena e se ofereceu para cuidar dela enquanto eu tomava banho. Chamou o Luan, o intimando acordar pois precisava dele. 
Fiz minhas higienes, tomei um banho não muito longo mas bem proveitoso, estava com cólicas, como a Cláudia me explicou que aconteceria. 
Vesti uma camisola e uma calcinha, nada de bonito pois essas semanas eu ficaria longe de sexo, meu corpo reclamava que precisava se recuperar no mínimo por um ano. 
Luan foi para o chuveiro e eu desci para comer, estava morrendo de fome.
Cida era um anjo, fez um café da manhã repleto de frutas. Comi um pouco de cada coisa, me enchendo por completo. 
Luan quando desceu deu bom dia a todo mundo, me deu um selinho e se sentou ao meu lado e se serviu de café. 
—Meu pai tá aqui? - Ele perguntou olhando para a mãe. 
—Saiu mais cedo e foi para o escritório, tinha que resolver algumas coisas. 
—Luan tá de férias, o que eu deveria resolver agora? - Me intrometi.
—Também não sei. - Minha sogra bufou. 
Estava acontecendo alguma coisa e eu precisava descobrir. Luan me tratou mal na madrugada por eu querer saber a estranheza do meu pai. 
Peguei Liz no colo e fui até o jardim, a chuva estava calma, meus cachorros quando me viram pareciam que sabiam que não podiam latir ou pular em cima de mim. Me cheiraram e abanaram o rabo alegres com a minha presença. 
Entrei logo, estava fazendo frio e eu não queria pegar um resfriado. Liz estava dormindo confortável em meu colo. 
Subi para o meu quarto e preferi dormir mais um pouco, meu corpo ainda estava dolorido. 



Luan 

Como ainda não foi divulgado a nenhuma rede social sobre Liz ter nascido, Victoria ainda não tinha como atacar eu e minha família. Eu só tinha que ganhar tempo para que eu fosse a delegacia e prestar queixa contra Victoria que está viva. 
Na noite anterior, meu sogro conversou com meu pai sobre a aparição de Victoria na minha casa, eles decidiram me ajudar e conversar com um bom advogado que nos instruiu a não expor minha filha nas redes sociais e que eu fosse o mais rápido para a delegacia. 
Mas eu não sabia como sair de casa e mentir para Pietra, eu preferi não contar para ela que sua irmã estava a verdade viva e ameaçando o nosso casamento. 
—Mãe, eu vou sair. - Avisei descendo as escadas, me certifiquei que Pietra dormia e não ia me ver sair. 
—Vai aonde? Achei que ficaria em casa. 
—Eu volto logo, eu preciso resolver umas coisas. - Suspirei. 
—Resolver coisas? Luan você nasceu de mim, te conheço antes mesmo de nascer. - Ela bufou percebendo a minha tentativa de mentir para ela. —Achei que esse nervosismo seu era por conta do nascimento da Liz mas você tá nervoso agora e não é associado a sua filha.
—Mãe, quanto menos a senhora saber, melhor. 
—Eu espero que você tenha consciência do que faz, não quero decepções depois. 
Ela se afastou de mim e eu suspirei cansado, mal começou o dia e eu estou cansado de tudo que vem acontecendo. 

02/05/2018

Capitulo 153


Luan


Abri a porta e a Bruna entrou pela mesma, carregando algumas bolsas, com a porta aberta ainda vi minha mãe e meu pai, vindo. Os esperei e eles entraram me cumprimentando. 
—Bruna já subiu. - Falei fechando a porta. 
Minha mãe nem esperou que eu os convidasse para subir também, e já foi subindo. 
Bruna estava sentada na beira da cama e minha mãe falava com Pietra. 
—Meu filho, onde tem camisola pra Pietra se trocar? Ela precisa ficar a vontade. 
—No closet mãe. Mas deixa que eu pego. 
Entrei no closet e abri as gavetas de Pietra, a maioria de suas camisolas eram justas e indecente, momento inapropriado para se vestir daquela forma. 
—Que demora! - Minha mãe resmungou de lá do quarto. —Foi costurar a camisola? - Antes que ela aparecesse aqui eu fui até elas. 
—Eu não achei nenhuma confortável. - Cocei a nuca olhando para Pietra. 
—Está na primeira gaveta, todas aquelas roupas são pra eu usar nesse momento. 
Corri de volta para o closet, achei uma camisola bem larga, essa seria melhor roupa que ela deveria usar. 
Meu pai que estava conversando com elas teve que sair, Bruna ficou junto com a minha mãe. 
Nesse tempo que tivemos durante a gravidez decidimos que Bruna e minha mãe poderiam circular pelo quarto, com tanto que não atrapalhasse. E qualquer homem não poderia tirar sua privacidade, apenas eu, seu marido. Com isso pedimos apenas enfermeiras e sua obstetra Cláudia.
Ajudei Pietra a se trocar, ela teve que tirar toda sua roupa ficando de camisola apenas. 
Minha mãe foi para cozinha, insistiu em fazer algo para comer, mesmo Pietra insistindo que não estava com fome mas estava com sono. Insisti que ela ficasse acordada mais tempo, as duas enfermeiras chegaram nos dando mais assistência. 
Escutamos o coração de Liz batendo, a enfermeira fez todo exame para saber qual era o tamanho da dilatação. 
As enfermeiras a deixaram descansar, mas que avisasse se tivesse dores. 
Me deitei ao lado dela, depois de encostar a porta do quarto, agora a sós. 
Pietra estava calma e tanto que conseguiu dormir e relaxar até às seis da manhã, foi quando começou as dores. 
Pietra começou a fazer alguns exercícios, segundo a enfermeira, era para dilatar com mais rapidez. 
Era difícil ver Pietra sentindo dores e eu a todo momento insistia para ela tomar um remédio para dor. Mas minha mulher era mais forte do que parecia. 
Eu que era um fraco, eu estava a base de remédio para minha dor de cabeça, eu me queixei para minha mãe e ela me deu o remédio. 
Minha mãe ajudou bastante, trazendo água, suco e saladas de frutas. Minha esposa estava muito bem alimentada e forte para esse momento dela. Já eu estava nervoso e preocupado demais para me alimentar. 
Na hora do almoço minha mãe insistiu para que eu comesse, me tirou do quarto e me fez comer. enquanto eu praticamente engolia a comida, meu sogro apareceu aqui em casa. Me procurou e veio falar comigo. 
—Eu só recebi a mensagem agora, o que aconteceu? - Ele perguntou depois que minha mãe se afastou. 
—Pietra está em trabalho de parto, vai nascer antes do previsto. - Contei depois de ingerir dois goles de suco. 
—Você chegou falar da Victoria? - Ele foi receoso.
—Eu tentei mas ela me cortou antes de falar o que estava acontecendo. 
—O que você planejava fazer? 
—Eu ia contar a Pietra sobre a Victoria está me chantageando e ia na delegacia. 
—Pietra não estava preparada pra isso. 
—Eu posso ter irritado ela. Logo que ela se levantou a bolsa estourou, eu não imaginei que pudesse acontecer isso. 
—O que as enfermeiras falaram? 
—Não disseram nada. A que esteve aqui a semana toda disse que foi surpresa ter ela logo em trabalho de parto, as contrações dos dias anteriores estavam bem fracas. Isso me preocupou bastante. 
—Pietra se culpa pela tragédia da Victoria. 
—Victoria está viva. Ela que é culpada de tudo. 
—Eu não vou opinar. Pois queria muito que minha filha estivesse viva mesmo. 
—Mas ele está! - Me levantei irritado, minha mãe que estava distante me olhou preocupada. Levei o prato para a pia e voltei para o quarto, tentando me acalmar antes de entrar no campo de vista da Pietra. 
—Luan, vamos colocar Pietra na banheira, você ajuda? - Uma das enfermeiras falou comigo. 
—Claro que sim. 
—Eu só preciso de um top. - Pietra me olhou. 
—Então vamos achar um top. Vem comigo. - Eu queria carregar ela no colo mas ela disse que preferia ir andando já que sua lombar doía. 
Fomos até o closet, ela se sentou em um dos puffs que tinha ali, procurei pelo top que ela queria, depois de achar eu coloquei nela. 
—Pega um roupão pra mim. - Ela pediu e eu atendi seu pedido. Ela colocou e então voltamos. 
Ela tirou o roupão e eu ajudei a entrar na jacuzzi, estava na temperatura corporal, de acordo com a temperatura de Pietra. 
Ela se sentou na parte mais funda, deixando a água até seus seios.
Ela trabalhou na respiração por um longo tempo, fazendo tudo que ela aprendeu no pré natal e no que as enfermeiras indicava ela fazer, e eu estava ali do lado dela, lembrando o quanto ela é forte. 
Escutamos mais uma vez os batimentos da nossa filha, cheguei a chorar por estar tão próximo de ver seu rostinho. 
Meus sentimentos estavam me fazendo transbordar de felicidade. Ter Pietra para dividir esse momento era incrível. Eu estava muito feliz por ela ser a pessoa que minha filha vai chamar de mãe. 
—Força, meu amor. Você vai conseguir! - Falei para que ela apenas escutasse. Ela apertou minha mão e tentou fazer força, mais uma vez falhou mas mesmo assim continuei insistindo. Ela é forte e ela ia conseguir. 
A médica Cláudia chegou e examinou mais uma vez Pietra, já estava na hora de pôr suas força total nesse momento. 
Pietra preferiu ficar de joelhos, debruçada na borda da banheira, me ajoelhei ali, diante dela e beijei seus lábios. 
—Você é forte meu amor, você vai conseguir. - Tirei seus cabelos do rosto. 
Ela não disse nada, apenas fechou os olhos e se concentrou em sua força. 
Nesse momento as luzes estavam no mínimo, para que não houvesse susto para a nossa filha. 
As enfermeiras diziam o quanto ela estava sendo incrível, dando mais força a ela. Claudia não ficava atrás, estava sendo incrível está com ela nesse momento. 
Pietra estava cansada, não aguentava mais as dores, dava para ver o sofrimento dela nítido em seu rosto. Peguei em sua mão esquerda e segurei firme, ela gritou e fez força, a força que ela fez, fez com que nascesse nossa garotinha, no mesmo momento ela largou a minha mão e agarrou a nossa Liz. E eu nem acreditava que era ela a nossa bebêzinha. 
Toda roxinha ela fez alguns movimentos e logo em seguida chorou nos braços de Pietra. 
Todos comentavam como ela era grande e como nossa pequenininha chorava.
—Parabéns papais! Agora precisamos cortar o cordão umbilical, quer fazer as honras? - Cláudia me mostrou a tesoura longa. 
Sorri nervoso, nunca fiz isso na minha vida e o medo de errar, mas mesmo assim cortei e mais uma vez vibraram. 
Pietra ainda chorava pelo nascimento da nossa primeira filha, beijei sua testa suada e observei ela dar de mamar a nossa filha. 
 As enfermeiras tiveram que pegar Liz para fazer os primeiros exames. Deixei Pietra nas mãos de Cláudia que examinava ela. 
Fui ver minha pequena que tomava seu primeiro banho, ela chorava muito. Terminando o primeiro banho, colocaram ela na balança e ela pesava 3.560 com 51 centímetros. Eu mesmo vesti ela, coloquei a fralda e sua roupinha rosa que Pietra escolheu para ela vestir primeiro. Quando terminei de vestir a minha pequenininha ela já dormia, eu sorri todo bobo, eu seria um pai muito babão. 
Pietra veio para o quarto e se deitou pedindo para que eu desse a nossa garotinha para ela. 
—Vou lá pegar algo pra você comer tá? - Dei um selinho nela. 
—Pega água para mim, estou com a boca seca. 
—Ta bom coisa linda.
As enfermeiras já guardavam as coisas e eu desci junto com a Cláudia. Ouvia o que Pietra podia ou não podia fazer, ela só estava me lembrando, já que participei das inúmeras idas às consultas. 
—Já nasceu? - Minha mãe saiu da cozinha secando as mãos. 
—Nasceu sim, mãe. Bruna está lá paparicando a sobrinha. - Sorri de lado. 
Minha mãe me abraçou, emocionada e me dizendo palavras que me fizeram chorar também. 
Cláudia se despediu de nós, nos interrompendo do momento mãe e filho. 
Levei-a até a porta e ela foi embora. 
Minha mãe já tinha subido para ver a pequena Liz. 
Aproveitei para fazer um lanche para Pietra e para mim. Não esquecendo da água que ela pediu. 
Estava sentindo falta do meu pai e do meu sogro que não estavam aqui em casa mas descobriria depois onde eles estavam nesse momento tão maravilhoso para mim. 
Subi para o quarto e dei a água que Pietra pediu. 
Liz já estava no colo da minha mãe, sendo paparicada. 
Pietra lanchou e acabou descansando. 
Bruna fez questão de colocar Liz no berço para também descansar. E eu fui levar as enfermeiras até a porta. 
O dia foi intenso, eu estava esgotado mas com um sorriso no rosto. Minha esposa foi guerreira quando escolheu ter nossa filha em parto normal, tanto ela quanto as outras mulheres que escolheram esperar o momento das crianças para vir ao mundo. Estava orgulhoso demais por minha esposa, ela é incrível. 
Minha mãe desceu e foi esquentar a sopa de legumes que ela fez. E eu fui para o quarto da Liz, ela era tão miudinha dentro daquele berço, dormia como um anjinho. 
Fiquei mais um tempo velando seu sono até perceber que estava chorando. Nunca chorei tanto na minha vida e nem imaginava chorar assim nesse mometo. Eu só queria parar no tempo e curtir o momento entre pai e filha. 
Eu sou oficialmente pai, essa criança daqui uns meses vai me ver como pai e eu vou ensinar tudo a ela. 
Bruna entrou no quarto estragando meu momento sentimental e pela cara dela não era coisa boa...

E então nasceu a pequena Liz...