Luan
—Então diz muié. - Ela ficou em silêncio, por longos segundos encarando meu peito nu. —Fala amor. - Insisti.
—Eu acho que contei para as meninas que a gente transou com mais pessoas ao mesmo tempo. - Parei pensando no que ela estava dizendo e me veio na cabeça a conversa embaraçosa com minha irmã.
—Era isso? - Eu ri. —Eu já sabia. Bruna jogou verde pra eu acabar falando. - Bufei ao lembrar.
—Erica quis saber também. - Ela sorriu de lado. —Disse que vai propor de fazer com o Dudu. - Ela riu.
—Eduardo vai adorar. - Gargalhei.
—Será que ele vai aceitar dela ficar com outro homem?
—Eu achei que não ia aceitar ver você ficando com outro e não foi tão ruim quanto eu imaginei.
—Então vamos torcer para que a Érica convença ele. - Ela falou animada.
—Vai rolar uma suruba entre eu, você e a Érica? - Brinquei deixando-a braba.
—Te sossega, Luan Rafael. Minha amiga, praticamente minha irmã.
—Que que tem uai. - Ela me bateu.
—Ai de eu saber que tu fica olhando pra ela desse modo.
—Não pode nem olhar?
—Não!
—Tudo bem então. - Dei de ombro segurando o riso.
—Idiota. - Ela me bateu.
—Para muié. Eu sou branco, vou ficar todo vermelho. - Segurei seus pulsos.
—É pra se lembrar que não pode olhar pra outra mulher, a não ser eu.
—Tá bom minha mulher, agora me dá um beijo. - Segurei em sua nuca e beijei sua boca ela retribuiu com vontade.
Entre troca de beijos a gente acabou dormindo, um abraçado ao outro. Eu acordei com as vozes lá embaixo. Levantei torcendo para que ninguém tenha nos procurado. Vesti a cueca e fui chamar Pietra.
—Amor, acorda. - Beijei seu ombro e ela despertou.
—Nossa, dormimos aqui. - Ela falou puxando o lençol para ela.
—O pessoal já acordou, tão arrumando tudo lá. - Virei-me olhando lá embaixo.
—Erica deve acordar já. - Ela murmurou levantando.
—Eduardo também. - revirei os olhos.
—Não vão nos deixar em paz. - Ela riu. Ela pegou a roupa para vestir e eu fiz o mesmo com as minhas roupas.
—Posso pegar sua camisa? Eu vim com essa camisola. - Ela mostrou sua linda camisolinha transparente, ontem não reparei muito por estarmos no escuro mas agora na luz do dia, aquela camisola me tirava a atenção e eu queria tirar aquela camisola dela.
Então dei a minha camisa para ela vestir.
Pietra dobrou o lençol e então descemos, a deixei no quarto dela, dando-lhe um beijo gostoso em sua boca. Prometendo esperar ela no altar.
Pietra
Eu estava esperando aquela última noite para falar sobre o nosso bebê mas na hora não tive coragem de contar a ele, não naquele momento. Eu tinha tanto medo de perder esse bebê e ele se culpar. Eu escolhi ter certeza que nada podia acontecer com o nosso bebê. E faltava pouco.
—Onde você estava? - Recebi a pergunta da Erica assim que entrei no quarto.
—Fui olhar a casa.
—Às oito da manhã? E ainda com essa camisa? Você estava com o Luan? Filha da mãe! - Ela descobriu antes que eu abrisse a boca para contar mais uma desculpa.
—Ai me deixa. Eu não gosto se ficar muito tempo sem ver ele. Ele me dá a calma que eu não consigo encontrar quando dizem que está chegando a hora do casamento. - Do nada senti uma vontade incontrolável de chorar. Agora eu estava me sentindo culpada por não contar ao Luan sobre o nosso filho.
—Oh amiga. Eu sei como é. -Bastou Érica me abraçar que eu desabei em chorar. Minhas lágrimas não me obedeciam e rolavam sem parar pelo meu rosto. —Calma fofinha. Você precisa ter calma. - Ela se afastou suficiente para enxugar minhas lágrimas. Aos pouco fui me acalmando dando lugar ao soluço sem lágrimas.
—Dorme mais um pouco. Vou cuidar dos meninos, minha mãe chega daqui a pouco. Daí começamos a arrumar tudo.
Eu apenas concordei com ela. Fui para cama e deitei me enrolando nas cobertas, sentindo o cheiro da camisa dele.
Quando acordei outra vez a Erica levava dois homens até a sala de visitação, eles tinham umas malas. Ela voltou sozinha e veio me chamar.
—Fofinha. Tá na hora. Eu já enrolei demais.
Me espreguicei.
—Quem são? - Perguntei.
—O maquiador e o cabeleireiro. Eles vieram organizar as coisas. Você precisa descer para almoçar.
—Estou sem fome.
—Fofinha, você precisa se alimentar. - Ela encarou minha barriga, me lembrando que eu tinha que me preocupar.
—Ah claro. Vou tomar um banho e já desço.
Ela concordou mais satisfeita e eu fui para o banheiro. Tomei um banho rápido, me vesti e desci.
Meu pai chegou naquela manhã me abraçou como um paizão faz.
—Tudo bem, moreninha?
—Estou ótima. Vim almoçar, já comeu? - Perguntei.
—Ainda não. Estávamos esperando a noiva descer. - Sorri de lado.
Fomos até a área externa onde era organizado a mesa enorme do almoço. Perto da piscina. Os ajudantes que eu contratei foram ótimos, fizeram a comida que eu pedi e pelo cheiro estava delicioso.
Me sentei a mesa, juntos com todos os outros, até meu noivo estava ali. Quando me viu veio me dar um beijo.
—Oi amor, quanto tempo. - Ele mentia descaradamente. Érica que estava ao nosso lado, olhava a cara de pau do meu noivo em mentir.
—Vem comer. - Puxei ele para o lugar vago ao meu lado.
Ele se sentou e se serviu do almoço. Teve até sobremesa de torta de limão, uma delícia.
Érica não me deixou demorar mais nenhum pouco, disse que eu ia me atrasar.
Fui para o quarto e a banheira estava pronta para eu usar. Estava cheia de pétalas vermelhas e o cheiro dos sais era meio enjoativo mas mesmo assim eu entrei, sentindo meu corpo relaxar. Ganhei outra massagem nos ombros e quando tive que sair eu me enrolei no roupão.
A manicure começou logo nos meus pés, cuidou das minhas unhas e deixou meus pezinhos com cara de pés de noiva.
O cabeleireiro começou lavando meu cabelo, fez uma ótima massagem, secou e deixou para fazer o penteado logo depois da maquiagem.
Nesse tempo a manicure já estava fazendo a arte nas minhas mãos, ela era boa e rápida. Quando ela acabou se despediu de mim e saiu dizendo que ia fazer as unhas do meu noivo. Ri por imaginar ele fazendo as unhas. Naquele momento entrou o Roberval com uma câmera, ele começou a falar sobre o casamento e me perguntava as coisas.
—Ansiosa pelo casamento?
—Só não roí as unhas porque estão perfeitas. - mostrei minhas mãos e ele riu.
—Já viu o Luan hoje?
—Na hora do almoço, quase não tivemos tempo. - Falei triste mas seu olhar me acusou “Eu sei o que vocês fizeram na noite passada.” e acabei rindo deixando a minha mentira no ar.
—E agora o que vão fazer?
—A maquiagem. - Respondi me deitando melhor na cadeira.
O rapaz se posicionou ao meu lado e começou o processo para cuidar do meu rosto. A maquiagem durou quase uma hora, Roberval continuava ali, filmando todo espetáculo que o maquiador fazia. Me olhei no espelho e gostei muito do que vi. Estava mesmo usando uma maquiagem feita por um profissional. Érica estava sendo uma madrinha e tanto, me ajudou em tudo, se não fosse ela eu estava perdida naquele momento. Erica me mandou ir para o banheiro vestir a lingerie, escolhida por mim. Era branca, toda rendada, a renda era quase transparente, a calcinha ainda mais. Gostava de me vestir pensando em Luan, ele ia adorar essa lingerie.
Me enrolei no roupão mais uma vez. Me sentei novamente onde estava e o cabeleireiro começou o penteado, era todo preso no alto da cabeça, com os cachos soltos, o meu franjão estava solto também, encacheado.
Quando o cabeleireiro acabou Érica pediu que todos saíssem do quarto pois eu ia me vestir naquele momento. Mas minha mãe entrou.
—Eu vou dar licença para vocês. - Érica disse quando viu que eu precisava ter um momento de mãe e filha.
—Tem bastante gente já. - Minha mãe disse entrando mais no quarto.
—Imagino. - Sorri ansiosa. —Estou nervosa agora. - Cruzei os braços no peito.
—Ah querida. - Ela me abraçou me aconchegando nela. —Mamãe fica feliz por saber que você o ama.
—Sempre amei. - Ela deu risada.
—No começo você estava perdida, você queria só saber daquele rapaz, como é o nome dele mesmo?
—Mãe, eu sou a Pietra. Nunca amei outro homem sem ser o Luan.
—Para de brincadeira, Victoria. Você e o Luan tiraram para falar isso para mim, isso me magoa. Você não sabe a dor que eu tenho quando vocês me falam essas coisas. - Seu aborrecimento era notório e me fez afastar dela. —Sempre lutei por você, desde o dia do seu nascimento. - Ela me olhava fixamente.
—Do que a senhora está falando?
—Eu nunca contei para ninguém. - Ela se sentou na cama me convidando a sentar com ela. —Quando descobri que estava grávida, seu pai estava passando por um momento delicado e eu escondi dele a gravidez inteira. Por orgulho meu. - Ela respirou fundo. —Com os problemas que ele estava passando, minha gravidez não foi tão boa quanto eu esperava que fosse. Uma das gêmeas ocupava o maior espaço no meu útero. Essa gêmea era a Pietra. Os médicos que eu me consultava me indicava tirar você. O problema era que você não se nutria direito, e Pietra ganhava todos os nutrientes, por um momento eu pensei em tirar Pietra e deixar você. Ela tinha uma chance de sobreviver mas eles não pensavam assim. Eu só queria saber de você. E quando vocês nasceram eu quis pegar você no colo logo para saber que você nasceu com saúde. - Ela sorriu com um misto de paz. Meu coração palpitava de uma forma diferente, chegava doer.
Minha mãe me rejeitou mesmo antes do meu nascimento.
—Mãe. - Me levantei decidida —Me desculpa por eu ter entrado na sua vida de penetra. Agora eu sei porque implicava comigo sempre. Nunca fui suficiente, nem mesmo no meu nascimento isso te alegrou. Mas não aceito mais que me chame pelo nome da minha irmã. Me chamo Pietra. Não se esquece desse nome. Victoria morreu. Ela viveu o que tinha que viver. Ela sim, atrapalhou a minha vida quando eu menos precisava dela. Não me culpo pela gravidez que a senhora levou e que quase não deu certo.
Minhas lágrimas desceram pelo meu rosto, me deixando com mais raiva ainda por borrar a arte que o maquiador fez em mim.
—Victoria, você está me ouvindo? Eu disse que preferia você!
—Eu ouvi sim, mãe. Ouvi que nunca me quis. A senhora precisa de tratamento, é isso que a senhora precisa. Sabe quantas vezes eu cogitei a hipótese de deixar levarem a senhora? incontáveis vezes. Por acreditar que a senhora fosse melhorar. Que fosse me ver como a sua filha Pietra. Mas a senhora nunca me viu como filha. A senhora pode se retirar? - Pedi já indo até a porta quando ela foi aberta pelo meu pai. Sua expressão era preocupante.
—O que está acontecendo aqui? - Ele perguntou invadindo o quarto.
—Leva minha mãe daqui? Por favor. - Pedi, quase implorei.
Me sentei na cadeira me olhando no grande espelho, não gostando nada do que eu estava vendo em mim.
Minha mãe saiu e meu pai continuou ali comigo, ouvindo meu soluço, porque eu tinha que chorar para estragar a maquiagem? Agora me atrasaria mais ainda. Se ainda existisse um porcento de vontade de sair desse quarto.
Mais uma vez a mãe da Pietra acabando com a vida da própria filha :x
Posta mais um eu te imploro!
ResponderExcluirNossa que barra
ResponderExcluirMeu Deus Rayane não vai me fazer ela perder esse filho por favor e posta o outro logo obrigada de nada
ResponderExcluirEu disse sobre a mãe dela. Tadinha da Pie , cadê o Luan pra acalmar a moreninha dele
ResponderExcluirAi ai mds!! Tadinha da piee💔 cont
ResponderExcluirMeu Deus, sempre foi rejeitada pela mãe antes mesmo de nascer. Uma barra isso. E ela não contou da gravidez. Espero que conte na Lua de mel.
ResponderExcluirP.S: Brenna Dias