Luan
Com Pietra entrando no sétimo mês de gestação, começamos organizar o quarto. Nunca pensei que fosse tão divertido pintar as paredes. Pois é. Pietra insistiu que ela ia pintar e decorar o quarto. Mas ela não aguentou ficar por mais que dez minutos dentro do ambiente com o cheiro de tinta e sobrou para mim. Chamei Rober e ele me ajudou tomando umas cervejinhas.
O quarto tomou uma proporção de rosa bebê na parte de cima das paredes e branco na metade para baixo, dando uma harmonia calma de um quarto de bebê. O teto ficou com a cor branca, o banheiro do quarto era todo branco e deixei assim, era melhor.
Depois que deixados por dias secar aquela tinta e o cheiro passar, Pietra foi olhar e gostou do resultado. Insistiu que eu tinha que montar o berço. Já tínhamos comprado tudo para o quarto, nossa menina já tinha brinquedo.
Com a ajuda da Pietra os parafusos errados, eu consegui montar. Pietra não se contentou foi colocando as coisas no berço, enfeitando ele. Quando ela terminou, ficou emocionada imaginando nossa filha ali e acalentei ela até sairmos daquele quarto.
—A gente não falou nos nomes… - Comecei.
—Estava esperando você me dizer. Era o combinado. - Ela colocou as pernas em cima do meu colo. Para fazer massagem, a maioria das massagens que eu fazia nela acabava em sexo, ela dizia que a culpa era dos meus dedos que fazia uma massagem tão gostosa que faz ela ficar molhadinha. Palavras de Pietra. E eu tenho culpa nisso, sei fazer massagens que ela fica enlouquecida e ainda coloco a culpa nos hormônios.
—Eu to perdido, sem saber que nome colocar. - Comecei dando uns apertos no peito do pé dela.
—Já tem uma lista? Eu posso ver?
Saquei o celular do bolso da bermuda e coloquei no bloco de notas, clicando na listinha.
—Carol, amor? Carolina ou Caroline. Carol é apelido.
—Tanto faz, desde que eu a chame de Carol. - Dei de ombro, ela riu.
—Anabela, eu gostei.
—Também gostei. Chamar ela de Belinha.
—Pode ser com dois enes né? Annabela. - Digitei o nome.
—Não aumenta o nome da menina não. - Fiz careta. —Queria um nome pequeno.
—Liz é bonito também.
—Lindo né?
—É sim. É bem simples porém forte.
—Tem Poliana. É nome bonito.
—Chamar ela de Poli.
—É mesmo. - Dei risada.
—Poliana mesmo? - Ela me encarou.
—To em dúvida agora. Liz é bonito, Anabela também e Poli me deixou duvidoso. Qual você colocaria?
—Esses nomes são lindos e a decisão é sua. - Ela deu de ombro.
—Me ajuda po.
—Eu não. - Ela deu risada já mais relaxada. —To cansada demais pra decidir.
—Ta nada que eu sei.
—To sim. - Ela suspirou. —Preciso de um banho.
—Eu posso dá na minha neném.
—Eu sei o banho que você quer me dá. - Ela deu risada gostosa.
—Um banho totalmente sem malícia. Eu tenho que treinar cuidar de bebês né? - Ela me olhou desconfiada.
—Falando em treinar. Contratei uma enfermeira para me ajudar na primeira semana, tudo bem?
—Você não disse que a minha mãe ia vir nos ajudar?
—Sim, eu disse. Mas sua mãe não cuida de crianças à muito tempo. Uma enfermeira sabe o que vai me ajudar, vai me tirar muitas duvidas.
—Se é necessário, tá tudo bem,meu bem.
—A Cidinha vai dormir aqui né?
—Ainda não conversei com ela. Mas se ela aceitar vai sim. A casa.vai ficar cheia com a chegada da nossa princesa. - Ela acariciou a barriga redonda e pontuda. —Olha ela mexeu. - Aproximei minha mão da dela, onde ela sentiu ela mexer.
—Oi bebê linda do papai. Cê tá acordada? - Aproximei-me para conversar com a nossa filha. Ela se movimentou, me fazendo sentir ela. —Ta feliz é? - Subi a camisa de Pietra e beijei onde eu sentia os movimentos.
Já tínhamos sentido leves movimentos dela, mas agora eram movimentos constantes e dava para sentir a alegria da nossa garotinha.
—Ela vai ser que nem você, que sobe em árvore, que gosta do mato.
—Que bom. Assim vou ensinar a ela um monte de coisas. - Sorri imaginando aquela pequenininha brincando no jardim daqui de casa, fazendo suas artes, Pietra Brigando e eu encobrindo suas travessuras, em partes.
—Vai ser uma moleca.
—Se depender de mim, vou ensinar a pescar!
—Depois dos dez anos. Por favor.
—Cinco anos é o suficiente.
—Vai achando. Eu vou esquentar o jantar, estou morrendo de sono. - Ela quis levantar mas eu a impedi.
—Fica aí. Deixa que eu faço isso. Cê tá cansada.
—Você que fez o serviço pesado, pintou o quarto inteiro e ainda montou o berço.
—Mas quem tá com os pés inchados é você, moreninha. Fica quietinha ai que já trago o jantar. - Selei os lábios dela e fui para a cozinha, onde eu esquentei nosso jantar. Levei os pratos, talheres e os copos com suco.
Depois do nosso jantarzinho no sofá, ela me agradeceu, me enchendo de beijos e dizendo que eu era o melhor marido do mundo.
A peguei no colo e a carreguei até o nosso quarto. Deixando toda a nossa bagunça na sala. Cuidei da minha moreninha dando-lhe banho na jacuzzi, um banho quente e relaxante para nós dois.
Dormimos logo naquela noite mas acordei com Pietra me chamando.
—Que foi?
—Eu não to conseguindo dormir. - Ela falou baixinho enquanto deitava sua cabeça no meu peito.
—Ta passando mal? - Mexi em seus cabelos, agora abrindo meus olhos um pouco mais atento.
—Não. Mas to com uma louca vontade de comer frango frito com manga.
—Frango com manga? - Aquilo não fazia sentido.
—Frango frito, com manga. - Me corrigiu, me olhando atenta.
—Amanhã a gente faz isso. - Fechei meus olhos, ainda fazendo um carinho em sua cabeça.
—Amanhã não. Agora. Eu to louca de vontade.
—Agora?
—É, eu acho que eu to com desejo.
—Logo agora ter desejos?
—Que culpa eu tenho?
—Ai meu Deus. Que horas são?
—Duas e trinta e cinco da manhã.
—Ta. Vou ver se acho frango frito e manga. - Ela comemorou. —Tudo pra nossa filha não se parecer com frango frito com manga. - Levantei-me reclamando e ouvindo Pietra rir.
Me vesti e desci junto com Pietra, ela queria ir junto, mas fui decidido ir sozinho, seus pés ainda estavam inchados e preferia que ela relaxasse em casa. Passei a mão nas chaves e me despedi da minha mulher, decidido a achar o seu desejo a essa hora na madrugada, nossa filha tem cada gosto estanho.
Andei por um bom tempo a procura de um mercado aberto, como se fosse possível. Parei numa rua deserta e saquei o celular que estava vibrando no bolso do meu casaco. Era Pietra.
“Já conseguiu?”
“Ainda não, não acho nada aberto a essa hora.” - A Respondi.
Ela não respondeu e eu decidi mandar mensagem nos grupos do whatsapp.
“Alguém sabe me dizer onde vende frango e manga a essa hora em SP?”
“Frango e manga???? Não faço ideia🤨” - Breno me respondeu.
“Puta merda. Pietra achou de ter desejo agora e eu não faço ideia onde achar isso.” - Desabafei.
“Fodeu cara! Kkkkkkkk” - ele continuou.
“Eh Luan. Aparece aqui. Tem um peito de frango aqui no congelador, acho que deve servir. E tem manga tbm” - Dudu respondeu logo depois.
“Sério???? Porra eu te amo, cara.”
Eu não esperei a resposta dele e dirigi rapidamente até a casa do meu amigo, ele me esperava no portão, sai do carro e fui até ele.
—Porra cara, você não sabe como tá me salvando. - Agradeci o abraçando.
—Relaxa boi. Cuida das meninas direitinho. - Ele falou amargo e eu percebi que ele não estava bem.
—O que aconteceu cara?
—Nada… Diz pra Pietra que eu segui os conselhos dela. Mas Érica não quis mais me ouvir e muito menos me ver. Saiu de casa tem dois dias.
—Caralho. - Eu fiquei sem saber o que falar, não esperava por isso. —Eduardo, eu não sei nem o que falar pra você. Pietra queria ajudar a amiga. Não tinha a intenção de acabar com o casamento de vocês.
—Eu sei disso. Pietra estava certa. Eu não podia esconder isso da Érica.
—Eu sinto muito, cara.
—Eu sei que sente. Agora vai levar essas coisas pra Pietra. Se não minha afilhada nasce com cara de frango com manga. - Ele deu um sorriso forçado, abracei ele batendo em seu ombro. Dando lhe apoio. Em um outro momento ia lhe dar conselhos para reconquistar Érica.
Arranquei com o carro dali e fui direto para casa.
Pietra estava deitada de lado, no sofá, segundo ela, só essa posição lhe favorecia.
—Amor. - A chamei. Ela resmungou tampando o rosto com o braço.
—Você demorou. Conseguiu comprar?
—Consegui, agora só falta temperar e fritar. Vou lá na cozinha. - Avisei depois de lhe dar um beijo. Fiz o tempero do frango e cortei-o em cubos, liguei o fogão e coloquei a frigideira com o óleo, coloquei alguns pedaços de frango na frigideira e deixei fritando. Fui cortar a manga e cortei em cubos, deixando-os em um prato, coloquei na geladeira e fui mexer no frango que estava quase frito.
Graças a internet eu sou fazer um frango frito e cortar uma manga.
Coloquei o frango no papel toalha escorrendo o óleo e retirei a manga de dentro da geladeira. Peguei os dois pratos e fui até a sala, onde Pietra dormia.
—Amor, acorda. Tá pronto seu frango frito com manga. - A chamei.
—Hm… - Ela resmungou escondendo sua cara de sono.
—Amor, come um pouquinho. Fui atrás e fiz com tanto carinho. - Alisei seus cabelos.
—Estou com sono, Luan. - Ela virou me encarando, bem brava.
—Come um pouquinho, ou então nossa filha vai nascer com cara de frango frito com manga.
—Eu nem estou mais com vontade. - Bufou chateada.
—Mas come, só um pouquinho. - Insisti.
Ela acabou se sentando e provando do seu prato maluco, resmungou dizendo que estava cansada mas que aquilo estava bom demais.
Depois de acabar com sua refeição, ela subiu. Coloquei o louça suja na pia e subi depois de apagar as luzes.
Estava tão esgotado naquela madrugada que fui acordado por um choro no andar de baixo. No primeiro momento eu achei que estava sonhando com a minha garotinha. Recobrei minha consciência e percebi que minha garotinha não havia nascido e que faltava mais um pouco para acontecer isso.
Levantei da cama e fui para o banheiro fazer minhas higienes. Depois de vestido, eu desci.
—Oi maninha! - Abracei minha irmã.
—Oi Pi. - Ela beijou meu rosto e tornou a sentar no sofá.
Minhas sobrinhas estavam sentadas no chão da sala, brincando com bonecas.
—Ooi minhas lindezas. Vem falar com o tio.
Elas vieram para o meu colo, as duas já davam alguns passinhos e eu achava tudo muito encantador e babava muito nelas imaginando a minha filha.
—Acordou! - Pietra apareceu saindo da cozinha.
—Manu e Juli me acordaram, estavam chorando.
—Foi Manu. Juli pegou as duas bonecas e a Manu abriu o berreiro. - Bruna riu arrumando a blusinha de Julieta. —Mas se acostume, a sua vai chorar também, não é só as minhas não.
Bruna e Pietra riram.
—Papai vai mimar muito minha filhota. Não vai ter motivos pra chorar.
—Ôh coitado. Vai falir pensando assim.
—Trabalho em dobro. - Dei de ombro brincando.
—Em triplo. Agora você é casado, maninho.
—E um marido falido.
—Que horror, Luan. Nossa quem escuta isso acha que eu gastei horrores. - Pietra se sentou no sofá menor.
—To brincando amor. - Joguei beijo pra ela que continuou emburrada.
—Com licença, o almoço está pronto. - Cidinha avisou e logo saiu.
—Opa, vamo almoçar! - Falei animado. Peguei as minhas duas sobrinhas no colo e seguimos para a mesa de jantar.
A mesa estava posta para a gente. Pietra ajudou Bruna a dar comida as meninas e fomos almoçando enquanto elas falavam sobre roupinhas de bebê.
Terminando de almoçar, elas seguiram para a sala onde tinha algumas encomendas que tinha chegado à alguns dias. Eram roupas de bebê que nos mandavam sempre, seja de lojas ou de alguém que gostava muito da nossa menina.
Decidi me trancar no quarto, assisti futebol e joguei uns jogos entediantes. Fui perceber que já passava das sete horas quando a escuridão do quarto me atrapalhou encontrar o meu celular. Decidi descer as escadas e quase cair dela depois de ver quem estava na minha sala de estar.
Awn Liz é tão lindo 😍❤ to adorando cont!!
ResponderExcluirQuem será?
ResponderExcluirQuem diacho será que está na sala minha nossa senhora.
ResponderExcluirP.S.: Brenna Dias