Pietra
Acordei com o sol batendo em meu rosto. Meu corpo estava todo coberto por um lençol que Luan com certeza pegou. Me descobri e levantei, seguindo para o banheiro. Fiz minhas necessidades matinais, depois sai do banheiro vestindo um sutiã de renda e um short
Estava enjoada aquela manhã e precisava de comida, fiz uma ligação para o restaurante do hotel e fiz um pedido para o meu café da amanhã. Sabia que Luan não ia acordar naquele horário para comer, então pedi apenas para mim. Vesti um roupão para abrir a porta, o garçom deixou o carrinho ali e eu arrumei a mesa da varanda para tomar meu banho de sol e meu café da manhã. Fiz aquilo tudo Admirando a praia linda diante dos meus olhos. Estava tão distraída que só percebi a presença de Luan quando ele tocou meu ombro.
—Que susto, amor. - Reclamei.
—Desculpa. - Ele beijou minha bochecha e se sentou na cadeira diante de mim. Observei sua cueca, estava com um volume, estava excitado.
—Safada! - Ele me acusou, apertando minha coxa com a mão.
—Deu vontade, ué! - Beberiquei meu café.
—Safada. - Deu de ombro.
—São os hormônios, você sabe que eu não sou assim. - Fiz bico.
—Sei sim. É ainda pior. - Ele riu.
—Nossa, não sou assim. Sou um anjinho.
—Anjinho do sexo. - Ele colocou os dedos dentro do meu short.
—Não atenta.
—Eu gosto de atentar você.
—Percebi. - Relaxei meu corpo na cadeira deixando que ele passeasse sua mão por meu corpo.
—A gente nunca transou em ar livre né? - Ele sorriu malicioso.
—E a transa na borda da piscina? Hm? - Rimos.
—Aquilo foi tão rápido.
—Eu não estava mais aguentando.
—Eu sei. Mas agora com o seu apetite sexual da pra transar na casa toda. - Ele beijou meu queixo.
—Aí é demais para as minhas pernas. - Coloquei-as em cima de suas coxas. Ele se aproximou me beijando até que eu ficasse em seu colo.
As carícias ficaram cada vez mais intensas e desejosas. Eu amo esse homem, não tinha mais nenhum outro na minha vida.
[...]
—Folga? - Luan me sentou na asa do jatinho, ele ficou entre minhas pernas quase deitado. Estava cansado coitado.
—Ainda tem um pocket show a tarde e o programa da Eliana que vai ser gravado lá em casa. - Lembrei-o.
—Putz é mesmo. Já tinha me esquecido.
Fiz um carinho nele em seu cabelo, aproveitando que já estava bagunçado, ele gostava quando fazia um cafuné nele. Ouvimos gritos perto do portão e era seus fãs. Luan pensou bastante em não ir, estava de madrugada e estava cansado, mas ele pensou nos fãs que vieram ver ele, podiam estar cansados e era de madrugada, com certeza ele ia alertar eles para não sair a essa hora atrás dele.
Luan tinha um instinto paternal quando se trata dos fãs dele, foi assim que eu vi ele como o pai dos meus filhos.
Quinze minutos depois Luan voltou um pouco mais renovado, seu sorriso de canto, com presentes nas mãos.
—Eles souberam que era uma menina e trouxe presentes. - Ele foi abrindo ali mesmo, sem cerimônias.
Primeiro foi uma camisa do Corinthians, escrito “Melhor filha do mundo”. A outra era mini microfone, e a maioria eram carrinhas dizendo o quanto estavam felizes por nossa filha.
Era uma bênção ter os fãs do Luan amando o nosso filho.
O jatinho finalmente foi liberado e então decolamos para São Paulo.
Já amanhecia quando chegamos, Luan dormiu a viagem inteira. Já eu fiquei acordada escutando música.
O motorista nos levou até em casa e nos despedimos de todos.
Luan levou as malas para a lavanderia ao meu pedido e subimos para o quarto.
O cansaço era tão notório nele, que ele simplesmente dormiu sem tirar os sapatos.
Tirei devagar os sapatos, a calça, a camisa e o deixei de cueca, cobri-o com edredom, troquei de roupa por um pijaminha leve e curto. Liguei o ar condicionado e me deitei junto com meu maridão.
O despertador tocou, nos avisando que estava mais que na hora de acordar. Luan me abraçou beijando minha nuca e eu me espreguicei, dando mais vontade de ficar na cama com o meu amor. Mas os deveres nos chamavam.
Luan foi tomar banho e eu organizar as coisas no quarto, separei sua roupa para o show, para a saída dele e para vestir agora.
—Tudo certo? - Ele perguntou saindo do banheiro.
—Certinho, agora eu preciso tomar meu banho.
Entrei no banheiro me despindo. Tomei um banho demorado, lavando meus cabelos. Sai com a toalha na cabeça e enrolada com um roupão, dei graças à Deus por Luan ter desligado o ar e aberto as portas da varanda para o ar gelado sair.
Fui para o closet e escolhi uma roupa, calça jeans não era uma opção boa por conta da minha barriga, estava grande e a calça não fechava mais, meu quadril aumentou bastante, me deixando mais cheia. Então preferi vestido, um mais solto e que não marcasse tanto meu quadril largo.
Ao descer, Luan abria a porta para sua mãe, foi uma surpresa ver ela aqui hoje.
—Oi querido. - Eles se abraçaram, trocaram carinho de mãe e filho. Sentia falta da minha mãe mas me recompus ou choraria. — Pietra! - Ela me abraçou, gostou da novidade de eu lhe dar uma neta e insistiu participar do nome da nossa garotinha. Luan disse que era ele que ia escolher o nome, esclareceu o trato e eu acabei concordando, mas pensando em planejar como vou participar dessa escolha.
—Hoje tem gravação aqui em casa, Juliana ligou avisando mais cedo que a equipe vem as duas para ver a iluminação, microfone e dar idéias. - Luan dizia tanto para mim quanto para Mari.
—Ah não sabia. Não quero atrapalhar em nada. - Ela se desculpou.
—Que isso Mari. A senhora não atrapalha em nada. Pode ficar aqui e participar da gravação. Assim eu não fico tímida na frente de tanta câmera.
—Eu que vou ficar tímida na frente das câmeras. - Ela riu.
—Ganhei duas tímidas na minha vida, meu Deus. - Luan falou olhando pra cima e rimos.
—Sua filha não vai ser tímida. - Mari colocou a mão sobre minha barriga e eu ri.
—Ela eu quero que seja tímida, não quero ela falando com ninguém que eu não confie.
—Credo amor. Mari, já almoçou?
—Não se preocupe, já estou indo para casa.
—Almoça com a gente, sogra. - Sorri de lado, fazendo manha.
Ela acabou concordando, almoçamos tranquilamente. Já Luan teve que se apressar, estava atrasado para o show.
Mari me ajudou a fazer alguns pratos, enchemos a mesa com ajuda da Cydinha, a empregada.
Quando passava das duas horas a equipe bateu na porta. Recebi eles e os deixei à vontade para colocar os equipamentos onde era necessário.
Minha sogra não quis mesmo aparecer no programa e só restou a mim. Fiz maquiagem com a maquiadora que veio, pedi que deixasse bem simples e gostei do resultado, ela mesma era a cabeleira que arrumou meu cabelo e me salvando.
Tudo devidamente pronto, esperei por eles, demoraram um pouco para chegar, mas contornei por saber que quando se trata de Luan, tudo é atrasado.
Mas eles chegaram. Abri a porta para eles e Luan deixou que Eliana entrasse primeiro.
—Quanto tempo, Pietra! - Ela me abraçou.
—É mesmo. - Sorri.
—Pietra e Luan abriram a porta da casa deles para mim, o que será que eles fazem no dia a dia deles? Vamos descobrir?
—Corta! - Um homem disse atrás da câmera.
—O que vocês podem me contar? - Ela virou nos olhando.
—Tudo! - Luan falou exasperado e então rimos.
—Podemos falar sobre o sexo do bebê, dos planos que temos, são poucos mas temos.
—Sabe o que podemos falar? Eu sabia que quem cuidava das malas do Luan quando vai viajar, era a mãe dele, dona Marizete e o Rober organizando tudo porque ele era desorganizado. Ai eu pergunto se ele mudou ou continua assim. Tá bom? - Ela me olhou esperançosa.
—Tudo bem.
Concordamos.
A entrevista começou no sofá da sala, falamos sobre como Luan me pediu em casamento. Falamos sobre o próprio casamento. Que Eliana foi e adorou.
—Nossa foi lindo os filhos do Dudu Borges entrando pra entregar as alianças, morri de amores.
—Foi ideia da Pietra. As alianças iam ficar no meu bolso o tempo todo. Mas os garotos ensaiaram bonitinho e ficou irresistível que não deu pra dizer não.
—E a lua de mel? Soube que já encomendaram o bebê. - Demos risada.
—O bebê foi antes, né amor? - Luan me olhou.
—Sim, foi antes. Mas era recente para contar. Luan mesmo não sabia que eu estava grávida. Contei a ele depois na festa. Ele insistiu que tínhamos que brindar e daí eu contei porque eu não podia brindar com nada com alcool.
—Você chegou a engravidar né? - Eliana foi direta e eu não tinha como negar, assento em silêncio. —Pode nos contar como foi?
—Foi uma gravidez que eu não desejo para nenhuma mulher. Foi torturante mas tive na minha vida as pessoas que me deram forças para seguir em frente.
—Sinto muito. - Ela ficou séria, lamentando minha perda. —Vocês já se conheciam nessa época?
—Já. Não faz tanto tempo. Eu trabalhava com ele e quando eu tive que abortar, eu não pensei mais em trabalhar, segui meu coração. Passei por alguns países viajando, um pouco sem rumo, eu precisava disso. Dois anos depois eu voltei. Com a energia revigorada.
—Com certeza! Vamos pra pausa? - Ela perguntou. Ela sabia o limite que tinha e não ultrapassou.
—E corta.
Ela se levantou falando algo com o diretor. E eu aproveitei para falar com Luan.
—Eu não achei que ela fosse falar disso, minha nossa. Eu to tão nervosa.
—Eu também. Mas fica calma. Quer uma água?
—Quero. - Ele então se levantou e Eliana se sentou perto de mim.
—Peguei vocês desprevenidos né? - Fez careta. —Me desculpa, se vocês acham que eu peguei pesado pode falar que a gente corta essa parte e não usa ela.
—Não tudo bem, Eliana. Como você disse, você pegou a gente de surpresa, não esperava que minha antiga gravidez fosse o foco aqui.
—E não é. O foco é a gravidez de agora. Eu só queria esclarecer quando vocês se conheceram, quando vocês viram que era amor. Tudo bem?
—Sim. - Luan me entregou a água e eu bebi dois goles generosos.
—Vamos voltar a gravar?
—Sim!
—Me falem como vocês se encontraram?
—Foi no aniversário do nosso afilhado, Pietra quase não parava quieta aqui no Brasil e não via ela nenhuma das vezes que ela vinha. Daí no aniversário dos meninos ela não pôde se esconder. Conversamos por horas vi nela as marcas cicatrizadas que o tempo tratou de cuidar mas não era suficiente, ela precisava de um amor que mostrasse quem ela realmente é. Uma mulher guerreira e dona dos sonhos mais incríveis. Depois de uma longa noite de conversas, ela me vou para casa, na época eu tinha sofrido um acidente de carro, estava com muletas e o pé enfaixado. Daí ela ficou no Brasil, visitamos um ao outro, com a promessa de um ajudar ao outro, cada um tinha a sua ferida recém cicatrizada e eu achei alguém para curar a minha. Acredito eu que Pietra achou a dela.
—Achei sim.
—E em pouco tempo teve pedido de namoro, noivado e casamento?
—É. Eu até enrolei para pedir ela em namoro. Eu queria sair com ela mas ela me freava dizendo que não tínhamos nada além de uns bons beijos.
—Só beijos? - Eliana duvidou e Luan riu deixando a pergunta no ar.
—Foi ai que eu assumi pro Brasil. - Dei risada lembrando da vez em que ele cantou para mim aquela música..
—As pessoas duvidaram do amor de vocês.
—Era o que eu esperava, antes de assumir ela eu dei as cartas na mesa pra ela, falei o que iam falar, o que ela ia ler na internet, o que ela tinha que escutar. Mas ela se mostrou mais forte. Tinha mais paciência que eu nessa história. Acho que é porque ela é assessora, sabe como manter o foco nas coisas boas da vida, sabe o que é mentira o que eles inventam.
—E o noivado? - Eliana sorriu.
—Foi no aniversário dela, levei a família inteira pra França, mas ela achou que era só eu e ela. Quando soube que tava todo mundo, ela ficou nervosa, só foi ver ela umas horas depois na hora do jantar, fiz o pedido formalmente. Ela aceitou, os pais dela nos apoiaram e eu nem preciso dizer que meus pais me apoiou nesse pedido. Foi incrível.
—E como foi foi os preparativos? Muito cansativo?
—Luan queria um casamento grande. Mas deixou tudo para eu dar conta. Era o buffet, o lugar, o auê vestir, a decoração, basicamente tudo nas minhas costas. Ele fez só a lista dos convidados, ir nas provas de roupa e parar de comer. Porque só engordava a cada ajuste. - Rimos.
—E você não deu tempo de engordar né?
—Quase não aparecia a minha barriga, e foi tão rápido a notícia que não pude contar pra ninguém. Só deu tempo de preparar as coisas e viver esse momento incrível que é casar.
—Eu sei como é que é, é um momento que toda mulher sonha em passar. Viver num casamento como o de vocês é um sonho de cada ser humano. O casamento de vocês foi considerado o mais incrível e perfeito. Vocês são o exemplo do amor de verdade. - Ela falou segurando minha mão, e eu acreditei fielmente nas palavras dela, não porque ela.me contava aquilo olhando diretamente para mim, mas todos os dias abro minhas redes sociais e tem alguém dizendo que se espelha no amor que eu vivo com Luan. E de fato eu fico com o coração tranquilo, sabendo que eu não precisava provar meus sentimentos, eles conseguiam ver através do nosso amor.
—E com esse exemplo de amor, vocês vão dar a luz ao bebê. Quantos meses estão?
—Quase seis meses já.
—E já sabem o sexo? Pode contar?
—Uma menina. - Luan me abraçou passando a mão por cima dos meus ombros.
—Mentira? Uma princesinha pra alegrar essa casa? Que coisa mais linda! Vocês esperavam que vinha mesmo uma menina?
—A gente não esperava que fosse. Deixou acontecer e foi gostoso sentir essa emoção. Vou ser pai de uma menina, já imaginei um monte de coisas, coisas boas e coisas que eu vou querer evitar. - Luan ponderou fingindo desagrado ao falar em querer evitar.
—Meninas são mais levadas mesmo. Manoela que se cuide. - Ela falou da sua filha.
—Se bem que eu nunca fui levada. Sempre fui tranqüila.
—Espero que nossa filha puxe a Pietra. - Luan deu risada. —Ela é mais calma, tranquila na dela. E foi isso que me fascinou.
—Ele é sempre assim? Do nada.te elogia?
—Ele é sempre assim. No começo eu sentia uma vergonha, meu rosto esquentava e eu não sabia reagir a tanto elogio. Mas parece que com o tempo a gente vai se acostumando, aprende a reagir ou fingir que se acostumou. Porque nunca estou preparada para ser elogiada. - Eliana riu.
—To vendo que os pombinhos não saíram da lua de mel, tem uma bolha só de vocês e nunca estoura essa bolha, é isso que unem os casais. - Ela sorriu. —Agora quero conhecer o cantinho de vocês. - Ela levantou e nós acompanhamos ela, andando pela casa.— To vendo que a casa foi pensada para vocês terem filhos. Casa grande requer ter mais pessoas vivendo nela.
—Ah sim. Pietra queria uma casa pequena, mas eu insisti bastante. Já pensando no futuro.
—Luan sempre pensa no melhor. As pessoas acham que ele é lerdo mas de lerdo ele não tem nada. - Rimos.
O assunto foi entrando sobre a decoração da casa e fomos falando como tudo foi planejado. Foi gostoso falar sobre nós, embora meu “pé atrás” com as perguntas de quando nos conhecemos.
Terminamos tomando um café da tarde e Eliana conhecendo nossa cozinha.
Só o medo de descobrir como foi que se conheceram 😂😂😂😂😂
ResponderExcluirAinda bem que tudo ocorreu bem.
P.S:. Brenna Dias