Pietra
Érica pediu a minha ajuda com o chá de bebê, ela adiou por conta da gravação e agora não poderia adiar mais, sua doutora insistiu que ela repousasse com mais freqüência. Fizemos a lista de coisas que era necessário e por sorte, Érica conhecia uma ótima organizadora de festas, ligamos para ela e ela topou na hora, adorei as ideias que ela nos passou e Érica não via a hora do dia chegar, fizemos os convites por internet mesmo, convidamos algumas colegas nossas, algumas casadas, outras com filhos e outras apenas num relacionamento sério. A maioria veio do grupo de grávidas da academia. Passei a tarde toda planejando isso na casa do Dudu que apenas passou para ver a minha amiga e aproveitou para me abraçar, Eduardo era um ótimo amigo e me aconselhou a seguir em frente com o meu sorriso no rosto.
—Veio pra cá mesmo? - Perguntei olhando em volta, a casa era bem planejada, espaçosa e bem masculina, como o apartamento do Luan, sem muitos enfeites ou cores vivas, sempre neutro.
—Dudu fez a mãe dele me implorar para vir para cá, eu não pude negar. - Revirou os olhos e eu ri.
—Fez bem, aqui é muito bonito.
—Mas eu ainda não me desfiz do meu apartamento, ele é meu cantinho. -Fez bico.
Emendamos outros assuntos e quando deu a hora da academia fomos e nos exercitamos com as danças, toda vez que eu vinha nessa aula eu sentia meu corpo se livrar de todas as torturas emocionais que rondava a minha vida, falando em torturas emocionais, eu precisava ir a igreja, não lembro qual foi a última vez que fui em uma, lá eu encontro a paz que eu ando tanto procurando, nunca fui fiel a bíblia, sempre pequei mas não quer dizer que eu não vá a igreja, único lugar que eu encontro Deus na minha espiritualidade.
—Eu vou com você, esse domingo? -Érica disse me abraçando de lado enquanto caminhávamos pela rua.
—Esse mesmo!
Deixei Érica na casa dela e Dudu se ofereceu a me levar até ao hotel que eu estava, reclamou que eu poderia ter ficado na casa dele enquanto eu não achasse um apartamento mas acabou ficando na mesma. Essa semana eu encontraria meu apartamento.
No dia seguinte eu acordei com a ligação do Yan, ele idiota cantando “domingo de manhã” por ser mesmo domingo de manhã e ele ter me acordado. Enfim, ele arrancou risos meus nos primeiros minutos em que eu acordei.
Planejamos o dia ele veio me buscar e passeamos por São Paulo, tomamos um café da manhã recheado de coisas gostosas, Yan insistiu que só agora eu poderia comer, só porque agora eu deveria ficar como uma bolinha.
—De quantos meses você tá?
—Eu ainda não sei, essas últimas semanas andaram tão cheias que eu não tive tempo nem de arranjar um apartamento para mim.
—Por quê cê tá no hotel mesmo? Você morava com seus pais.
—Minha irmã contou para a minha mãe que eu estava tendo um caso com o Luan, o resto você deve imaginar - Dei de ombro. — E eu também ia me mudar de qualquer jeito, Luan tinha me convidado para morar com ele, enfim, ele mudou os planos dele comigo e me deu um pé na bunda.
—Ele não sabe o que quer, já pensou que ele é indeciso assim por ser gay?
—Deve ser mesmo, um gayzão. Mas não quero falar dele. Enfim terminei meu relacionamento com o Luan.
—Mas de qualquer modo vocês têm um laço inquebrável. Ele vai acabar descobrindo.
—Eu vou negar até o meu último suspiro, ele me pediu para esquecer dele, ele não se importou comigo, porque eu tenho que me importar com ele? Todos querem que eu conte mas isso não passa pelos meus planos.
—Por mim, você não contaria mesmo, ele te fez de boba e no fim das contas quem saiu como a vilã e trouxa foi você, ele saiu como um bom moço. - Concordei com Yan. — Mas quais são seus planos agora?
—Por enquanto dá para esconder a gravidez, quando não der mais eu digo que eu tive uma relação com um outro cara, e tenho um gostinho de dizer que ele não foi o único.
—Não quero passar raiva para você não, você pode ser muito pior nos castigo.
—Isso não é castigo, isso só é as coisas que ele me prometeu e depois foi embora!
—Isso aí, passa por cima e acaba com esse drama que é a sua vida.
—É só uma fase complicada, logo eu passo por cima disso tudo. - Sorri de lado.
—Eu espero que sim. Que tal começar agora mudando?
—Como assim? - Franzi a testa.
—Mora lá no meu apartamento, lá é tão grande, eu gostaria de ter um toque feminino lá…
—Yan… Eu não tô preparada para assumir um relacionamento, não tenho cabeça pra isso. Sinto muito por ter fugido daquele jeito mas eu não estava preparada para receber um pedido de namoro seu, eu achei que fossemos amigos.
—E somos. Não estou confundindo as coisas. Eu deixei para trás toda aquela confusão, eu troquei os sentimentos e me precipitei. Me deixei levar pelos meus amigos e pela minha mãe, desculpa por tudo. - Ele segurou a minha mão com um pedido de desculpas.
—Tudo bem…- Sorri suspirando leve. —Não precisa se desculpar, as vezes começamos a gostar de pessoas erradas, eu sou a prova viva que só gosto do cara errado.
—Pois é, poderia ter gostado de mim, o bebê seria meu! - Ele revirou os olhos mas riu. —É sério o pedido de ir morar lá em casa. Eu não vou ficar em paz sabendo que você não tá se cuidando num quarto de hotel.
—Eu não posso aceitar, preciso ter um cantinho para mim e pensar no bebê.
—O quarto de hóspedes lá é grande, você divide o quarto com o bebê. Sem contar que eu trabalho no Rio e viajo para lá de vez em quando. - Sorriu de lado —Você pode dormir no meu quarto, quem sabe eu chego de surpresa e te encontro nua na minha cama? - Ele deu um sorriso sacana.
—Idiota!
—Tudo bem. Não custa sonhar né. Vamos? Eu preparo aquele espaguete ao molho branco que você tanto gostou.
—Sério? Nossa deu até água na boca agora. Quando eu posso me mudar?
—Agora!
Yan se mostrou bastante superado com o “não” que ele levou de mim, me fez pensar no quanto ele sofreu com a minha partida. Foi a mesma coisa que Luan fez comigo mas ele foi mais baixo pois me usou enquanto traía minha irmã.
Como combinado, Yan me ajudou a levar minhas malas, nem mexi nelas e deixei no quarto de hóspedes que Yan me disponibilizou. Estava com saudade daquele apartamento.
—Oh folgada, vem cortar a cebola aqui. - Yan falou alto para eu ouvir enquanto eu assistia TV.
Entrei na cozinha rindo do “folgada”. Ajudei ele nas coisas mínimas.
—Nossa esse cheiro tá meio enjoativo. - Senti meu estômago revirar.
—Não nada com cheiro enjoativo. - Ele me olhou com desdém mexendo o molho. —Prova pra ver se tá legal. -esticou o braço segurando a colher.
—Ai que horror! - Me mantive longe dele mas foi inevitável, corri para o banheiro e coloquei o resto do café que eu tomei cedo.
—Tá tudo bem? - Ele chegou logo em seguida.
—Sai por favor. Isso é horrível.
—Mas você gosta tanto de molho branco.
—É eu também não entendi!
Dei descarga e lavei a minha boca.
—São os sintomas da gravidez!
—São. É a primeira vez que eu sinto um sintoma. Se eu não fosse ao médico não ia descobrir e talvez fosse desconfiar só agora. - Falei pensativa.
—Melhorou?
—Sim mas não posso nem pensar nesse cheiro. - Fiz careta.
—Você gosta tanto…
—Mas meu bebê não…
—Que bebê teimoso! - Yan reclamou e eu ri.
Yan comeu o macarrão sem mim e eu fiz um arroz para comer com o frango que ele havia feito.
No final da tarde, eu Yan e Érica fomos a igreja. Yan quis me acompanhar e Érica soube pelo Yan que eu havia me mudado para o apartamento dele.
Yan sendo um fofo. Esse Luan só da pe fora, cruzes. Esse bebê da Pietra vai ser perfeito ( pai e mãe gatos ).
ResponderExcluirConsegui acompanhar a fic 👏🏼🙏🏼😍 estou amandoooo.
Beijos
Que bom que ela aceitou a ficar no ap do Yan. Yan é um anjo mesmo na vida dela. Pietra só toma no cu. Nunca vi. Coitada da bichinha. Espero que agora de tudo certo pra ela.
ResponderExcluirEu não queria que ela falasse que o bebê é de outro ag. Seria top se ela morasse em outra cidade, morando em um apartamento, um novo trabalho, longe do Luan. Aí tipo, ela com o filho/a Dela, ela trabalhando em algo relacionado a shows da cidade, aí o Luan vai fazer show nessa cidade, aí o Luan vê o bebê e ela, imagino a treta que daria.
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