30/03/2017

Capítulo 50

Luan


Eu estava dormindo todo esparramado na cama, o celular tem tocado umas cinco vezes e eu não quero levantar e ver que era a Victória me ligando. Já não basta o vexame que passamos no aeroporto discutindo sobre uma traição. Ela e o meu melhor amigo falando sobre coisas que eu mesmo nunca conversei com ela por mensagens. Mandei ela ir embora para eu pensar no que eu ia fazer. Mandei ela ir para São Paulo e liguei para o meu sogro avisando que sua filha estava indo para São Paulo, ele tentou descobrir o por quê mas não dei entrada e desliguei. Estava cansado dessa palhaçada, eu conversaria depois com o Douglas, ele tinha que me dizer o que estava acontecendo.
Com essa traição me veio na cabeça que eu poderia estar planejando o meu casamento de cabeça quente, e casamento com uma mulher que deu o golpe da barriga, e tinha uma porcentagem grande de essa criança não ser minha.
O telefone ainda tocava e isso já me irritava, o peguei com raiva e vi que as ligações eram da Bruna. Ah esqueci do vídeo chamada que minha mãe me fez prometer que íamos fazer.
—Oi bom dia.
—Só se for só para você. Já viu o caos que a sua noiva fez?
—O que?
—Postou uma foto de sapatinho de bebê e um texto dizendo que você adorou a surpresa, que vocês vão se casar. Mamãe disse que está muito chateada com você por não ter esperado mais um tempo. E sem contar que o papai saiu mais cedo para o escritório, tá com uma tromba de meio metro.
Eu bufei realmente chateado por tudo está saindo do controle. Eu não poderia nem negar que no filho não é meu e que ela me traiu, estava sem saída para fugir de tantas perguntas.
—Liga o skype aí, quero falar com a Xumba.
—Ela disse que não quer falar com você. Ela tá bem chateada.
—Tudo bem, Bruna. Eu vou tentar resolver isso tudo.
—Assim eu espero.
Ela desligou na minha cara e eu fiquei sentado na cama pensando em como acabar com aquela desgraçada. Como poderia ser tão baixa a esse ponto?
Pietra sempre foi diferente, muito bem centrada, positiva e profissional quando se tratava de mim. Eu achava até que era um jeito dela. Mas hoje vejo que era um meio de não me ter como amigo ou algo do gênero. Eu fui persistente e consegui ficar com ela.
Abri meu instagram e estava um caos, era briga reclamando de eu não ter contado primeiro, uns apoiavam, outros guerreavam dizendo que ela não era mulher para mim. Eu saí do instagram tirando o login do meu celular, antes que travasse o mesmo. Perdi o sono e fiquei perambulando pelo quarto. Já não tinha mais unhas e já machucava meus dedos quando vi o nome da Pietra aparecer no meu celular.
—Por que deixou a Victória falar sobre a gravidez assim?
—Ela fez isso porque eu descobri que ela me traía.
Pietra ficou em silêncio por alguns segundos ou talvez minutos.
—Como? O bebê não é seu?
Eu senti uma pontada de esperança na voz dela.
—Não sei. Não tem como eu te explicar agora. Quando a gente se ver eu te explico melhor.
—Tá certo. - Ela sussurrou.
Encerrei a ligação vendo que ela ainda continuava do outro lado da linha. Eu estava com o coração despedaçado, eu fiz Pietra me amar, criar futuro para gente e agora eu toda vez que ouço ela falar, sinto que ela quer voltar, tanto quanto eu quero.
Rober apareceu no meu quarto achando que eu ainda não sabia de nada que a Victória fez. Desabafei com ele, ele disse que já suspeitava do Douglas, mas não queria ser o dedo duro que me contaria. Ele disse também que Victória sempre se ofereceu para todos da minha equipe mas o único que transou com ela foi o Douglas. Meu melhor amigo, quem diria. Ele comparou a Victória com a Pietra. “Pietra se dá o respeito, sabe ser educada, gentil e ao mesmo tempo respeitada.”  E era verdade, eu sinto falta disso dela. Ah Pietra, eu sinto tanta falta de você…


Pietra


A esperança gritou no meu peito “Conta para ele que você tem um bebê dele, ele vai terminar com ela e ficar com você.“ Eu estava era me iludindo. E na dúvida estava eu comendo sem parar.
—Oi, o que tá comendo? - Yan pareceu arrumado para sair.
—Batata frita.
—Fritura?
—Meu bebê pediu.
Ele me olhou feio sem dizer nada e eu Encolhi os ombros.
—Isso é errado sabia?
—Eu sei. Mas deu vontade.
—Tudo bem. Mas só dessa vez. Vou confiscar todas as besteiras que tem aqui quando eu chegar.
Eu acabei rindo. O levei até a porta e nos despedimos.
Eu estava bastante confusa com essa informação toda. Foi eu chegar dos exames e ver um monte de ligações não atendidas e de números desconhecidos. Amarildo me ligou dizendo que o escritório estava um caos pela notícia que pegou todos de surpresa. Eu disse que ia passar lá na parte da tarde e assim fiz.
—Vamos ter que adiar o lançamento do DVD. Essa notícia acabou com o marketing que vinha acontecendo, e Victória sabia disso.
—Eu passei uma nota dizendo que o Luan vai fazer uma coletiva informal para tirar todas as dúvidas e a revista Caras pediu uma entrevista com exclusividade.
—Fechado então, uma entrevista com a Caras e ponto final.
Achei precipitado demais mas concordei. Agendei o dia da entrevista com o pessoal de lá e entrei no twitter, estava uma bagunça ainda, o assunto era o filho do Luan, o mais novo herdeiro.
Já passava das seis e eu estava indo embora de uber, Érica me ligou avisando que não iria para a aula de dança. Então me restou ir sozinha, a aula tinha um poder sobre mim que era difícil de explicar, simplesmente todos os problemas sumiam e me fazia relaxar e hoje em especial eu precisava dessa aula.
Do mesmo jeito que meus problemas sumiram durante a aula uma dorzinha no canto esquerdo apareceu, eu consegui terminar a aula mas corri para casa o mais rápido possível.
—Tá tudo bem? - Yan que estava na sala me recebeu vendo que eu estava mal.
—Sim. Um pouco, eu só estou com uma dorzinha nessa parte da barriga.
—Quer ir ao médico? Pode ser alguma coisa…
—Quero um banho quente, se não passar eu vou.
—Banheira?
—Só tem banheira no seu banheiro. Melhor não.
—Porque não? Vamos lá.
Ele quase me carregou no colo mas não precisava disso eu ainda conseguia andar.
Yan me deixou sozinha no banheiro depois de ter certeza que eu estava bem. O banho me relaxou mesmo, água quente relaxou a dor que eu sentia. Saí do banheiro enrolada e corri pro meu quarto. Coloquei um pijama e fui agradecer ao meu amigo.
—O que você tá fazendo aí?
—Estrogonofe de frango, gosta?
—Hmmm. Eu amo!
—E a dor?
—Passou, quase eu não sinto mais. - Dei um sorriso de canto. —Obrigada por me ajudar sem você eu não saberia como lidar.
Recebi um beijo na testa e o abracei.
Tentei ajudar com a comida mas foi em vão, Yan me mandou ficar deitada no sofá. Acabei obedecendo e fiquei vendo TV.
Quando ficou pronto, Yan me chamou e comemos juntos. Ele tomou vinho e eu suco de uva que ele mesmo fez.
—Já pensou no nome que vai dá pro bebê?
—Ainda não, eu tô sem cabeça para isso. Deixa quando a minha barriga ficar maior e eu tiver tempo de sobra para pensar em qual nome eu vou por.
—Você quer menino ou menina?
—Quando eu era mais nova queria muito menina, arrumar o cabelo, dar dicas de meninas. Mas agora pensando melhor acho que um menino seria melhor. Eu demorei muito para entender o mundo masculino e ainda não entendo, mas com um menino eu posso tentar entender e fazer ele entender esse mundo feminino.
—Não magoar as meninas, ser decisivo…
Ele disse sorrindo.
—Mais ou menos isso. - Ri. —Eu quero fazer a diferença pelo meu filho.
—Eu entendo… E o seu pai? Deve tá bobo. - Riu.
—Tá sim. No mesmo dia que eu contei para ele, ele passou na frente de uma loja e comprou um macaquinho pro bebê.
Da mesa de jantar, fomos parar no sofá da sala assistindo “prison break” uma série que eu já estava viciada e eu viciei o Yan.


Eu amei os comentários anteriores, vocês me motivam a continuar sempre, obrigada.

28/03/2017

Capítulo 49

Luan


—É cara, a Pietra já tá em outra. - Dudu continuava o assunto que eu queria encerrar a muito tempo.
—Que bom para ela, é isso que eu quero, quero que ela seja muito feliz.
—Como você pode ser tão frio? É a sua garota que tá nos braços de outro cara.
—O que você quer que eu faça?
—Sei lá. Correr atrás do preju seria um ótimo avanço.
—Eu quis assim. E também tenho uma grande responsabilidade pela frente. Tenho que focar no meu relacionamento com a Victória.
—Você acha que filho prende homem? Uma criança num relacionamento acabado só traz brigas e desentendimentos.
—O que você me sugere? Que eu peça a ela para abortar? Que eu dê as costas e case com a Pietra em vez da Victória que vai encher os sites de fofoca com a história que eu era transava com a Pietra e a ela e que eu pedia para não contarem para ninguém. E agora que ela está grávida eu dei um pé na bunda dela? Não muito obrigado. Prefiro ficar sofrendo por amor e deixar Pietra seguindo a vida dela, Pietra já sofreu demais e eu não quero tornar a vida dela um inferno.
—Já pensou se ela aguentaria toda essa confusão por amor a você? Ela te ama cara. Saiu de cas por você.
—Ela tá bem. O Yan vai dá apoio a ela, vai fazer ela superar tudo que eu fiz. Eu vou ver ela sorrindo outra vez e é aí que eu vou ficar feliz.
Falei segurando a lágrima para não chorar. Era difícil abrir mão de alguém que você goste por outra pessoa, eu só esperava que ela fosse feliz, mais do que eu estou sendo.
Ouvi alguém bater na minha porta e eu me despedi do Dudu. Aliviado por ter encerrado aquele assunto. Mas não quer dizer que minha mente me livrou de pensar no quanto eu estava perdendo, me sentindo ainda mais inútil, não queria que ninguém a fizesse feliz como eu faria. Mas queria ver ela sorrindo, era tão lindo. Agora mesmo, estou com o celular na mão digitando o ig dela no instagram, raramente entrei no perfil dela, para que eu entraria no perfil dela para ver o quão bela ela era? Se era com ela que eu estava noites e mais noites com em meu peito.
Mas minha saudade apertava com cada foto que eu abria, ela não tinha a noção que aquele sorriso tinha o poder de me fazer querer mais, agora sei porque ela não demorou muito solteira, só foi eu abrir mão dela que outro já agarrou. Desci até o final das fotos dela, ela era unida com a irmã, tinha bastante amigos e que eu me pergunto onde estão eles agora, só vejo Érica como seu braço direito. Desde novinha já tinha aquele sorriso fodido que me dava a impressão que foram feitos para eu admirar.
—Larga esse celular e vamo puxar peso!
—Hoje não cara. Tô cansado. Outro dia vamos.
—Você falou isso ontem. Qual é cara, vamos animar essa cara. Parece que foi para um velório.
—Querem fazer o meu.
—Isso tudo é por causa da Pietra que foi embora?
—Não. Ela teve um compromisso e teve que voltar para São Paulo. Eu só tô bolado porque não consigo esquecer dela, único problema.
—Único remédio para curar a dor é a cachaça! - Rimos.
—Também não tô afim. Cachaça me lembra a Pietra. Ficamos a primeira noite juntos quando ela se embebedou e eu cuidei dela.
Herman me olhou como se eu fosse um pervertido.
—Cuidou, sei…
—Vai se foder, idiota. - Joguei o travesseiro nele mas ele agarrou antes de atingir em cheio. —Eu gostava dela de verdade e só aconteceria alguma coisa de verdade se ela quisesse.
—Tá bom, tá bom. Já entendi, mas me responde uma coisa, vocês ficaram por quanto tempo assim?
—Ficando? Já rolava alguns olhares depois que eu percebi que ela ficava sem graça quando ficávamos sozinhos, ela não me deixava ficar próximo dela, teve um dia na piscina que eu consegui roubar um beijo dela e foi aí que tudo começou… Eu deixei de pensar só em mim e ficava pensando nela, ficava muito puto quando ela aparecia com aquele cara, ele “cuidava” dela quando ela bebia, no dia do aniversário dela aquele trouxa não estava, eu já nem estava na boate que foi comemorado o aniversário dela e ela me ligou, foi o destino, eu voltei lá e ela estava tão bêbada que confessou que confessou que me amava, me senti tão idiota sabe? Me deu mais vontade de estar perto dela e cuidar dela por saber que ela sentia o mesmo que eu, era recíproco…
—Tu tá fodido, cara. E agora? Tu ama ela e vai deixar ela ficar com outro?
—Ela já tá, foi para igreja com ele e a Érica.
—Igreja?
—É, Pietra é católica. Deve tá rezando para Deus tirar todos os pecados dela que ela cometeu comigo. - resmunguei.
—Po, cara… não fala essas coisas. Ela te ama.
—E eu amo mais.
—Eu nem sei o que te falar, se for para vocês ficarem juntos vocês vão ter uma nova chance.
—Tenho até medo de Deus ouvir, tudo tem dado errado que eu acho que Deus me deu a Pietra coml castigo e não como presente.
—Nossa, Luan tu tá é amargo. Já transou hoje?
—Não transo antes que eu viajei.
Rimos.
—Não tá dando uns pegas na Victória não?
—Eu não. Ela usou o nosso tempo de relacionamento pra transar comigo sem camisinha e engravidar.
—Ela me é doente né?
—Deve ser…
Bufei deitando na cama.
—Teu telefone tá tocando. - Peguei o celular e atendi era minha mãe.
Elton saiu do meu quarto me deixando falar com a minha mãe.
—Oi Xumba, bença?
—Deus te abençoe meu filho. Tá tudo bem aí?
—Tá sim. E com a senhora?
—Com saudade mas tô bem sim.
—Só tenho folga semana que vem…
Suspirei já sentindo meu coração apertado pela saudade da minha mãezinha.
—Tudo bem… Tenho que me acostumar né. Vai ter show hoje?
—Vai, daqui a pouco eu tenho que me arrumar.
—Victória tá aí com você?
—Ela foi para academia.
Dei de ombro.
—E você já foi?
—Não, tô cansado.
—Vai engordar assim. - Ela reclamou e eu ri.
—Cadê a Bruna e o pai?
—Bruna saiu para um churrasco com o namorado e o seu pai foi tomar banho, demora que nem você. - reclamou.
Eu tive que encerrar a ligação por ter um show para fazer.

Fiz o show como eu tinha que fazer e dei algumas entrevistas. Fomos direto para o aeroporto de lá fomos para o Rio de Janeiro.
—Amo o clima daqui do Rio. - Victória parou abrindo os braços no meio do aeroporto. — Tira uma foto para mim, amor. - Ela me entregou o seu celular e eu abri o aplicativo de fotos. Tirei três já irritado por ficar parado no meio do aeroporto mas algo me chamou atenção. —O que você tá vendo? - ela se aproximou de mim.
—Que mensagens são essas aqui, Victória?


Pietra


—Qual o endereço? - Bruna perguntou ligando o GPS.
Eu disse a ela e ela digitou rapidamente aparecendo o caminho mais rápido.
—Bru, antes de irmos eu preciso te contar uma coisa que eu acabei omitindo…
—O que? - Ela me olhou atenta.
—Eu to grávida.
Ela arregalou os olhos em tom de surpresa mas logo vi indignação.
—Você sabia e não me conta? Porquê eu sou a última a descobrir as coisas? Sua vida é escondida, você não me conta nada… Eu sou sua amiga mesmo?
—Claro que é, você é tão minha amiga que eu tento te livrar de muita coisa… Eu não te contei por medo…
—Medo? Medo do que?
—De você contar pro seu pai, eu preciso trabalhar.
—Meu pai não ia te demitir. Ele até anda preocupado contigo. Seu Paulo chegou lá em casa e disse que você tinha saído de casa, pensou que você estava lá, eu disse que não mas me preocupei… Eu fui sua amiga nessas horas, mas você não está sendo minha.
—Eu saí porque engravidei.
—A Victória engravidou e não saiu…
—Mas eu queria, eu já tinha planos para sair, Yan já insistia que eu não tinha mais porque de ficar na casa dos meus pais.
Menti, quem me queria fora da casa dos meus pais era Luan, mas do nada ele desistiu de tudo.
—Você anda me escondendo muita coisa. O Yan sabe que você engravidou? Ele é o pai né?
—Claro que é. Ele sabe…
Menti mais uma vez.
—Tudo bem… Eu vou relevar, você passou por muita coisa essa semana e tô vendo que você não tá bem.
—Eu acordei enjoada hoje. Nunca me senti assim desde que eu engravidei.
—Pergunta se isso é normal.
—Vou perguntar… - Respirei fundo. —Eu também tenho sentido umas pontadas no canto da barriga, começa com uma fisgada fininha e depois passa.
—Estranho isso hein.
—Pois é. - sorri de lado. Tudo estava sendo novidade para mim, não via a hora de me ver com barrigão. Sem contar que hoje de manhã parei pela primeira vez diante do espelho para me encarar e encarar a barriga que se formava, estava mais durinha e cheinha. Fiquei até emocionada por tá vendo uma prova que tem um serzinho (pequenininho) dentro de mim.
Bruna deu a partida e fomos conversando sobre minha mudança que até agora não tinha nada pronto, ela se convidou a me ajudar e eu aceitei, já sabendo que Yan não ia poder essa semana, ele estava trabalhando de novo na academia. Falamos sobre o chá de bebê da Érica e nos animamos com as ideias das brincadeiras.
Entrei no consultório, fiz uma bateria de exames, o que estava me matando era a fome e os enjôos sem ao menos ter o que vomitar.
Acabei saindo da sala de exames sem as respostas. O enfermeiro que me atendeu era ignorante “você tem que perguntar para sua doutora”. Ainda tinha uma semana para ter uma consulta com ela, espero que não seja nada de grave.
Bruna e eu fomos para o shopping, comemos um lanche muito bom, eu estava com muita fome e pedi mais um, estava uma delícia. Bruna me deixou no prédio do Yan e nos despedimos.

22/03/2017

Capítulo 48

Pietra


Érica pediu a minha ajuda com o chá de bebê, ela adiou por conta da gravação e agora não poderia adiar mais, sua doutora insistiu que ela repousasse com mais freqüência. Fizemos a lista de coisas que era necessário e por sorte, Érica conhecia uma ótima organizadora de festas, ligamos para ela e ela topou na hora, adorei as ideias que ela nos passou e Érica não via a hora do dia chegar, fizemos os convites por internet mesmo, convidamos algumas colegas nossas, algumas casadas, outras com filhos e outras apenas num relacionamento sério. A maioria veio do grupo de grávidas da academia. Passei a tarde toda planejando isso na casa do Dudu que apenas passou para ver a minha amiga e aproveitou para me abraçar, Eduardo era um ótimo amigo e me aconselhou a seguir em frente com o meu sorriso no rosto.
—Veio pra cá mesmo? - Perguntei olhando em volta, a casa era bem planejada, espaçosa e bem masculina, como o apartamento do Luan, sem muitos enfeites ou cores vivas, sempre neutro.
—Dudu fez a mãe dele me implorar para vir para cá, eu não pude negar. - Revirou os olhos e eu ri.
—Fez bem, aqui é muito bonito.
—Mas eu ainda não me desfiz do meu apartamento, ele é meu cantinho. -Fez bico.
Emendamos outros assuntos e quando deu a hora da academia fomos e nos exercitamos com as danças, toda vez que eu vinha nessa aula eu sentia meu corpo se livrar de todas as torturas emocionais que rondava a minha vida, falando em torturas emocionais, eu precisava ir a igreja, não lembro qual foi a última vez que fui em uma, lá eu encontro a paz que eu ando tanto procurando, nunca fui fiel a bíblia, sempre pequei mas não quer dizer que eu não vá a igreja, único lugar que eu encontro Deus na minha espiritualidade.
—Eu vou com você, esse domingo? -Érica disse me abraçando de lado enquanto caminhávamos pela rua.
 —Esse mesmo!
Deixei Érica na casa dela e Dudu se ofereceu a me levar até ao hotel que eu estava, reclamou que eu poderia ter ficado na casa dele enquanto eu não achasse um apartamento mas acabou ficando na mesma. Essa semana eu encontraria meu apartamento.
No dia seguinte eu acordei com a ligação do Yan, ele idiota cantando “domingo de manhã” por ser mesmo domingo de manhã e ele ter me acordado. Enfim, ele arrancou risos meus nos primeiros minutos em que eu acordei.
Planejamos o dia ele veio me buscar e passeamos por São Paulo, tomamos um café da manhã recheado de coisas gostosas, Yan insistiu que só agora eu poderia comer, só porque agora eu deveria ficar como uma bolinha.
—De quantos meses você tá?
—Eu ainda não sei, essas últimas semanas andaram tão cheias que eu não tive tempo nem de arranjar um apartamento para mim.
—Por quê cê tá no hotel mesmo? Você morava com seus pais.
—Minha irmã contou para a minha mãe que eu estava tendo um caso com o Luan, o resto você deve imaginar - Dei de ombro. — E eu também ia me mudar de qualquer jeito, Luan tinha me convidado para morar com ele, enfim, ele mudou os planos dele comigo e me deu um pé na bunda.
—Ele não sabe o que quer, já pensou que ele é indeciso assim por ser gay?
—Deve ser mesmo, um gayzão. Mas não quero falar dele. Enfim terminei meu relacionamento com o Luan.
—Mas de qualquer modo vocês têm um laço inquebrável. Ele vai acabar descobrindo.
—Eu vou negar até o meu último suspiro, ele me pediu para esquecer dele, ele não se importou comigo, porque eu tenho que me importar com ele? Todos querem que eu conte mas isso não passa pelos meus planos.
—Por mim, você não contaria mesmo, ele te fez de boba e no fim das contas quem saiu como a vilã e trouxa foi você, ele saiu como um bom moço. - Concordei com Yan. — Mas quais são seus planos agora?
—Por enquanto dá para esconder a gravidez, quando não der mais eu digo que eu tive uma relação com um outro cara, e tenho um gostinho de dizer que ele não foi o único.
—Não quero passar raiva para você não, você pode ser muito pior nos castigo.
—Isso não é castigo, isso só é as coisas que ele me prometeu e depois foi embora!
—Isso aí, passa por cima e acaba com esse drama que é a sua vida.
—É só uma fase complicada, logo eu passo por cima disso tudo. - Sorri de lado.
—Eu espero que sim. Que tal começar agora mudando?
—Como assim? - Franzi a testa.
—Mora lá no meu apartamento, lá é tão grande, eu gostaria de ter um toque feminino lá…
—Yan… Eu não tô preparada para assumir um relacionamento, não tenho cabeça pra isso. Sinto muito por ter fugido daquele jeito mas eu não estava preparada para receber um pedido de namoro seu, eu achei que fossemos amigos.
—E somos. Não estou confundindo as coisas. Eu deixei para trás toda aquela confusão, eu troquei os sentimentos e me precipitei. Me deixei levar pelos meus amigos e pela minha mãe, desculpa por tudo. - Ele segurou a minha mão com um pedido de desculpas.
—Tudo bem…- Sorri suspirando leve.  —Não precisa se desculpar, as vezes começamos a gostar de pessoas erradas, eu sou a prova viva que só gosto do cara errado.
—Pois é, poderia ter gostado de mim, o bebê seria meu! - Ele revirou os olhos mas riu. —É sério o pedido de ir morar lá em casa. Eu não vou ficar em paz sabendo que você não tá se cuidando num quarto de hotel.
—Eu não posso aceitar, preciso ter um cantinho para mim e pensar no bebê.
—O quarto de hóspedes lá é grande, você divide o quarto com o bebê. Sem contar que eu trabalho no Rio e viajo para lá de vez em quando. - Sorriu de lado —Você pode dormir no meu quarto, quem sabe eu chego de surpresa e te encontro nua na minha cama? - Ele deu um sorriso sacana.
—Idiota!
—Tudo bem. Não custa sonhar né. Vamos? Eu preparo aquele espaguete ao molho branco que você tanto gostou.
—Sério? Nossa deu até água na boca agora. Quando eu posso me mudar?
—Agora!
Yan se mostrou bastante superado com o “não” que ele levou de mim, me fez pensar no quanto ele sofreu com a minha partida. Foi a mesma coisa que Luan fez comigo mas ele foi mais baixo pois me usou enquanto traía minha irmã.
Como combinado, Yan me ajudou a levar minhas malas, nem mexi nelas e deixei no quarto de hóspedes que Yan me disponibilizou. Estava com saudade daquele apartamento.
—Oh folgada, vem cortar a cebola aqui.  - Yan falou alto para eu ouvir enquanto eu assistia TV.
Entrei na cozinha rindo do “folgada”. Ajudei ele nas coisas mínimas.
—Nossa esse cheiro tá meio enjoativo. - Senti meu estômago revirar.
—Não nada com cheiro enjoativo. - Ele me olhou com desdém mexendo o molho. —Prova pra ver se tá legal. -esticou o braço segurando a colher.
—Ai que horror! - Me mantive longe dele mas foi inevitável, corri para o banheiro e coloquei o resto do café que eu tomei cedo.
—Tá tudo bem? - Ele chegou logo em seguida.
—Sai por favor. Isso é horrível.
—Mas você gosta tanto de molho branco.
—É eu também não entendi!
Dei descarga e lavei a minha boca.
—São os sintomas da gravidez!  
—São. É a primeira vez que eu sinto um sintoma. Se eu não fosse ao médico não ia descobrir e talvez fosse desconfiar só agora. - Falei pensativa.
—Melhorou?
—Sim mas não posso nem pensar nesse cheiro. - Fiz careta.
—Você gosta tanto…
—Mas meu bebê não…
—Que bebê teimoso! - Yan reclamou e eu ri.
Yan comeu o macarrão sem mim e eu fiz um arroz para comer com o frango que ele havia feito.
No final da tarde, eu Yan e Érica fomos a igreja. Yan quis me acompanhar e Érica soube pelo Yan que eu havia me mudado para o apartamento dele.

20/03/2017

Capítulo 47

Pietra


A tal comemoração durou até tarde da madrugada, não vi Victória em nenhum momento, apenas Luan se divertindo com os amigos. Não me aproximei dele e nem ele de mim, achei melhor não quero mais papo com ele. Érica reclamou de dores nas costas no começo e Dudu levou ela embora. Fiquei com a Bruna mas não quis segurar vela por muito tempo e comecei a andar ela varanda, passei pela piscina e me sentei em uma das cadeiras, a mais afastada. Aquela casa era tão grande.
Era tarde quando eu e meu pai decidimos ir para casa. Eu fui para o meu quarto de hotel, dormi rápido depois do banho relaxante. Coloquei para despertar cedo mas quem disse que eu consegui acordar? Dormi até três da tarde e fui comer alguma coisa, estava varada de fome, o bebê é pequeno mas me faz sentir tanta fome…
Não aguentava mais ficar em hotel e não fazer a minha própria comida, pesquisei algumas imobiliárias por Barueri, eu precisava do meu cantinho. Marquei visitas para três apartamentos. Tudo isso para semana que vem, pois hoje mesmo eu já ia viajar. Arrumei a minha mala e tive que deixar a bagunça enorme no meu quarto de hotel. O motorista do uber que eu pedi chegou rápido no aeroporto. De óculos escuro cheguei no aeroporto, cumprimentei Well, Rober e o Herman.
Chegamos em MG e Luan foi recebido muito bem com abraços, presentes e muita saudade. As vezes pegava Luan me olhando e eu simplesmente ignorava.
Meu celular começou a tocar dentro do elevador, atendi mesmo sendo um número desconhecido.
—Alô?
—Pietra? Aqui é o walter, o contratante do show do Luan Santana.
Respirei fundo tentando controlar a minha raiva.
—Alguém passou o meu número pro Walter, o contratante? - Perguntei.
—É ele? Me dá isso aqui!
Luan tentou pegar o celular de mim.
—Claro que não! Eu sei resolver isso.
Me afastei do Luan. Voltei a falar com o Walter. Ele foi o cara que tentou me agarrar, lembro que Luan ficou bem puto quando eu contei isso para ele. Contornei bem a situação e encerrei a ligação já dentro do meu quarto.
Vi algumas ligações não atendidas do Yan e decidi retornar.
—Achei que não ia falar mais comigo.
—Eu fiquei muito ocupada essa semana, muito corrido.
Suspirei.
—Você tem que se cuidar, Pietra. Não quero ter que te ver todo dia para puxar a sua orelha.
—Pode deixar papai. - Brinquei. —Tá fazendo o que? - Perguntei mudando de assunto.
—Comendo, servida?
—Se eu estivesse em São Paulo eu aceitaria. - ri.
—Me esqueci que você só vive trabalhando.Esse Luan te ama.
—Não vamos falar dele. E você, porque voltou para São Paulo? - questionei curiosa.
—Saudade de uma morena aí. -brincou e eu ri.
Ficamos 30 minutos falando sobre coisas aleatórias, nenhum de nós entramos em detalhes sobre as nossas vidas, marcamos um almoço na casa dele assim que eu pisasse em SP, não neguei eu precisava comer algo nutritivo e com certeza Yan pensaria bem nisso.
Eu tentei ver uma folga para mim nessa semana para fazer alguns exames que eu precisava entregar para a minha obstetra, mas a agenda do Luan estava cheia, impossível para fugir do trabalho. Então liguei para o senhor Amarildo pedindo dois dias de folga por motivos médicos, ele se preocupou mesmo dizendo que era apenas exames de rotina. Disse para mim que Bruna estava de férias e que iria comigo nesse exame. Tentei dizer que não era necessário mas foi em vão, Bruna estava do lado dele e ouviu dizer seu nome conversando comigo e concordou que iria comigo. Encerrei a ligação pensando na desculpa que eu daria na Bruna.
A hora de ir para o local do show chegou e eu terminei de me arrumar em cima da hora por ter me esquecido da hora, ouvi baterem na porta e eu abri avisando que faltava pegar a minha bolsa. Voltei dando de cara com o Luan.
—Meu pai me disse que você ia tirar o resto da semana para ir no médico. Você tá bem? - Seu olhar era de preocupação.
-Melhor do que deveria. Os exames são de rotinas, sempre faço. - Menti dando de ombro.
—Certo, eu achei que estava mal, não sei. -mexeu no cabelo.
Fiquei olhando para o chão sentindo ele me observar.
—Eu queria mudar esse clima tenso que acontece quando ficamos perto um do outro…
—Não começa. Foi você quem saiu do seu apartamento sem me deixar entender, me fazendo de palhaça por todo esses dias.
Tentei passar pela porta mas ele me barrou.
—Não faz assim. Você não foi a única que saiu prejudicada. Eu fiz tudo isso pensando em você.
—Não quero saber em quem estava pensando. Espero que esteja sendo feliz com a minha irmã, que bom que eu vou ser tia. -falei irônica conseguindo passar por ele.
—Está sendo como você desejou. Eu sendo o cara mais infeliz do mundo, com a mulher errada.
—Bela escolha.
Por sorte ou azar Victória saiu do elevador.
—Cadê o Luan? - Perguntou para mim.
Luan ouvindo a voz dela recuou para dentro do meu quarto se escondendo atrás da porta.
—Falou comigo? - Perguntei sendo muito irônica.
—Tem alguém mais aqui que cuida da vida do meu noivo mais do que eu até?!
—Não quero saber da vida do teu namorado…
—Noivo. - Me corrigiu
—Foda-se. Não quero saber dele e nem de você.
Entrei no meu quarto vendo Luan encolhido atrás da porta.
—Você é maluco? Eu não tenho mais nada contigo.
—Eu sei. Me desculpa por eu tá te metendo nessa mais uma vez. Se ela me ver no seu quarto vai me encher o saco.
Eu bufei sem ter nenhuma solução, eu poderia simplesmente jogar ele na jaula do lobo mas eu conhecia minha irmã suficiente que ela iria me culpar de estar me jogando pra do noivo dela. Eu também não esperei por muito tempo, passei a mão no meu cartão do quarto e sai deixando Luan sair quando ele achasse que fosse a hora de sair. Desci o elevador suspirando aliviada por não ter visto Victória outra vez, eu estava me sentindo nervosa e meu bebê não deveria sentir isso. Eu prometi a mim mesma que ia cuidar dessa gravidez com muito cuidado. Desci até o térreo, os rapazes estavam lá.
—Cadê o Luan? - Rober perguntou olhando por onde eu vim.
—Deve estar com a Victória. - Dei de ombro.
—Ela tá aqui? - Well e Rober perguntaram juntos, me fez até duvidar no que eles passam quando se trata da “madame”.
—Esta. Eu vou me sentar na van ta? Tô cansada. - Resmunguei entrando na van.
—Qual é a treta dessa vez com a sua irmã? Eu ouvi uma conversa dela no telefone com alguém, ela disse que te odiasse. - Rober perguntou perto de mim e para apenas eu ouvisse.
—Briga familiar, nada demais. -Sorri pequeno.
—Olha Pie, gostamos muito de você, a equipe que acompanhou você e o Luan gostamos muito de você, nenhum de nós contamos para a Victória sobre o que estava acontecendo entre vocês dois.
Eu sorri de lado, me emocionei por saber que Rober e os rapazes gostavam da minha convivência como tudo aconteceu inesperadamente.
—Eu sei que não veio da equipe, pode ficar tranquilo… Victória é uma garota difícil de se engolir mesmo.
—Ela é. Ela acha que trabalhamos para ela. Eu não reclamo com o Luan porque tenho receio de perder meu emprego mas agora que vem casamento e uma criança, vai ficar difícil a convivência. Eu achava que com você no caminho do Luan ele fosse dá um pé na bunda dela.
—Eu também achei mas foi eu que tomei um pé na bunda sem entender nada. - Sorri de lado.
—Fica tranquila,tem aquele ditado, se não era para ser seu ele vai embora, se for para ficar com você ele volta.
—Essa é o ditado de quem? - Perguntei rindo.
—Do Roberzinho aqui, nenê. - Rimos.
Na mesma hora o casal aparece e junto a Caroline, Victória e a sua nova amiga não pararam de falar sobre o bebê que Victória carregava, isso me enjoou e não foi o movimento da van.
Fiz tudo que tinha que fazer com uma vontade enorme de fazer xixi, nem barriga eu tinha e o meu bebê já estava apertando a minha bexiga. Tive que entrar no camarim que as duas cobras e o idiota estavam, ainda ouvi cochichos delas duas, isso era ridículo. Eu só aturava isso por ter que trabalhar, ou então largava isso tudo e viveria a minha gravidez intensamente.

Quando eu já estava na cama do meu quarto fui ver meus emails, o mais recente era uma passagem para São Paulo, Amarildo cuidou de tudo, acho que ele adivinhou que eu não lembraria de comprar a minha passagem. Aproveitei a falta de sono e arrumei as coisas para amanhã, deixei minhas malas na porta no quarto e deixei minhas coisas que eu precisaria quando acordasse, a passagem estava marcando bem cedo e eu não poderia me atrasar.

Não cheguei avisar ninguém, era muito cedo quando eu decidi sair da cama, mal preguei os olhos e o meu celular despertou, fui a viagem toda dormindo e só acordei quando a moça do meu lado me cutucou avisando que havíamos chegado.
Peguei minhas malas e pedi um táxi, ele me deixou no meu hotel, o meu celular vibrou algumas vezes indicando algumas novas mensagens e eu percebi que estava sem créditos e só fui receber as mensagens quando eu entrei na rede wifi do hotel.
Érica soube pela Bruna que eu estava voltando e queria conversar comigo, pedi que fosse na hora do almoço pois estava cansada e não tinha dormido direito, ela entendeu e me deixou descansar.

Acordei passava das onze da manhã, eu não tinha recuperado a noite mal dormida mas estava melhor do que duas horas atrás. Me arrumei e fui me encontrar com a minha amiga.

O que tem nessa conversa, hein?
Meninas, a falta de capítulos foi pq estou sem computador e pelo celular é difícil de produzir mais capitulos como antes, embora eu tenha muitas idéias. Vou tentar sempre atualizar e jamais vou abanar esse cantinho que eu tanto amo ❤.

06/03/2017

Capítulo 46

Pietra



Cheguei no meu quarto e corri para o chuveiro, estava suada demais, lavei os cabelos pensando quando eu poderia ter tempo de ir no salão, eu precisava de uma boa restauração e um bom corte. Sai enrolada na toalha e fui atender a porta que batiam, era o meu jantar, embora eu estivesse com fome, eu não consegui comer nem metade, deitei na cama e liguei a TV procurando pelo App da Netflix mas não encontrei, decidi assistir pelo celular, desliguei a TV e conectei a minha conta no celular abrindo a minha série. Dormi na metade do episódio.
Acordei cedo com o celular despertando no meu peito, levantei cambaleando e fui tomar um banho. Sai enrolada na toalha e procurei nas infinitas malas uma roupa, tive que passar a roupa pois ficar dentro da mala toda embolada com as outras não deu certo.
Me vesti rapidinho e fiz  a minha maquiagem, comi rápido e peguei minhas coisas. Desci e o carro já estava a minha espera, fui para o escritório e encontrei o pessoal. Tinha em torno de 5 vans que foram divididas em equipes do Eduardo, a banda, a equipe de filmagens, da família do Luan e do escritório. Não vi Luan em nenhum momento e eu dei graças a Deus quando meu pai apareceu. Ele me ajudaria com tudo.
Quando vi Luan já no estúdio de gravação ele estava quieto olhando tudo, não falou muito e respondia coisas simples. Pelo que eu entendi ele estava guardando a voz. Eu fiquei quieta na minha olhando tudo, estava tudo muito caprichado e bem elaborado. Luan sabia bem como elaborar um DVD, seja nas músicas, no tema ou até mesmo no cenário. Só não sabia se decidir com uma mulher.
Quando chegamos já havia fãs no portão e quando eu entrei no instagram vi alguns post, marcando o pessoal e ainda a mim. Fiquei curtindo as fotos no instagram e observando tudo em volta.
Demorou bastante até que estivesse todos os aparelhos devidamente ligados, Todos pararam para almoçar às três da tarde mas eu nem aquela hora quis comer, meu pai me olhou feio e me entregou a marmita que ele comprou. Comi pouco, mas comi. Voltei para o meu lugar e Luan já estava sentado com a Anitta, conversavam sobre a música, Luan era muito galinha, isso me fazia detestar mais ainda, ele tratava todas de forma carinhosa me fazendo duvidar pelo amor que ele dizia que sentia por mim.
Anitta foi se maquiar e Luan foi para o camarim dele, fiquei no meu lugar de antes e comecei a conversar com uma amiga da Anitta, ela era legal, trocamos número de celular e prometemos conversar através do whatsapp.
Meia hora depois, Anitta saiu do camarim já vestida, Luan não demorou também, estava lindo demais mas eu não poderia ficar babando muito e nem olhar. Marizete que estava na minha frente chamou o filho, ele veio olhando para mim, odiei me sentir tão vulnerável com apenas a atenção dele.
Eles conversaram sobre algo que eu não ouvi e ele voltou para o cenário, Anitta se sentou ao lado de Luan, eles trocaram algumas palavras e pediram todo silêncio. Deram início a gravação e a  música, mais uma vez me senti esquisita, a música fala sobre um casal que se conhecem, eu sabia mais do que ele imagina, sei de tanta coisa, tanta manias dele, tantos tipos de sorrisos, risos, sei tanto dos seus gostos culinários, sei também que não dorme sem aquele barulho irritante de chuva, que mesmo assim eu suportava. Eu conhecia ele mais do que ele imaginava.
Luan também gravou com a Ivete, uma das cantoras que eu mais admiro no meio artístico.
Outra voz que ele gravou foi da Marília Mendonça, uma voz incrível e com uma música que me fazia lembrar de Luan, ele sim era o fantasma do meu coração e só vinha para me assustar e ia embora como se nada tivesse acontecido.
Saímos tarde do estúdio. Estava cansada e escorada pelo meu pai, vi de longe Luan atender os fãs que esperaram por ele até naquele horário, me preocupei já tinha esquecido que tinha fãs aqui na espera dele.
No dia seguinte foi a mesma coisa, mais gravação, porém só chegamos no estúdio depois das três da tarde, já tinha fãs ali. Luan não atendeu, Victória veio dessa vez e ficou pendurada no braço dele. Eu via que ele se irritava às vezes com ela e não podia ficar falando o tempo todo, guardando a voz para as gravações.
Sandy chegou com aquela simpatia dela, fazendo todos se derreterem com ela, inclusive eu que fui fã dela na minha adolescência. Tiramos fotos, Juliana e Jéssica também aproveitaram para tirar foto. Sandy foi se arrumar e voltou logo, Luan demorou mais e quando voltou estava com a mesma roupa do dia passado. A música que eles gravaram foi a que o Luan me mostrou na casa dele junto com o Dudu e a Érica, naquela época eu não saberia que eu ia quebrar tanto a cara.
Outra que esbanjou simpatia foi Camila Queiroz, me senti uma anã diante dela, alta, bonita e magra, tudo que nós mulheres queremos. Nessa gravação tiveram mais cortes por conta da Camila ainda não ter “as manhas” que cantores tinham, ela ficou tímida mas Luan como um bom galanteador conseguia soltar qualquer mulher, o diretor pediu um beijo para ficar mais original a ‘história” deles, e Luan não perdeu tempo mas arrancou o ódio da Victória que ficou irritadíssima com a cena, comprometendo o áudio e tendo que fazer de novo.
Saímos de novo tarde, mais tarde do que no dia anterior, estava um frio chato, mas os fãs do Luan continuavam ali, firme e forte.
No terceiro dia foi mais tranquilo chegamos mais cedo e Luan gravou com a Ana Carolina, mulher com um vozeirão que arrepiava até a alma. Luan gravou depois as músicas que ele cantou sozinho, uma delas  foi “Acordando o Prédio” lembro bem quando ele me disse algo bem parecido.

Eu estava dormindo, despertei e passei a mão do meu lado esquerdo da cama, onde o Luan costumava a dormir, mas eu não o encontrei, levantei mesmo sonolenta, ainda era madrugada.
Vi ele sentado no chão encostado no sofá e concentrado na TV, ele estava jogando no xBox, me aproximei em silêncio e peguei o controle da TV que estava em cima do sofá que estava atrás dele, desliguei a TV e tudo ficou completamente escuro.
—Mais que merda, acabou a luz logo agora. - Ele reclamou e eu dei a volta chegando perto dele.
—Luan!
—Pietra, o que tá fazendo aqui acordada?
—Vim ver o que você estava fazendo.
—Estava jogando mas faltou… luz. - Eu liguei a TV de novo vendo o jogo encerrado. Segurei o riso vendo a cara dele. —Ah Pietra! Você não fez isso!
Eu gritei quando ele me pegou no colo e simplesmente me jogou no sofá grande e macio. Ele subiu para cima de mim me fazendo cócegas, era impossível controlar a respiração e rir ao mesmo tempo. Ele só parou quando me viu roxa de tanto rir.
Ele voltou a sentar onde estava e colocou na TV a cabo. Tomei o controle dele e fiquei mudando de canal até achar um (o que era difícil nessa madrugada). Luan pegou a minha perna e começou a morder.
—Ai idiota, isso dói.
Tentei me afastar, em vão. Ele segurou as minhas duas pernas. Ignorei a brincadeira e continuei passando os canais.
—Pra que tanto canal disponível se você não usa nenhum?
—É só o gosto de gastar dinheiro atoa.
Ele deu de ombro rindo.
—Percebi. Nem canal pornografico você usa!
—Como sabe? - Ele deu uma risadinha.
—Ridículo!
—Relaxa amorzinho, sou mais você.
—Sei…
—É sério! - Ele se virou ficando de joelhos na minha frente. —Você é natural, toda linda, gostosa. Para que eu vou escolher a TV?
—Não sei, não sou homem para saber!
—Delicada como um coice de cavalo! - Ele balançou a cabeça sorrindo. —Já que está acordada e você tirou o meu jogo, que tal a gente fazer um amorzinho gostoso? Hein?
Ele beijou minhas coxas subindo, eu estava só de calcinha e camisa dele. Ele puxou minha calcinha pro lado e sorriu antes de passar a língua no meu clitoris me fazendo gemer baixinho. Ele deslizou os lábios e chupou levemente me fazendo rebolar.
—Geme baixinho! - Ele parou para falar e voltou no mesmo instante, era impossível gemer baixinho quando se tratava do Luan me chupando, ele sabia disso e me castigava.
—Hmmmm. Não. Dá! - Gemi alto apertando a cabeça dele contra meu sexo.
Ele riu mas não deixou de me chupar constantemente me enlouquecendo. Eu estava chegando ao meu orgasmo, já havia avisado ele para não parar. Ele fez tudo que eu não pedi. Diminuiu os movimentos e brincou com o dedo no meu clitoris, agora sensiveis.
Ele ainda me torturou diversas vezes e ainda me pedia para gritar baixinho.

Eu parei de pensar naquele dia quando vi meu pai me olhar estranho, eu estava suando, acho que foi a minha imaginação que voou longe em busca do prazer que eu tive aquele dia.
—Tá passando mal, moreninha? - Ele sussurrou e eu neguei.
Ele assentiu desistindo de mais perguntas.
Quando finalmente terminamos toda a gravação batemos palmas com o sucesso que ia fazer, tudo ficou muito lindo, vimos tudo antes com alguns cortes mas que ia fazer melhores quando fosse editado.
—Precisamos comemorar! - O Diretor disse alegre.
Luan foi abraçado por todos ali mas eu fiquei de fora daquele círculo de pessoas em volta.
—Churrasco lá em casa? - Luan perguntou olhando em volta, eu apenas tirei o olhar.
O pessoal se animou, até meu pai. Amarildo chamou meu pai e ele foi, Marizete veio para o meu lado.
—Meu filhote tá muito feliz.
—Tá sim. Merece muito.
—Sim. Tá tudo bem com você, Pietra? Tenho visto você tão quietinha.
—Não tô nos meus melhores dias. - Sorri fechado. —Quer conversar?
—Já tô resolvendo as coisas que saíram dos trilhos. - Sorri fechado.
—Que bom então. Pode contar comigo se precisar de algo! - Segurou a minha mão.
Estou me sentindo mais culpada ainda. Eu não só estava privando do Luan ser pai como eu estou privando a Marizete e o Amarildo de serem avós do meu bebê.
—Vamos? - Luan perguntou para a mãe dele enquanto me olhava. —Oi Pie.
—Oi. Até depois Dona Mari. - Dei um beijo no rosto dela e sai rapidinho.
—Você vai vir? - Meu pai apareceu do nada.
—Tenho que fazer a boa funcionaria né. - Revirei os olhos.
—Vê se o Dudu vai chamar a Érica para ficar contigo.
—Vou sim.
Então eu fui atrás do Dudu que guardava o teclado, perguntei pra ele se ele ia chamar
Érica, ele disse que nem tinha pensado nisso mas ia chamar sim.