29/12/2016

Capítulo 14

Luan

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Arrumei meu cabelo rápido e subi no palco, não atendi ninguém no camarim, justamente por causa dos gritos da Pietra no banheiro, eu prendi ela lá. Já que ela quer ficar se esfregando com o playboyzinho e não assistir o show no palco, eu deixei ela presa dentro do banheiro e espero que ninguém a escuta ela lá.
Desde o começo do show eu vi aquele filho da mãe procurando, esticando o pescoço para ver se achava a minha Pietra, e como eu tinha deixando ela presa lá, tenho certeza que ela não ia aparecer naquele momento, talvez no finalzinho ou quem sabe só quando eu fosse abrir a porta com a chave que estava no meu bolso.
Na metade do show eu comecei a me preocupar, era para ser uma brincadeira e não queria que ela ficasse com raiva de mim, eu estava cego e só via  o que eu queria, era como, como se eu tivesse hipnotizado por ela.
Quando o show terminou eu desci rápido, na tentativa de fugir de todos, para chegar mais rápido na camarim.

Pietra

💞

Eu vou acabar com o Luan.
Eu vou acabar com o Luan.
Eu vou acabar com o Luan.
EU vou acabar com o Luan.
Esse era o meu pensamento durante as duas horas que eu fiquei naquele banheiro pequeno, já tinha largado os saltos aberto os dois botões da blusa por conta do calor e até mesmo cochilando sentada na tampa da privada. Mas eu peço a Deus pro Luan fugir de mim, pois se eu conseguir tocar nele, ah meu querido, ele vai se arrepender.
Da janela do banheiro dava para se ouvir o show e pelo que parecia estava acabando, Rober ia ter que vir pegar as coisas e me escutaria gritar. E não deu outra, comecei a ouvir barulho mas diretamente na tranca do banheiro, levantei rápido calçando meus saltos. Quando vi que era o sem vergonha do Luan, não pensei em outra coisa a não ser dar-lhe um tapa no meio da cara dele para ver se ele aprendia alguma coisa nessa vida.
—Como você me tranca no banheiro dessa forma, idiota?
—Eu pedi para você ficar no palco comigo e você não quis! - Ele ainda me olhava assustado com o tapa que eu lhe dei.
—O quê? Foi por causa disso? Vai a merda Luan. Eu não sou teu brinquedinho para me manipular não. Eu faço o que eu bem quiser. Você é um idiota mesmo! - Empurrei ele o afastando de mim. Peguei minhas coisas e sai do camarim, a raiva estava me dando calor.
Vi Yan me chamar de longe, perto dos seguranças, com certeza os seguranças barraram ele impossibilitando dele me procurar.
—Nossa Pie, me preocupou. Onde você estava?
—Não importa, vamos de táxi?
Ele me olhou estranho mas concordou. Já no táxi ele ficou me perguntando.
—É alguma coisa com o seu pai?
—Ele tá bem. Hoje fez exame para marcar a cirurgia. - Dei de ombro.
—Isso te preocupa né!? - Ele me abraçou e ficamos em silêncio. Recebi uma mensagem do Rober e várias do Luan, respondi a do Rober avisando que eu já estava seguindo de táxi para o hotel. Ignorei totalmente do Luan e desliguei meu celular para não me perturbar.
Fomos direto para o meu quarto, o convidei dessa vez para dormir comigo, queria era mais o Luan vindo no meu quarto e encontrando dessa vez o Yan deitado de cueca na minha cama, com cara de pós foda. Mas isso não aconteceu, não sei por qual motivos ele não apareceu no meu quarto mas também uma parte de mim me lembrava as babaquices que ele tem feito e odiado que ele se aproxime de mim, então que fique bem longe.
Acordei era meio dia, Yan já havia acordado e não estava no meu quarto, arrumei minha mala já sabendo do cronograma de hoje, íamos para um estado vizinho, Luan faria o show e iremos na mesma noite para outro estado. Uma correria sem igual. Pedi meu almoço e fui tomar um banho rápido.
Enquanto eu almoçava no meu quarto eu descobria por mensagem onde Yan estava: Ele aproveitou o dia maravilhoso lá fora e se jogou na piscina. Também descobri por mensagem que iremos às 6 da tarde. Yan voltou pro meu quarto, por insistência minha e ficamos vendo série.
Passava das 6 e meia, já estávamos na hall do hotel esperando o Luan que demorava. Toda vez que a porta do elevador se abria  era uma esperança acabada, mas uma me fez quase cair para trás, Luan e Victória.
—Oii Pessoal lindo. Tudo bem com vocês? Estão animados para a minha festa? - Victória falou animada, Rober deu um meio sorriso e todos ficaram em silêncio. —E você Yan? Vai no meu aniversário?
—Não sabia que estava próximo, quando é?
—Sexta tem balada e sábado é o dia oficial. Topa?
—Olha se eu estivesse em São Paulo eu iria, mas não vai dá! A Pietra nem me contou. - Deu de ombro.
—Ai Pietra, nem contou pro namorado que você faz aniversário no fim de semana? - Victória falou inconformada com a minha falta de informação.
—Eu não tive oportunidade, mas também é tarde agora. - Dei um meio sorriso e virei de costas. —Acho que estamos atrasados!
Eles concordaram e seguiram para a van.
Eu havia me esquecido do meu aniversário e também eu tinha excluído da minha lista de dias emocionantes, até porque nenhum aniversário foi emocionante.
—Pietra, Luan tem alguma coisa na segunda? - Victória perguntou e eu como já sabia neguei. —Tem certeza né? Não quero mudanças de planos para ele.
—Tenho sim, é alguma coisa sobre a carreira dele? - Perguntei.
—É sim, me convidaram para fazer uma capa na revista quem e quiseram que o Luan também fizesse umas sessões de fotos.
Olhei pro Luan vendo ele fazer careta.
—Logo na minha folga né.
—Ai amor, é para uma coisa boa! Você vai adorar!
—Pode marcar Pie! - Luan disse.
Acabei marcando na agenda dele a tal sessão de fotos. Entrei em contato com a marca e pedi detalhes da sessão de fotos.
Já na cidade vizinha, atrasados chegamos no local do show. Luan foi se arrumar e eu fiquei sentada no sofá com o Yan, dessa vez fiz questão dele dentro do camarim com um crachá de visitante. Luan conseguiu tempo para tudo, arrumou o cabelo do jeito que queria, fez inalação e teve o tempinho dele sozinho. Fui pro camarote com o Yan e curtimos o show de lá do alto. Bebi pouco por ainda está em serviço. Eu sabia cantar todas as músicas e Yan me zoava por ser apaixonadinha pelo cantor. Ignorava ele mas meu coração gritava “Sim ela é apaixonada por ele”.
Droga de coração derretido.
O show foi acabando e então descemos do camarote, deixei Yan esperando na van e fui no camarim para ver se estava tudo certo. Rober estava no pé da escada com a Victória.
—Luan já desceu?
—Estamos esperando ele descer, ele vai trocar de roupa e vai para van.
—O Well tá lá em cima?
—Está sim.
—Pietra, você não tem algum sapato mais baixinho não o meu tá me matando!
—Não tenho mas você pode esperar o Luan na van, ele deve descer logo.
—Ai acho que vou fazer isso, me leva Rober?
Rober acabou concordando e levando a minha irmã para lá. Fui no camarim ver se faltava alguma coisa, tinha duas camisas do Luan jogadas no sofá, eram usadas e eu preferi guardá-las na mala.
—Eu só vou trocar de roupa, tô pingando de suor! - Ouvi Luan falar enquanto entrava no camarim.
—Tá ok, tô te esperando aqui fora. - Era o Well.
—Opa! - Ele me viu, olhei séria para ele. —Poxa, Pie, cê ainda tá brava comigo?
—Estou! Vou te esperar lá fora!
Fui passar por ele e ele me segurou.
—Dessa vez eu quero me trancar com você no banheiro. - Ele me puxou para perto dele e se aproximou colando a boca dele na minha.
Ele foi me levando, as coisas que fazia parte do cenário do camarim caia e nem demos conta, o beijo era tão envolvente, viciante.
Escutamos a voz da Victória e paramos no mesmo momento, estamos ferrados.

Olha quem apareceu com mais um capitulo haha👐  Só digo uma coisa, se preparem!


27/12/2016

Capítulo 13


Pietra

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Dei todas as informações pro Yan e ele preferiu não ir de jatinho comigo e com o Luan, mesmo eu insistindo. Ele foi na frente para se hospedar no hotel que eu disse que ficaríamos. Quando eu já estava no jatinho, ele já estava no local de onde ficaríamos.
Quando cheguei fui recebida por ele no hotel, tentei ver o Luan mas ele passou como um furacão perto de mim.
—Eu disse que teu patrão ia ficar todo nervosinho comigo aqui.
Yan cochichou. Apenas neguei alegre por ver meu amigo comigo. Subimos com o Rober e Helton. Wel já havia subido com o Luan.
Fui pro meu quarto e aproveitei para um banho. Enquanto me secava ouvi batidas insistentes na porta, não tive jeito, abri a porta de roupão e toalha na cabeça.
—O que você faz aqui, Luan?
—Eu que te pergunto, o que esse cara faz aqui?
—O Yan? Eu convidei ele. Algum problema?
—É! Ele tá aqui né? - Invadiu meu quarto, eu olhei para ele espantada pela ousadia — Cadê ele?
—Não tem ninguém no meu quarto, Luan! O que você tá fazendo? Louco!
Ele entrou no banheiro todo confiante de si e saiu todo sem graça.
—Achou ele? Pois bem, ele não tá aqui. Posso saber por que você tá assim?
—Eu não entendo você.
—Eu que não te entendo. Vem no meu quarto e invade procurando o meu amigo, e se ele estivesse aqui? O que iria fazer?
—Não importa o que eu ia fazer. Você veio a trabalho. Não veio para se divertir.
—Sim eu vim a trabalho mas não te dá o direito de entrar no meu quarto do jeito que entrou. Ele veio me acompanhar e um amigo meu.
—Todo mundo já percebeu que ele não é seu amigo.
—É mesmo? Todos acham que é meu namorado né? E se fosse? Tem algum problema nisso?
—Tem… não. Não sei. Mas ninguém traz namorado, amigo. Seja lá o que for, para viajar a trabalho!
—Você trás a Victória e nem por isso eu surto como você fez.
—Eu gosto de você.
—O que?
—Isso que você ouviu. Eu gosto de você.
—Luan, para de falar essas coisas. Você ama a minha irmã.
Ele nega e se aproxima.
—Me deixa mostrar que eu gosto de você mais do que eu gosto dela.
Ele me segurou pela cintura e me beijou, puxou o laço do meu roupão e tirou ele no caminho para cama. Ele me encarou e voltou a me beijar, puxei a jaqueta dele para fora do seu corpo, fiz a mesma coisa com a camisa e a calça dele. Ele voltou a me beijar como se dependesse daquilo. Suas mãos quentes me davam choques involuntários sobre meu corpo, sentia como se ele me acordasse do transe e me mostrava a realidade, apertei o membro dele que já estava duro por dentro da cueca. Era grande, grosso e quente, ele gemeu com o meu toque.
—Safadinha! - Ele chupou a pele do meu pescoço e eu não pude evitar que gostei do toque dele. Ele desceu aos poucos indo em direção aos meus seios e alguém bateu na porta.
—Luan, se esconde!
—Que merda! Se veste que você não vai atender a porta assim!!
A pessoa continuava a bater na porta.
—Espera um pouco! - gritei.
—Sou eu Pie! - Era o Yan.
—Você não vai atender ele!
—Vou sim. E você vai se esconder! Anda! - Peguei as roupas dele que eu mesma ajudei a tirar dele e lhe entreguei.
—Promete que vai mandar ele embora logo?
—Vou fazer de tudo para ele não te ver aqui. - Olhei feio para ele.
—Não demora! - Ele me deu um beijo que me derreteu. Me vesti rápido e logo estava abrindo a porta do meu quarto.

Luan

💞

—Demorou gatinha! - Yan entrou no quarto e eu tive vontade de vomitar por aquele apelido tosco que ele arrumou para ela.
—Estava no banho. - Ela mentiu.
—Ah tudo bem. Viu seu patrãozinho? Todo furioso, depois diz que ele não gosta de você.
O cara sabe que eu gosto dela e ainda continua com ela? Mas é babaca mesmo.
—Pois é! - Senti a Pietra querer trocar de assunto.
—Tu adora quando ele faz essas cenas né? Apaixonadinha! - Ele não estava com raiva? Ela gosta de mim? Apaixonada?
—Yan, vamos sair? Que tal?
—To cansado, vamos assistir aquela série que tu gosta, eu viciei nela.
—Vamos pro seu quarto então.
—Qual problema ficar aqui?
—Nenhum mas…
—Então vamos ficar aqui. Assim faz um ciuminho a mais pro seu patrão!
—Estou com dor de cabeça, queria descansar.
—Você acabou de me chamar para sair e agora está com dor de cabeça e quer descansar? Tá confuso isso. Tá me dispensando?
Pensei.
—Não é que…
—Que?
—Eu estou sim com dor de cabeça, mas achei que dando uma volta poderia melhorar.
—Hum - ele respondeu, poderia apostar que ele ainda estava desconfiado. - Então vamos. Vou fazer sua dor de cabeça melhorar.
—Vamos. - ela respondeu e saíram do quarto. ótimo agora eu vou ficar na mão, literalmente.

Pietra

💞

Consegui sair do quarto com o Yan, por um lado eu achei que não daria para ter mais desculpas para ter ele fora daquele quarto.
—Você está tão aérea, tem certeza que tá bem?
—Hm?
—Você está bem, Pie?
—Estou! - Dei de ombro.
Ele ficou em silêncio mais uma vez e eu tentei, em vão, prestar atenção na série que passava na TV.
Acabei dormindo no quarto dele e indo pro meu quarto na manhã do outro dia.
Luan já não estava mais lá. Também pudera né, eu sai com o Yan e só voltei agora.
Tomei um banho para despertar e fui tomar meu café da manhã, estava faminta. Encontrei com o Elton e ficamos conversando sobre o local do show de hoje a noite. Well se juntou a nós e nos contou que o patrão estava furioso mas que não sabia por que.
—Eu achei que ele estava descansando quando apareceu no meu quarto xingando tudo quanto era nome. Acho que brincou com a Victória. - Well disse com um ar de preocupação.
—É bem que eu ouvi. Não tá sabendo de nada não, Pie?
—Eu é que menos sei deles dois, estou longe de confusão. - Dei de ombro. —Bom, eu vou subir para ver os detalhes do show.
Me despedi deles e subi. Passei o resto da manhã no meu quarto, Yan veio me chamar para almoçarmos em um restaurante que ele havia escolhido. Passeei bastante, ele estava disposto a me deixar ocupada pelo resto da tarde. Já escurecendo voltamos para o hotel. Cruzei com o Luan quando ele saía da academia, tivemos que subir pelo elevador juntos, o clima não estava nada bom.
Luan entrou no quarto dele e bateu a porta com força. Na mesma hora eu dei um pulo de susto.
Entrei no meu quarto depois de me despedir do Yan e do Elton. Me arrumei pro show em uma hora já estava na porta do quarto do Luan.
—Entra! - Ele gritou no lado de dentro.
Entrei e ele estava no banheiro.
—Vou demorar um pouco, acabei cochilando! - Ele vinha com a cabeça baixa secando o cabelo.
—Hm tudo bem, temos tempo.
—Ah é você. - Senti a irritação no tom de voz dele.
—É sou eu, quem mais seria?
—Qualquer pessoa, menos você. Achei que estava ocupada demais com seu “amiguinho”. - Ele fez aspas com os dedos na última palavra.
—Eu não tive culpa por ontem à noite!
—Não teve. É claro! - Ele ironizou. —Olha Pietra, você não me deve satisfação, a minha namorada é a Victória. Você foi um erro! - Ele entrou de novo no banheiro e saiu de lá com uma touca na cabeça.
—Você é um grosso!
—Eu sei que você acha isso, tenho certeza também que adorou!
—Palhaço! - Empurrei ele pelo ombro e sai pisando fundo.
Ele é um idiota, ridículo. Que acha que pode se aproveitar de mim e depois de humilhar dessa forma. Mas eu vou pensar em algo que ele vai se arrepender de todas as coisas que ele fez comigo.
descemos em silêncio no elevador, já na van me sentei perto da porta, observando o Elton e o Yan se dando muito bem conversando sobre treinos e academia. Rober do meu lado quase cochilando encostado na janela.
Preferi ficar no meu celular. Mas em poucos minutos de estrada eu senti Luan me cutucar o ombro, virei e ele segurou meu braço, me fazendo ir para trás no mesmo momento.
—O que você quer? - Sussurrei.
—Me desculpa tá? Eu não falei por mal! - Ele me abraçou e eu não fiz questão de retribuir, estava com raiva dele.
—Você falou por mal sim, você estava com raiva de mim do mesmo jeito que eu estou de você. Mas contrário de você, eu sei ignorar isso. Sei ignorar você e suas babaquices.
—Eu sei, eu sei. Você é melhor que eu, não sabe guardar rancor de ninguém e eu quero aprender isso com você. Fica em cima do palco quando o show começar?
—Não me peça uma coisa que eu não posso fazer, eu tenho que ficar com o Yan quando eu não estou trabalhando! - Eu disse paciente, ele me domou direitinho com aquelas palavras melosas. Maldito amor que eu sinto por ele safado ignorante.
—Tudo bem, mais uma vez estou sendo ignorado por você.
Ele bufou e virou a cara para janela, voltei a me sentar no lugar que eu estava antes. Quando chegamos desci primeiro e recebi muito carinho de muitas fãs do Luan, eu via que elas gostavam de mim e não era falsidade.
Luan demorou um pouco para descer da van e não atendeu ninguém, eu tive que inventar uma desculpa para a imagem dele não ficar mais suja do que já era.  
Quando entrei no camarim ele já estava vestido, já fazia a inalação.
—Você poderia me ajudar nesse cabelo? - Ele perguntou assim que me viu.
—Hm. O que você quer?
—Quero umas tranças. Pega o pente no banheiro para mim? - Ele apontou para a porta do fundo da sala. Concordei com a cabeça e fui no banheiro, olhei em cima da pia e até mesmo no chão mas não havia nenhum pente ali. Quando me dei conta estava presa no banheiro, eu vou matar o Luan!

Meninas desculpem o meu sumiço, semana passada e essa semana está sendo muito corrida mas mesmo assim consegui fugir da minha rotina e escrever pra vocês💗
Se eu não conseguir postar mais até o dia 31 fica aqui meu feliz ano novo! Boas festas!



19/12/2016

Capitulo 12


Pietra

💞


—Fica comigo hoje?
Eu parei olhando para ele, ele esperava a minha resposta.
—Não vai dá!
—Por que não?
Ele se remexeu.
—Não está certo o que estamos fazendo, estamos enganando a minha irmã. Eu não acho certo disso. - Me afastei já livre das mãos dele.
—Eu também não acho certo disso, mas… mas to gostando de você, tô gostando de ficar com você, estou louco, completamente louco por você.
—Para de fazer isso! Eu gosto de você. Você deve está acostumado a ter quem você quiser, eu sei disso.
—Não. Não é nada disso… - Ele tentou se aproximar mas me mantive afastada dele.
—É sim, Luan. Eu sei das suas burradas, eu que cobria as coisas que você fazia, eu sei de quantas você transou enquanto a minha irmã namorava você, mas eu não sou assim.
Ficamos longos segundos em silêncio. Eu estava ofegante, não queria ter dito aquilo, embora seja verdade. Mas nunca joguei na cara dele que ele traia a minha irmã por saber que ela fez a mesma coisa comigo.
Sai do escritório dele às pressas, esbarrando no pai do Luan.
—Me desculpa, machuquei o senhor? - Me preocupei embora pude ver que não tinha machucado ele.
—Não menina. Para onde vai com tanta pressa?  
—Estava indo embora, estou com dores de cabeça e não estou com clima para festas. - Abaixei a cabeça mentindo, eu não estava para festas mas não era pela dor de cabeça e sim pelos problemas que a vida me proporciona.
—Luan vai levar você para casa, Érica está muito ocupada! - Neguei olhando para a sala onde Érica conversava animadamente com o Dudu.
—Não precisa Seu Amarildo, eu pego um táxi, não precisa se preocupar não.
—Pietra, eu vou ficar mais tranquilo se meu filho for levar você, não é Luan? - Amarildo olhou por cima do meu ombro, me virei vendo o Luan se aproximar mais com a mão no bolso da calça.
—É sim, pode deixar que eu a levo. Vamos Pie? - Luan estendeu a mão para mim, olhei por alguns segundos antes de pegar e ele me levar.
Não tive tempo nem de me despedir de ninguém, Luan me mostrou o caminho para entrar na garagem e em segundos estávamos de frente para quatro tipos de carros diferentes.
Entramos num carro branco, era lindo tanto por dentro quanto por fora. Não entendia de carros e muito menos gostava de ter um, mas dava para ver que esse carro custava a minha vida inteira de trabalho.
Fomos o caminho inteiro em silêncio, no meio do caminho, Luan ligou o som e ficou cantarolando em inglês, era bonitinho mas eu estava com muita raiva e não queria admitir que ele era péssimo em inglês mas que ficava muito fofo, tão fofo que dava vontade de mordê-lo.
Ele estacionou na esquina da minha rua, acho que ele esperava que eu o beijasse para se despedir dele.
—Pie, me desculpa por hoje, eu não achei que você fosse como as outras em momento algum, você é especial, ainda não sei o que você tem de especial mas algo me chama atenção. Eu… Eu só fiz tudo por impulso e a partir de agora vou pensar bem antes de fazer alguma coisa, não quero que você se afaste de mim. A gente tem um laço que eu ainda vou entender o que significa.
—Obrigada pela carona, Luan.
—espera, eu vou te levar até a sua casa.
Apenas concordei sem pronunciar uma palavra, ele voltou a ligar o carro e seguiu até em frente a minha casa, e antes que ele falasse alguma coisa, eu saltei do carro e fui para minha casa.
Entrei pro meu quarto como um furacão, me deitei e senti as lágrimas molharem meu rosto.
Segunda amanheceu com um sol escaldante, logo que eu liguei meu celular tinha mensagens do Yan me chamando para ir para casa dele, tinha uma piscina lá e ele queria a minha companhia. Respondi as mensagens da Bruna e da Érica e fui me arrumar.
Quando eu cheguei no apartamento dele, na área da piscina e realmente, estava um dia maravilhoso, aquela piscina estava me implorando para mergulhar nela.
—E gatinha, perdida no meu prédio? - Era o Yan, ri e o abracei.
—Estou perdida, estava procurando por um chato mas acho que você serve.
Rimos e fomos para as espreguiçadeiras, me sentei em uma e coloquei minha bolsa na mesa ao lado, tirei a blusinha e guardei. Peguei a toalha, deixando-a esticada na espreguiçadeira, tirei o protetor solar e os óculos. Tirei o short e me sentei passando o protetor.
—Morena do céu, eu sou cardíaco, você não pode me fazer uma coisa dessas! - Yan jogando suas piadinhas.
—Até parece que você nunca viu nada!
—Mas de biquíni é melhor ainda, esse rosinha então…
Ri e quando terminei de passar o protetor caímos na água, estava uma delícia.
Voltamos pois eu queria ainda pegar uma marquinha, embora Yan me encheu dizendo que eu estava com a cor ótima.
—Fábio quer voltar, acho que vou voltar pro Rio.
—Mas já?
—É, já tem um mês. E estou com saudade do meu trabalho.
—Verdade, mas do que você trabalha? Nunca conversamos sobre isso. Achei que você fosse personal de academia mesmo.
—Já fui personal mas sou mesmo professor de voo livre, asa delta, paraquedas, parapente e um monte de esportes no ar.
—Sério? Eu não imaginava! Deve ser maior frio na barriga, não dá medo?
—Eu tenho frio na barriga até hoje mas são anos de voos, hoje em dia eu não tenho mais medo de me machucar!
Ele riu das minhas caretas.
—Tenho medo até de brinquedos de parque de diversão, imagina voar! Cê é louco! - Rimos.
—Quando você for no Rio vou te fazer voar comigo, você vai ver o quanto é gostoso sentir o vento no rosto e a adrenalina.
—Não mesmo! Cê é louco! - Neguei ouvindo ele rir às custas do meu medo.
—Tenho um bom tempo para te convencer.
Ele deu de ombro sob os meus protestos. A fome falou mais alto e subimos, tive que nos salvar, já que não tinha nada preparado no apartamento dele, fiz um macarrão maravilhoso com salsicha, única coisa que tinha na cozinha dele. E como estávamos morrendo de fome, tanto o cheiro quanto o sabor estava divino e comemos até a raspa da panela, não sobrando nada.
Limpamos a bagunça e fomos assistir tv, eu me sentia com a barriga pesada e a preguiça maior do que a fome que eu estava a uma hora atrás.
—Vai pra academia não, gordinha? Dei língua enquanto ele ria.
—Só se eu for rolando, estou com preguiça!
—Eu tenho que ir já. - Ele olhou pro relógio do pulso dele.
—Ainda bem que eu sou a ultima aluna! - Ri.
—Poderíamos fazer os exercícios na minha cama, quem sabe? - Deu um sorriso malicioso e eu lhe taquei uma almoçada.
—Vai te catar. Vou pra casa, me dá uma carona?
—Dou folgada, vai aprender a dirigir!
—Eu sei dirigir mas não gosto. Vendi o carro que meu pai me deu de presente quando fiz 18 anos e tirei carteira, na época era o máximo mas agora prefiro as caronas! - Ri.
—Folgada! - Tacou a almofada de volta em mim. Ele foi pro quarto enquanto ria de mim e eu fiquei assistindo a tv.
Yan me levou pra casa e foi direto pra academia, enquanto não dava o horário da minha aula eu fiquei no meu quarto mexendo nas minhas redes sociais. Ouvi as vozes lá em baixo e pela alta convivência, era o Luan e Victoria discutindo, liguei o som pra não ter que ouvir nada. Mas quando deu oito da noite e a discussão não tinha sessado, tive que descer e ver os dois lá, passei sem falar nada e fui correndo pra academia.
A terça e quarta passaram voando, encontrei minhas amigas no shopping, ambas precisavam de roupas novas e renovar o guarda-roupa, e eu não neguei que também precisava, comprei bastante coisas e fiquei feliz por sair com muitas sacolas, eu sou muito difícil em me decidir e por isso a minha admiração por ter saído do shopping com tanta coisa que eu gostei.
Na quarta a noite, Yan me trouxe em casa, ficamos conversando até mais tarde dentro do carro, eu estava triste pois ele iria pro Rio na segunda, e nos veríamos pouco nessa semana.
—Vamos comigo!?
—Onde?
—Viajar, eu fico a maioria do tempo sem fazer nada, só me ocupo durante a noite.
—Não sei Pie... O Luan sente ciúmes e vai achar ruim você me levar.
Revirei os olhos, Luan não sente ciúmes, ele só quer transar comigo pra ser fodão por pegar a namorada e a irmã gêmea da namorada, isso eu não quero.
—Não tem nada a ver, eu descubro o hotel e pago por um quarto a mais.
—Então tá, eu pago o meu quarto e você fica no seu, a gente foge algumas vezes pro quarto do outro mas sem teu patrão descobrir.
Neguei rindo.
—Cê tem medo do Luan é? - Ri.
—Tenho, pior que tenho. Ele tem umas fãs bem loucas viu?
—Mão fala assim delas! Elas são especiais. Vai ou não vai?
—Vou gordinha, que horas?
—Eu ainda não sei, vou te mandar os detalhes por mensagem, pode ser?
—Pode.
—Obrigadaaa! - Abracei ele e ganhei um beijo de boa noite.
Fui pra minha casa mais feliz, eu veria mais ele até segunda.

Adorei os comentários do capitulo anterior♥ Que continuem assim! E eu amo tanto as ideias das minhas leitoras que eu as uso!♥♥